A Rússia com fome

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Superada a crise de Kronstadt e após a instauração do NEP*, longa e terrível seca abate sobre a Rússia no segundo semestre de 1921, alarmando a população, que assiste ao fracasso das novas colheitas. Seca que dura até meados do ano seguinte. O desespero do governo não é apenas por conseguir comida para multidões de famintos, mas também sementes para o plantio das safras vindouras. Com a safra de 1922 praticamente perdida em virtude da seca, a Rússia soviética passa por uma situação calamitosa, conforme bem resume um comunicado do Comitê Central: “A calamidade é de tal dimensão que só pode ser resolvida através de um esforço comum e empregando-se todo o poder organizado da república.

O combate à seca e à fome mobiliza todo o país. Trens e caminhões percorrem-no de ponta a ponta, levando suprimentos e distribuindo toneladas de sementes para o replantio das lavouras. Multidões de operários colaboram diretamente n agricultura. A juventude se entrega ao trabalho voluntário no campo. Chegam à Rússia auxílios da Cruz Vermelha Internacional e de outras entidades filantrópicas e governos de todo o mundo. Remédio, alimentos e roupas. Mas consta que, só no primeiro semestre de 1922, o número de mortos por fome ultrapassou a um milhão, e cerca de 20 milhões de esfomeados vagavam pelo país. Um anúncio de página inteira publicado no Pravda, naqueles meses trágicos, permite que se compreenda a dimensão da crise: “Camaradas camponeses! Paguem imediatamente uma taxa voluntária em uma espécie! Os campos do Volga não podem esperar para ser semeados! O atraso no suprimento de sementes significa morte e ruína!”.

  • NEP – Nova Política Econômica.

Fonte: Stalin, de José Arrabal e José Carlos Estevão, páginas 52 e 53.


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