Temer dividiu propina da Odebrecht com Geddel, diz Funaro

Corretor relatou também ter mandado a quantia para ex-homem forte do presidente na Bahia

Um dos políticos mais próximos de Temer, Geddel chefiava a Secretaria de Governo até novembro do ano passado | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

Um dos políticos mais próximos de Temer, Geddel chefiava a Secretaria de Governo até novembro do ano passado | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / CP

O corretor Lúcio Funaro disse em sua delação premiada que o presidente Michel Temer dividiu com Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-homen forte de seu governo, propina da Odebrecht. Nos anexos de sua colaboração, já homologada pelo Supremo, ele afirmou ter buscado R$ 1 milhão em espécie, supostamente pagos pela empreiteira, no escritório do advogado e ex-deputado José Yunes, amigo de Temer. Relatou também ter mandado a quantia para Geddel, na Bahia.

As declarações de Funaro coadunam com a versão apresentada pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Mello Filho em sua delação. Ele relatou ter negociado com Temer e seus aliados, entre eles o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), doações de caixa 2 para campanhas em 2014, no total de R$ 10 milhões. Parte desse valor teria sido distribuída por meio de Yunes, apontado como um dos “operadores” do presidente. À Procuradoria-Geral da República (PGR), Yunes já disse ter sido usado como “mula” de Padilha para a entrega de um pacote.

Conforme Funaro, dirigentes da Odebrecht usaram o doleiro Álvaro Novis para fazer com que os valores destinados a Temer chegassem a Yunes. Ele contou que, na ocasião, recebeu um telefonema de Geddel pedindo que retirasse R$ 1 milhão, a ser entregue em Salvador.

Geddel “informou que o dinheiro que iria retirar com José Yunes era referente a uma doação via caixa 2 da Odebrecht, acertada juntamente (com) Eliseu Padilha e Michel Temer”, diz trecho do anexo intitulado “Intermediação de Pagamentos de Propinas para Interpostos do Presidente”, obtido pelo Estado.

“Estes valores eram de Michel Temer, o qual estava enviando uma parte do dinheiro arrecadado para Geddel”, continua o documento. Foi Geddel, segundo Funaro, quem lhe passou o telefone de Yunes. A retirada, segundo ele, foi feita no escritório do advogado no Itaim Bibi, em São Paulo. No local, após uma conversa com Yunes, na qual teriam trocado cartões, uma caixa com a quantia acertada teria sido repassada pela secretária e o motorista do amigo de Temer.

Funaro, então, disse que retornou com os valores até o seu escritório e pediu para que um funcionário fosse até a Bahia levar a encomenda para Geddel. “O dinheiro foi entregue em Salvador por um funcionário de logística de transporte de valores do doleiro Tony, o qual retirou os valores em São Paulo e, no dia seguinte, fez a entrega na sede do PMDB da Bahia”, registra o anexo.

Um dos políticos mais próximos de Temer, Geddel chefiava a Secretaria de Governo até novembro do ano passado, quando pediu demissão por ter, supostamente, tentado influenciar o Ministério da Cultura a lhe conceder uma decisão favorável. Ele está preso em Brasília desde a semana passada, depois que a Polícia Federal descobriu que escondia R$ 51 milhões em notas num apartamento da capital baiana.

O Estado procurou o Palácio do Planalto, que ainda não se manifestou. A defesa de Geddel disse que não se manifestaria, pois não teve acesso aos anexos. José Yunes ainda não foi localizado pela reportagem.


Estadão Conteúdo e Correio do Povo


Quatro empreendimentos para Esteio são negociados com nova lei de incentivos


Projeto de lei será sancionado nos próximos dias

Giane Guerra
giane.guerra@rdgaucha.com.br

Foto: Divulgação Prefeitura de Esteio

Saiba mais

Foi aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores de Esteio o projeto de lei que institui a Política de Incentivo ao Desenvolvimento Econômico e à Geração de Empregos. A proposta foi encaminhada pela prefeitura. A sanção ocorrerá nos próximos dias.

Segundo o prefeito de Esteio, simplifica a legislação sobre o tema para atrair novos empreendimentos e estimular a expansão dos que já existem no município. Leonardo Pascoal antecipa para a coluna o que vem por aí:

- São quatro empreendimentos que estão em processo de negociação nas áreas comercial, industrial e de hotelaria - conta o prefeito, sem divulgar ainda quais são as empresas.

Conforme o texto, estão previstos incentivos fiscais, em determinadas condições, como isenção dos impostos sobre a Transmissão Onerosa de Bens Imóveis (ITBI) e sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). Também prevê isenção do Imposto sobre Serviços (ISS), em caso de construção de prédio para instalação ou ampliação de empresas, ou redução do ISS, em caso de hotéis e empreendimentos do tipo. Além disso, está prevista a concessão de Direito Real de Uso e restituição de parcela de retorno do ICMS, além de prioridade na análise dos licenciamentos ambiental e urbanístico, com isenção de taxas.

Para receber o benefício, no entanto, a empresa terá que cumprir algumas condições. Segundo a lei, é preciso estar em dia com obrigações financeiras e tributárias, cumprir os prazos e as metas de geração estabelecidos nos projetos, não poluir o ambiente, apresentar relatórios de desempenhos, entre outras, lista o prefeito Leonardo Pascoal.

Empreendedores já podem fazer o pedido de incentivo, entregando a documentação necessária no protocolo da prefeitura de Esteio. Fica na rua Eng. Hener de Souza Nunes, 150. As penalidades para a não realização das obrigações por parte da empresa vão de advertência e multa até suspensão do benefício e devolução de valores.


GAÚCHA

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