ATP vê risco de colapso no sistema de transporte coletivo

Representante de empresas cita que faixas exclusivas para coletivos reduzem custos

Representante de empresas cita que faixas exclusivas para coletivos reduzem custos | Foto: Samuel Maciel / CP Memória

Representante de empresas cita que faixas exclusivas para coletivos reduzem custos | Foto: Samuel Maciel / CP Memória

Diagnóstico atualizado da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) acende a luz vermelha no painel financeiro das empresas de ônibus de Porto Alegre. “Estamos próximos de um colapso no sistema com risco de impacto na qualidade e na mobilidade”, alertou o presidente Celso Pinheiro.

Três anos de recessão, somados à histórica falta de prioridade ao transporte coletivo, mais o peso das gratuidades, da meia passagem na integração, vigentes desde 2011, e a ainda a redução do número de passageiros, produziram dívida de R$ 119,7 milhões entre as empresas do sistema entre fevereiro de 2016 e julho de 2017, aponta estudo da ATP.

Conforme exposição do diretor Executivo, Gustavo Simionovschi, feita em visita da direção da ATP ao jornal Correio do Povo, dos 21,957 milhões de passageiros/mês (média janeiro/julho) 14,172 milhões compraram a passagem. Isto é, 65% pagam e 35% tem isenção na tarifa. A média da gratuidade do Brasil é menor: 17%.

Pinheiro criticou o descaso oficial ao transporte público de massa. De 1994 a 2012, por exemplo, a Capital perdeu 29,35% dos passageiros. Uma causa - está no “raio-X” da ATP - é a política de preços dos combustíveis contrária ao setor. De agosto de 1999 a fevereiro deste ano o valor do óleo diesel subiu 421,79% enquanto o da gasolina ficou em 214,74%.

Foi incentivado o uso do automóvel, embora um ônibus articulado transporte 150 pessoas, ou o mesmo que 100 carros, compara o estudo. Há 20 anos a cidade tinha 1.550 ônibus para o deslocamento de 28 milhões de pessoas/mês e hoje são 1,7 mil ônibus que movimentam, na média, 16 milhões de passageiros/mês.

O preço da tarifa, diz Simionovschi, não é uma caixa preta. Sua origem vem do custo anual do sistema (veículos, peças, combustível e salários, entre outros) dividido pela média do pagamento dos usuários. Só o item salários representa 50% (R$ 2,03) do valor da passagem. Como o dissídio dos trabalhadores é em fevereiro o mês foi definido para a revisão anual da passagem.

Conforme o presidente da ATP, não existe um prazo para ocorrer a “quebra do sistema”. Mas as empresas estão atrasando pagamentos a fornecedores e renegociam débitos junto os bancos. “Não sabemos até quando isso será possível sustentar isso”, disse Pinheiro.

Prefeitura e vereadores já foram informados e estão cientes do quadro crítico, afirma Simionovschi. Um respiro às empresas da ATP pode vir se todos os projetos encaminhados pela prefeitura relacionados ao transporte fossem aprovados na Câmara de Vereadores. “Haveria queda de 35% para 22% na média das isenções, um alívio às empresas. Só o decreto do fim da gratuidade [hoje suspenso por medida judicial] representaria baixa para 28%”, frisou o diretor Executivo.

Novas faixas exclusivas

Outra medida bem mais simples, na avaliação da ATP, exige apenas o uso de “tinta azul”. Significa a pintura de demarcação de faixas exclusivas à circulação de coletivos. Na avenida Cavalhada onde foi implantado esse modelo de corredor a velocidade no transporte de passageiros aumentou em 40% e trouxe grande economia de diesel às empresas. “Isso estimula ao uso do transporte público e reduz o prejuízo aos transportadores”, concluiu Simionovschi.

Está em fase de avaliação pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) a implantação (pintura) de novas faixas exclusivas em avenidas para o trânsito de coletivos em Porto Alegre. Entre os projetos atualmente em exame a empresa cita as Avenidas Siqueira Campos e Juca Batista. A primeira terá 1 quilômetro e a segunda 4 quilômetros de corredor.

Durante o período de avaliação os técnicos da EPTC realizam medição dos tempos de viagem e de embarque e desembarque de passageiros. São ainda analisadas as interferências e os atrasos pontuais. O propósito do trabalho é melhorar, ou reduzir, o tempo da viagem de ônibus.

Na Avenida Sertório, o projeto de expansão do atual corredor já está concluído. São necessárias ainda algumas obras para implantação. A EPTC também informou que já foram implantadas as faixas preferenciais nas Avenidas Assis Brasil (4,5 quilômetros trecho entre o Triângulo e a Fiergs) e Icarai, com 2,2 quilômetros.


Correio do Povo


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