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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Assessores de Temer minimizam convite de Rocha Loures a procuradores da Lava Jato

Tânia Monteiro

Brasília

Bruno Santos/FolhapressO ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR)

  • O ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR)

Auxiliares do presidente Michel Temer (PMDB) minimizaram as informações reveladas pelo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima nesta segunda-feira (14) que o ex-assessor especial do presidente, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), convidou a força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba para encontrar o então vice-presidente no Palácio do Jaburu na noite da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Segundo o procurador, o convite ocorreu em 2016 durante um evento da Associação Nacional dos Procuradores da República, em Brasília. De acordo com interlocutores de Temer, Rocha Loures, desde a Vice-Presidência, exercia o cargo de assessor de relações institucionais e agendava reuniões com diversos segmentos, inclusive com representantes do Ministério Público.

Citaram, inclusive que, em outra ocasião, o presidente Temer recebeu procuradores, em um café da manhã, realizado no Palácio do Jaburu. Um assessor lembrou ainda que, conforme já disse o próprio presidente, o procurador-geral da República, hoje seu algoz, também foi recebido por Temer, inclusive no Jaburu, fora de agenda, mais uma de uma vez. Ainda de acordo com este interlocutor, se os procuradores, em outra ocasião, quiserem uma reunião com Temer, poderão solicitar uma agenda porque o presidente atende a todos, dentro das suas disponibilidades.

A informação foi revelada nesta segunda-feira por por Lima ao comentar o encontro noturno da futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, com Temer (PMDB) na semana passada. O caso teve repercussão por se tratar de mais um encontro fora da agenda oficial do presidente.

"Tenho para mim que encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público. Nós mesmos, no dia da votação do impeachment, fomos convidados a comparecer ao Palácio do Jaburu à noite e nos recusamos, porque entendíamos que não tínhamos nada o que falar com o eventual [futuro] presidente do Brasil naquele momento", contou durante evento organizado pela Amcham (Câmara Americana de Comércio) em São Paulo.

Lima esclareceu que a equipe recebeu o convite através de um interlocutor do então vice-presidente Temer e que, apesar de não ter ocorrido o encontro, houve uma reunião com o então assessor da vice-presidência, Rodrigo Rocha Loures.

"Ele [Loures] nos convidou a ir até o Palácio [do Jaburu], e nós dissemos que não. O máximo que foi feito foi uma conversa sobre a manutenção da equipe da Polícia Federal, que infelizmente agora está desfeita", disse Lima.

A conversa foi entre Loures e os procuradores Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, e Roberson Pozzobon.


Estadão Conteúdo e UOL Notícias

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