
O Egito
Ivete da Silva Benevides, N°85, 2ª Série, 2ª Turma.
1940
O Egito teve desde a mais remota antiguidade uma administração regular. O país estava dividido em nomos ou províncias. O solo pertencia quase todo ao rei, aos sacerdotes e aos guerreiros. Os sacerdotes tinham a seu cargo fazer observar as leis e instruir a mocidade. Em geral os empregos públicos eram hereditários.
A civilização do Egito deu-se a 5.000 a.C. Sua terra seria um deserto se não fosse o rio Nilo, que atravessa de sul para norte. Pode-se dizer que o Egito é um oásis alongado entre dois desertos. Todos os anos de junho a setembro, o Nilo cresce: as águas sobem de oito a dez metros, inundando as margens . Quando ele volta a seu volume normal, deixa sobre a terra um limo ou iodo, que a tora extremamente fértil. É por isso que Heródoto disse: “O Egito é um presente do Nilo”. Os egípcios são um resultado da fusão de povos mediterrâneos e montanheiros que deram um tipo de estrutura regular: cor morena, rosto inteligente, muito religioso, tipo resistente e cumpridor de seus deveres.
Segundo a teoria antiga, os egípcios descendem do ramo camítico. A história do Egito divide-se em: Antigo Império, Médio Império e novo Império. Reinaram no Egito 26 dinastias. O Antigo Império vai da 1ª à 11ª dinastia.
As principais foram: Menês, Quéops, Kéfren, Miquerinos e Nitócres. O Médio Império vai da 12ª à 18ª dinastia. O principal faraó do Médio Império foi Amenemá III que mandou construir o lago Meres ou Moeres que fica no delta, destinado a receber excessos das cheias do Nilo. Também mandou construir o famoso palácio do labirinto com mais de 3.000 salas. O Novo Império vai da 18ª à 26ª dinastia. As principais dinastias foram: Hamsés, Tutmés, Ramises, Amenofes IV, Psamético I e Psamético III.
A escrita egípcia divide-se em hieroglífica e demótica. Hieroglífica era a escrita dos sacerdotes. Demótica era a escrita do povo. Quem decifrou a escrita dos Egípcios foi Champolion. Em 1790, Napoleão Bonaparte, depois Imperador dos franceses, empreendeu uma expedição militar ao Egito; fez-se acompanhar de muitos sábios e artistas que visitaram as ruínas do país, e levaram para a França desenhos, plantas, bem como pedras com inscrição hieroglífica. Numa dessas pedras encontrada em Roseta, havia três inscrições: uma em grego e duas em hieroglifos. Foi essa pedra que forneceu a chave para decifração dos caracteres egípcios levada a cabo por Champolion, em 1822. Francisco Champolion, nasceu em Figeac, no ano de 1790. Desde criança se mostrava apaixonado pelo estudo das línguas orientais a que se dedicou com ardor e perseverança. Com o auxílio da “Copta”, língua falada pelos egípcios na idade média e que Champolion aprendeu aos 14 anos, conseguiu ele decifrar a segunda inscrição da Pedra da Roseta e por ela penetrar no segredo dos hieroglifos.
Estava assim formada a Egiptologia ou ciência das antiguidades egípcias, graças ao labor prodigioso desse ilustre sábio que morreu aos 42 anos, em 1832.
Os egípcios se dedicaram à astronomia, à medicina, e das artes à arquitetura. Os egípcios adoravam na sua origem um deus único, imaterial, criador do céu e da terra, pai dos homens. Mas pouco tardou que o dogma patriarcal se alterasse e fosse substituído por um culto material, obscuro e grosseiro. Adorava o sol como Amon, Osiris e Rã, a lua como Isis, etc. Os egípcios obcecados pela superstição chegaram a adorar animais e plantas. Bossuet afirmou que tudo era deus, exceto o próprio Deus. O Egito passou para as mãos dos persas, depois para a dos macedônios e depois, para as mãos dos turcos e ingleses. É assim que terminou o império egípcio.
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