O ex-presidente Lula, que já elegeu dois postes, agora não conseguiu reeleger vereador seu próprio filho – em São Bernardo do Campo, coração do PT. Onde o partido foi fundado (no neoclássico Colégio Sion de Higienópolis), São Paulo, o prefeito do PT perdeu por 2 milhões de votos de diferença. E nem quis depoimento de Lula no horário eleitoral, para não piorar. No maior estado, São Paulo, o partido afundou em 88% das prefeituras que tinha. O PT encolheu no país inteiro, reduzido a 40% das prefeituras que comandava. Até no Nordeste, onde lula apostava na sobrevivência do PT, o partido encolheu. Ao grito de Fora Temer!, o eco das urnas respondeu com um Fora PT.
As chances de Lula concorrer em 2018 despencaram. De um lado as urnas de domingo e de outro a Lava-Jato e a Justiça.Ele já foi denunciado três vezes e não foi levado a Curitiba pela Polícia porque algo aconteceu no Aeroporto de Congonhas. Ele e Dilma, em 13 anos de administração petista, provocaram recessão no país que causa 12 milhões de desempregados, a volta da inflação, juros altos, desestruturação da economia e uma corrupção institucionalizada como nunca antes na história deste país. Lula deu de presente as instalações bolivianas da Petrobrás a Evo Morales e Dilma aprovou a compra de uma refinaria enferrujada no Texas. Quando gritam Golpe! O eco nos tanques vazios da Petrobrás responde com a mesma palavra.
Simbolicamente, o PT ficou confinado ao Acre, no extremo oeste do Brasil, mais próximo do Oceano Pacífico que do Atlântico. Rio Branco foi a única capital em que o PT se impôs. Aliás, foi mérito do prefeito que se reelegeu, que fez ótima administração e não usou na campanha os símbolos da cor vermelha e da estrela. Rio Branco é uma cidade exemplar, limpa e com suas ocas – centrais de serviços públicos. É um lugar onde até as UPAs funcionam. E um estado onde o PT ainda é aquele partido da ética, atributo perdido no resto do país para a corrupção institucionalizada, que começou já no primeiro mandato de Lula, com o mensalão. Se o PT ainda tiver esperança de renascer das cinzas, terá que decolar essa Fênix a partir do exemplo do Acre. Será que o resultado do Acre encontrará eco no PT do petrolão?
Vai ser difícil esse partido modificar seu caráter degradado pelo poder. O PT não teve a maior das virtudes, a humildade, e Lula, primeiro e único, se sente majestade. Nem a polícia levando quase todas as figuras importantes do partido, apeou os petistas da arrogância desafiadora de proprietários absolutos da verdade. Impregnados de uma ideologia que não deu certo em lugar nenhum do mundo e embriagados pelo poder, anestesiaram a ética original para realizarem as operações que hoje acabam em prisões, polícia, ministério público e justiça. Teria sido um bom combate se a causa não tivesse se tornado tão viciada. Se alguém gritar Ética! talvez só encontre eco no distante Acre.
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N E – Por decorrência ao exposto, segue-se outro texto de Alexandre Garcia, oportuno quando se está frente ao pronunciamento do então presidente do STF ter sido um “tropeço da Democracia” do impeachment de Dilma... Provavelmente desde já formando “provas para reescrever a estória” aos incautos...
História e verdade - Alexandre Garcia - 10/08/2016
Desde que estou nas redes sociais, tenho aprendido muito com a crítica. Mas há dias uma certa Associação Nacional de História postou o seguinte: Lembrando Alexandre Garcia foi portavoz do ditador João Figueiredo(1974-1978) e acha que “estão ensinando história errada nas escolas”. Respondi: Obrigado por comprovar minha tese de História errada: o presidente 1974-1978 era Geisel. Não precisaria dizer mais nada. Envergonhados, apagaram o post.
Poderia continuar, perguntando a eles quem era o portavoz de Figueiredo. Se levassem História a sério veriam que se chamava Saïd Farhat, que foi demitido, entrando em seu lugar o embaixador Carlos Átila. Durante 18 meses fui literalmente o sub do sub, porque abaixo de Farhat, Ministro e portavoz, havia um secretário de imprensa e eu era subsecretário para a imprensa nacional. A raiva deles deve vir do seguinte: na edição de domingo, 17 de agosto de 1980, eu dei entrevista ao Correio do Povo, que era o jornal mais importante do Rio Grande do Sul, revelando que a sucessão de Figueiredo seria civil. O título da entrevista, com chamada na primeira página, foi O Sucesssor de Figueiredo será Civil. A revelação repercutiu no dia seguinte em todos os grandes jornais do país.
A raiva deles é que isso derruba no chão a tese de que foram eles que acabaram com o governo militar, por meio do movimento “diretas já”. Ora, esse movimento só apareceu quase três anos depois do meu anúncio de que a sucessão seria civil e dentro dos partidos políticos. Portanto, já estava tudo decidido. Não foi a pressão das ruas, mas a vontade do próprio regime. Depois de Figueiredo, foi eleito Tancredo Neves, aliás da mesma forma com que foram eleitos todos os presidente militares. Geisel ganhou de Ulysses, lembram? Figueiredo ganhou de Euler Bentes, do candidato do MDB.
Disseram que lutaram pela democracia. Com bombas, sequestros, assaltos, execuções. Fui assaltado no Banco do Brasil em Viamão, pela Vanguarda Armada Revolucionária, quando era estudante de jornalismo. Na luta armada, que durou menos de dez anos, morreram 364 ativistas,segundo o livro Dos Filhos Deste Solo, do Ministro de Direitos Humanos de Lula, Nilmário Miranda, ele próprio um dos que lutaram contra o governo. Somando-se aos que foram mortos pela esquerda armada, chega-se a um total inferior a 500 vítimas em 20 anos. Isso equivale a três dias de assassinatos no Brasil de hoje. Pelo que contam alguns professores, a verdade está anos-luz à frente da versão ideológica.
São dados para fazer voltar a realidade da História recente. Que os jovens talvez desconheçam, porque receberam informações mirabolantes de alguns professores. Os tais da postagem me chamaram de lambe-botas dos militares. Isso é impossível, porque eu teria que lamber meus próprios coturnos, pois felizmente cumpri o serviço militar obrigatório e tenho a honra de ser reservista do Exército Brasileiro, onde aprendi a aprofundar minha formação de casa, de amor à Pátria, honradez, disciplina, respeito aos outros, às leis e à ordem.
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