O que foi a Reforma Capanema, implementada no governo Getúlio Vargas pelo então ministro da Educação Gustavo Capanema?

Entre 1932 e 1942, o movimento renovador assume a postura litúrgica em relação à reforma do sistema educacional em plena ditadura Vargas, quando então é ministro da educação Gustavo Capanema, reiniciam-se os embates políticos a respeito da reforma do ensino primário.
Desta feita, são regulamentados decretos que foram denominados Leis Orgânicas do Ensino, vulgarmente conhecidas como Reforma Capanema, que em nada contribuiu para a mudança do ensino secundário, mas tão somente ratificou, por meio de manutenção dos exames rígidos e seletivos, o papel antidemocrático do ensino brasileiro.
Todavia, no campo do ensino profissional houve alguma alteração a ser considerada: foram criados dois tipos, um mantido pelo sistema oficial e outro, paralelo, mantido pelas empresas: além disso, surgem o Senais – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, e o Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.
A reforma Capanema enfatizou o dualismo do ensino brasileiro. Entretanto, após o Estado Novo, finalmente ocorre a Reforma do Ensino Primário, que implementa o ensino supletivo de dois anos, importante para a diminuição do analfabetismo no país.

Não se pode esquecer do tom facistatorial do Plano Nacional de Educação, caracterizado na fala de Gustavo Capanema, durante a realização do sétimo Congresso Nacional de Educação. “Ensinemos o brasileiro a ser humilde e miserável para sentir a eternidade”! A partir da Reforma Capanema, o país mergulha no populismo e inicia-se um debate sobre a educação que se prolongaria por 13 anos na tentativa de desenvolver um anteprojeto da Lei de Diretrizes e Bases (LDB).
O pano de fundo desta nova tentativa de reformar o ensino brasileiro é revestido de divergências em torno da descentralização ou não do ensino; porém, as discussões tornam-se mais veementes após a apresentação pelo deputado Carlos Lacerda de um substitutivo, cujo teor versava sobre a liberdade de ensino, passando este a estimular a iniciativa privada.



Fonte: Zero Hora, página 2 de 20 de abril de 2005. 

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