A
diminuição da renda e no nível de emprego tem consequências
imediatas no orçamento das famílias, fazendo com que o
endividamento se torne uma consequência quase inelutável. As
pesquisas que mostram, cada vez mais, retiradas maiores da caderneta
de poupança daqueles que têm essa modalidade bancária estão,
agora, sendo acrescidas de outras que indicam que os brasileiros
estão cada vez mais pressionados pelos juros do cheque especial e do
cartão de crédito. Somente o rotativo dos cartões atingiu o
recorde de R$ 33,122 bilhões ao final de junho. Quando do início da
série histórica, o saldo a pagar pelos usuários era de R$ 11,407
bilhões. No rotativo, o cliente não paga o total da fatura e rola o
restante para o mês seguinte. Os juros nessa operação ficam, em
média, em 372% ao ano. Em alguns bancos, podem chegar a 800%.
Essa
realidade mostra a relevância da educação financeira, a
importância do gerenciamento dos débitos, como na troca de uma
dívida de cartão por m empréstimo pessoal, de juros menores, bem
como a necessidade de a economia voltar a crescer para que o dinheiro
movimentado no mercado gere atividades produtivas. O endividamento
coletivo é ruim para todos, pois implica menor volume de recursos no
varejo, diminuindo a geração de postos de trabalho e reduzindo a
arrecadação do poder público. A atual conjuntura econômica exige
cautela dos consumidores, mas deve ser seguida de políticas
econômicas que avancem para além da simples elevação das taxas de
juros.
Fonte:
Correio do Povo, editorial da edição de 18 de agosto de 2015.




Nenhum comentário:
Postar um comentário