Nasceu
no dia 19 de novembro de 1863, em Caçapava do Sul, o político
responsável pela modernização do Rio Grande do Sul. Antônio
Augusto Borges de Medeiros foi o executor dos planos positivistas do
amigo e correligionário do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR)
Júlio de Castilhos. Passados 42 anos de sua morte, Borges detém um
recorde da História do Brasil: elegeu-se cinco vezes governador.
Advogado, foi delegado de Polícia e integrou a bancada gaúcha na
Assembleia Nacional Constituinte de 1890/1891.
Na Revolução Federalista, iniciada
em 1893, chegou ao governo do Estado e foi reeleito em 1902. Com a
morte de Castilhos, em 1903, assumiu a liderança do PRR e as rédeas
do governo, que até então ficavam de fato sob o comando do amigo.
Ao retornar ao governo em 1913, após
período dedicado aos negócios da família, Borges estatizou
serviços públicos e atraiu os frigoríficos estrangeiros Armour e
Swit para o Estado. Reelegeu-se em 1917. Cinco anos depois, voltou a
vencer, mas o resultado foi contestado pela oposição, liderada por
Joaquim Francisco de Assis Brasil, o que deu início o confronto
armado, em 1923. No final do ano, com o Pacto de Pedras Altas, a
oposição aceitou o novo mandato de Borges de Medeiros desde que ele
não buscasse reeleição. Borges indicou Getúlio Vargas como
sucessor em 1928. Em março de 1930, Vargas perdeu a eleição
presidencial para Júlio Prestes e Borges reconheceu o resultado.
Dias antes da Revolução de 1930, porém, declarou apoio ao
movimento. Instalado o governo provisório de Vargas, Borges passou a
defender a volta do regime constitucional.
Acabou preso por apoiar a Revolução
de 1932. Anistiado em 1934, concorreu à Presidência da República
em eleição indireta. Fez 59 votos contra 175 de Getúlio. Elegeu-se
deputado federal e integrou a oposição a Vargas no Congresso.
Cassado em 1937 pelo Estado Novo, afastou-se da política.
O fim da carreira política de
Antônio Augusto Borges de Medeiros, em 1937, com o Estado Novo,
permitiu que o homem eleito cinco vezes governador do Rio Grande do
Sul se dedicasse com mais intensidade à família. Adotou a filha do
irmão Dejamira, e teve três netos e 22 bisnetos, com quem conviveu
intensamente até a morte em 1961. Todos moravam na rua Duque de
Caxias, em Porto Alegre, parte deles na casa que foi construída pelo
Partido Republicano Rio-Grandense especialmente para Borges. A casa
do Centro foi demolida e a estância da família, em Cachoeira do
Sul, vendida.
Fonte: Correio do Povo, página 3 de
19 de novembro de 2003.



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