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domingo, 12 de julho de 2020

Temor pela COVID-19 reduz procura a atendimento pediátrico



Redução preocupa pediatras por conta do risco de agravamento dos casos

A pandemia de coronavírus agravou diversos cenários na saúde mundial. E uma das questões que têm causado preocupação nos profissionais é o temor da população pela procura de hospitais por conta do risco de infecção da doença. Quando se trata de crianças, que muitas vezes precisam de cuidados específicos, a situação se complica ainda mais.
O chefe do serviço de pediatria do Hospital Moinhos de Vento, João Ronaldo Krauzer, relata que logo no início da pandemia foi notada uma menor procura pelo  serviço de atendimento pediátrico, principalmente na emergência. O mesmo se percebeu na internação e na utilização da UTI Pediátrica. “Com o passar dos meses, passamos a operar com 20% do atendimento ao qual estávamos habituados. Para se ter uma ideia, eram 120 pacientes por dia na emergência, chegando a 150, nos dias de pico. Hoje, a média é de 25 atendimentos por dia”, conta. O período de inverno sempre foi de muita procura para os pediatras. “Mas, com a pandemia do coronavírus, houve uma redução nos setores privado e público e também nos consultórios pediátricos”, complementa.
Entretanto, o médico alerta que os pais ou responsáveis pelas crianças devem procurar atendimento hospitalar sempre que a situação sair das manifestações habituais. E se possível, o pediatra que atende à família deve ser acionado. “Doenças e sintomas como crise de asma, laringite, febre persistente, vômitos, diarreia, dores abdominais e falta de ar devem ter atenção especial”, destaca.  
O serviço de emergência dos hospitais está disponível nas 24 horas do dia, sete dias por semana, exatamente para suprir a demanda em relação aos cuidados das crianças. “A demora no atendimento pode resultar na evolução para um quadro de maior gravidade”, reforça Krauzer. 

Acidentes domésticos aumentaram

Recentemente você leu aqui no Bella Mais que os acidentes domésticos com crianças aumentaram durante o isolamento social - segundo o pediatra, os traumas tiveram um aumento de 25%. “Muitos destes ferimentos têm indicação de sutura. Sem falar nas fraturas de braço, perna, clavícula e, o mais grave, de crânio. As queimaduras despontam entre esses acidentes domésticos, principalmente por escaldamento de água quente”, ressalta. Krauzer destaca que este é mais um fator que reforça a necessidade de ajuda médica em determinadas situações.

Mas afinal, é seguro ir ao hospital?

O pediatra destaca que os hospitais estão adotando diversos protocolos para garantir a segurança dos pacientes. “As crianças são atendidas em diferentes fluxos, de acordo com os sintomas. Pacientes com doença respiratória ou suspeita de COVID-19 seguem para área com equipe médica e de enfermagem diferente daqueles que chegam com outros sintomas”, relata. “São oferecidas máscaras a quem eventualmente está sem. É feita a higienização constante do ambiente entre cada atendimento, com limpeza das superfícies e do material médico utilizado”, complementa. Além disso, todos os colaboradores do hospital utilizam equipamento de proteção individual.
Portanto, fica o alerta: em caso de acidentes ou sintomas fora da normalidade, não deixe de procurar o hospital para evitar que a situação se agrave e muitas vezes, o problema se torne irreversível.

Correio do Povo

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