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quarta-feira, 18 de março de 2020

Coronavírus: Gaúcha conta como está o isolamento na Itália


| Foto: Acervo pessoal

A jornalista Márcia Villanova criou uma página no Facebook para alertar os brasileiros


No último domingo, a Itália ultrapassou a marca de 2 mil mortos pelo novo coronavírus. O país é o mais afetado pela pandemia depois da China, onde o vírus surgiu. Na última semana, o primeiro ministro italiano Giuseppe Conte decretou quarentena em todo o território nacional. A gaúcha Márcia Villanova, que é jornalista e mora há 18 anos no país, atualmente em Arezzo, na região da Toscana, nos contou sobre como é passar por esse período. 
A pandemia do Covid-19 iniciou no país na região da Lombardia e logo se expandiu para as regiões de Vêneto e Piemonte. A doença se espalhou para todo o país. "O governo demorou muito para tomar medidas mais severas e aqui nós demoramos para entender o que estava acontecendo. O tempo jogou contra a gente", conta a jornalista. O isolamento social foi considerado a melhor forma de prevenir a contaminação contra o vírus e a medida foi instituída na Itália e na China. 
Márcia e o filho de 15 anos estão realizando suas atividades normais, como o trabalho e os estudos, à distância. Eles são autorizados a sair de casa para ir ao mercado ou à farmácia, visitar familiares idosos que necessitem de ajuda e levar o cachorro da família para passear. Segundo o decreto, funcionários de hospitais, fábricas grandes e mercados são os únicos que podem sair para trabalhar. Quem sai sem uma declaração de necessidade está sujeito a pagar uma multa de 206 euros ou 3 meses de prisão. 
Lidar com a ansiedade e o estresse é um dos maiores desafios do isolamento. Segundo Márcia, esse processo é muito difícil principalmente para quem está acostumado a uma rotina cheia. "No início estava tudo bem, mas só de pensar que tem mais três semanas… Estamos tentando ser positivos", ela conta. Psicólogos italianos têm oferecido atendimento gratuito para auxiliar a população a enfrentar os momentos de solidão proporcionados pela quarentena. 
Nesse momento, a jornalista tem buscado distrações, como fazer biscoitos e exercícios em casa. Uma das principais, nasceu no segundo dia de quarentena junto com a sua vontade de informar os brasileiros sobre os perigos da pandemia. Ela criou uma página no Facebook com o intuito de compartilhar notícias e responder dúvidas. "É como se eu estivesse correndo na frente de vocês para avisar. É sério, deixem para lá teoria de conspiração, isso não vai produzir nada. Não pensem no que pode ser esse vírus. Ele existe, ele mata, ele é muito rápido", explica.
Na página Covid19, Márcia tem falado muito sobre fazer esse sacrifício. O canal de comunicação direto foi criado para mostrar a experiência de quem está na linha de frente e alertar sobre as medidas que devem ser tomadas. "Vocês precisam pegar de exemplo o que está acontecendo na Europa escutando pessoas que estão aqui ou lendo as notícias daqui. Não entrar em pânico. O ideal é se isolar", aconselha.


Correio do Povo

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