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terça-feira, 21 de junho de 2022

Petrobras é alvo de processo na Comissão de Valores Mobiliários após renúncia de presidente

 


A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu nesta segunda-feira (20) processo administrativo para investigar a divulgação de notícias sobre a Petrobras, que confirmou a renúncia de seu presidente, José Mauro Coelho.

O órgão responsável pela fiscalização do mercado financeiro também questionou a Petrobras sobre movimentações atípicas com suas ações, após identificar alta nos números de negociações no fim da semana passada.

Apenas na sexta (17), após anúncio de reajustes no preços da gasolina e do diesel, a estatal perdeu R$ 27,3 bilhões em valor de mercado, segundo a plataforma de dados financeiros Economática.

O processo aberto nesta segunda é da supervisão responsável por analisar a divulgação de comunicados, notícias ou fatos relevantes por companhias com ações negociadas em Bolsa. A CVM não comenta o teor dos processos.

As notícias sobre a decisão de Coelho começaram a circular ainda no domingo (19). O comunicado oficial foi divulgado pela Petrobras pouco antes das 10h, levando à suspensão das negociações com ações da estatal na Bolsa de São Paulo.

A retirada temporária de uma ação do pregão é adotada sempre que há alguma divulgação ou movimento de mercado capaz de provocar oscilações potencialmente prejudiciais à operação. Após a renúncia, as ações tiveram forte oscilação na Bolsa.

Às 12h28, as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) subiam 0,40%, a R$ 30,04. Os papéis preferenciais (PETR4) ganhavam 0,37%, cotados em R$ 27,42. No intervalo entre as suspensões, por volta das 11h, ambas chegaram a cair mais de 4%.

No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados deram uma série de declarações com potencial de impactar as ações da companhia. Bolsonaro chegou a dizer que a empresa perderia R$ 30 bilhões em valor de mercado nesta segunda.

A investigação aberta nesta segunda é a quinta relacionada à divulgação de informações pela estatal apenas neste ano.

A CVM decidiu abrir investigação sobre a divulgação da troca no comando da Petrobras. O processo avaliará se a comunicação ao mercado seguiu as regras estabelecidas para companhias abertas.

Em março, a conturbada troca no comando da Petrobras também foi alvo de investigações da CVM. As primeiras informações sobre a demissão do general Joaquim Silva e Luna saíram no meio da tarde do dia 20, mas a estatal só enviou comunicado à CVM após as 20h.

Processo semelhante foi aberto em maio de 2021 após a demissão do presidente anterior da estatal, Roberto Castello Branco, anunciada por Bolsonaro em live no Facebook e só confirmada pela Petrobras no dia seguinte.

As declarações levaram a empresa a perder R$ 102,5 bilhões em valor de mercado em apenas um dia, com os investidores temendo intervenção na gestão da companhia e em sua política de preços dos combustíveis.

Em resposta à CVM nesta segunda, a Petrobras diz “que não tem conhecimento de qualquer ato ou fato relevante pendente de divulgação que possa justificar as oscilações registradas no preço, na quantidade e no número de negócios envolvendo ações de sua emissão”.

O Sul

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