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sábado, 11 de setembro de 2021

Recuo de Bolsonaro colocou a economia brasileira de volta aos trilhos, diz o ministro Paulo Guedes

 


Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro divulgar uma “Declaração à Nação” na qual afirma que nunca teve “intenção de agredir quaisquer dos poderes”, Paulo Guedes aposta suas fichas na pacificação do País e na continuidade das discussões de reformas. “A iniciativa do presidente colocou tudo de volta aos trilhos”, afirmou.

De acordo com o ministro, a manifestação divulgada na quinta-feira (9) deixou claro que Bolsonaro está jogando dentro das regras e que qualquer excesso verbal foi um “mal entendido”. “O presidente não sinalizou em nenhum momento que descumpriria as regras democráticas. Nosso presidente merece respeito, ganhou a eleição com mais de 60 milhões de votos”, afirmou. “Nunca aposte contra a democracia brasileira, vamos sempre surpreender.”

Em ato político na última terça-feira (7), em São Paulo, Bolsonaro afirmou que não mais cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que é inconstitucional. “Dizer a vocês que, qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”, declarou Bolsonaro na Avenida Paulista.

“A pergunta é se poderia todo esse barulho sobre instituições e democracia atrapalhar essa bem posicionada economia. Minha resposta é: isso poderia gerar muito barulho, isso poderia desacelerar o crescimento, mas não mudaremos a direção. Interrompemos a rota errada. Estamos de volta aos negócios”, afirmou Guedes, para quem as manifestações de 7 de Setembro, mesmo com pedidos de intervenção militar e fechamento do STF, foram “celebração pacífica da democracia”, pois não foram registrados atos de violência.

Ele disse que os cidadãos têm direito de manifestar sua opinião com relação ao Supremo, mas nunca com violência pois isso atenta contra a democracia. “Uma coisa é manifestar sua opinião sobre como as instituições estão trabalhando, mas não instigar a violência”, afirmou.

Controle da inflação

Também nesta sexta, Guedes afirmou que o Brasil atualmente passa pelo pior momento da inflação, que deve terminar o ano entre 7,5% e 8%, mas que a alta dos preços será controlada em 2022, quando o índice oficial deve fechar próximo de 4%, dentro da meta a ser perseguida. O ministro ainda afirmou que está confiante em um crescimento “robusto” no ano que vem, quando o presidente Jair Bolsonaro tentará a reeleição.

A avaliação de Guedes destoa de uma parte dos analistas de mercado que veem, na verdade, o risco de a economia brasileira passar por uma estagflação, combinação de fraqueza econômica e preços em alta.

Para o ministro, no entanto, a independência formal do Banco Central tem o objetivo de controlar a “inflação transitória”. Mesmo independente, porém, o BC não cumprirá a meta da inflação deste ano, como reconhecem o próprio órgão e o ministro. O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).

A outra parte do trabalho, segundo Guedes, é feita pelo Ministério da Economia, que tem “lutado uma batalha diária a favor do compromisso fiscal”. “Acho que vamos ser bem sucedidos em conter inflação. Também temos gatilhos fiscais em todos os entes federativos”, afirmou durante evento do Credit Suisse, sem explicar a quais gatilhos se referiu.

O Sul

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