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segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Bolsonaro defende participação de PMs em manifestações do Dia da Independência e diz que não vai recuar de suas posições

 


O presidente Jair Bolsonaro defendeu a participação de policiais militares nas manifestações marcadas para esta terça-feira, 7 de setembro, feriado do Dia da Independência. Ele também garantiu que não irá recuar de suas posições, em uma referência indireta à forte tensão entre os Poderes Executivo e Judiciário.

“Hoje vocês veem alguns governadores ameaçando expulsar policiais militares que por ventura estejam de folga e compareçam para festejar o 7 de setembro.

Nas redes sociais, militares e policiais militares – na maioria dos casos, da reserva, já que os da ativa são proibidos por lei de estarem em atos políticos – participam das convocações para as manifestações de 7 de setembro.

Fala-se na participação de “milhares de policiais”, apesar das ameaças de governadores e do Ministério Público de punir e processar aqueles que decidirem comparecer mesmo contra a lei.

Uma das bases mais fortes do bolsonarismo, a participação de policiais militares preocupa os governadores pelo potencial de violência que pode vir de homens armados e atraídos pela ideia de dar endosso às ameaças veladas de golpe de Bolsonaro.

Engajamento

Apesar do risco de infringirem a lei, cerca de 30% dos policiais militares do País planejam ir a manifestações a favor de Bolsonaro programadas para esta terça-feira. É o que aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Atlas Intelligence junto a 3.146 agentes de forças de segurança.

As regras para a presença em manifestações políticas variam de acordo com o texto dos regimentos internos das polícias militares de cada Estado. De um modo geral, entretanto, os regulamentos proíbem a participação de seus integrantes da ativa.

Em relação à presença nos atos, 44% dos policiais militares disseram que não pretendem ir às manifestações, ao passo que 15% declararam que provavelmente não irão. Outros 5% ficaram no “talvez” e outros 6% não souberam responder.

Quando a mesma pergunta foi feita à população em geral, com outras profissões, 18% responderam que vão às ruas apoiar Bolsonaro com certeza e 47% disseram que não pretendem participar do ato.

A pesquisa ainda questionou se os entrevistados acham que policiais devem ter permissão para participar das manifestações do dia 7. Entre PMs, 40 responderam que “sim” e 47% disseram que “não”. Na população geral, essa divisão foi de 36% e 46%, respectivamente.

Um levantamento feito pelo mesmo instituto em abril mostrou que 71% dos PMs declararam ter votado em Bolsonaro no pleito presidencial de 2018. Desse total, 81% garantiram ainda estar satisfeitos com a escolha e 17% admitiram arrependimento.

Ao menos oito dos 27 Estados já se comprometem a punir membros de tropas que comparecerem aos protestos manifestações, enquanto outros dez não deixam claro como agirão, sete não responderam e dois admitem que vão tolerar o engajamento, desde que os agentes não estejam de farda. O Rio Grande do Sul se enquadra nesse último caso.

Sem recuar

“Ou falo o que os caras querem ou abrem inquérito contra mim. Estão achando que vão me brochar, estão achando que vou recuar”, declarou durante evento em Brasília.

Ele é alvo de diferentes ações investigatórias no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o inquérito sobre “fake news” e o do vazamento de dados sigilosos sobre investigação da Polícia Federal (PF).

Essa última está relacionada ao ataque hacker de 2018 contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não relacionado às eleições daquele ano.

Nas últimas semanas, Bolsonaro tem subido o tom especialmente contra os ministros do Supremo Alexandre de Moraes, relator desses inquéritos, e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do TSE e contrário ao voto impresso para urnas eletrônicas, um dos carros-de-batalha de Bolsonaro neste ano.

O Sul

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