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quinta-feira, 26 de março de 2020

Na pandemia, China quer calar o mundo como cala seus cidadãos

Cartaz alerta sobre medidas para proteção contra infecção por coronavírus em Pequim, 6 de fevereiro de 2020| Foto: GREG BAKER / AFP


Não, não há amparo nos fatos a teoria de que o governo chinês desenvolveu o novo coronavírus em laboratório para abalar a economia mundial e dar um salto hegemônico. Dito isso, é preciso reconhecer que o Estado chinês está engajado em uma guerra de propaganda global para eximir-se de responsabilidade na propagação da doença. E, nessa guerra de propaganda, tenta calar o mundo como costuma calar seus próprios cidadãos.

O exemplo mais próximo dos brasileiros foi a reação destemperada do embaixador da China no Brasil, Yang Yanning, a uma crítica feita ao governo de seu país pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), comparando a pandemia do coronavírus ao desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, no período soviético. Além de exigir retratação, Yang compartilhou — e depois apagou — um tuíte que ataca a família Bolsonaro como um todo.

Se fosse um deputado qualquer, as críticas de Eduardo Bolsonaro à China teriam outro peso. Ele sabe, e todos sabem, porém, que o que ele diz é entendido como o pensamento uníssono dos Bolsonaro. E, deve-se reconhecer, poderia ter evitado todo esse imbróglio, se quisesse. O deputado foi inconsequente, não há dúvida.

Mas, se estivesse interessado em manter a boa relação diplomática com as autoridades brasileiras, o embaixador Yang se agarraria ao fato de que oficialmente Eduardo Bolsonaro não fala em nome do Poder Executivo, como bem lembrou o vice-presidente Hamilton Mourão. Era a desculpa perfeita para ignorar a provocação.

A escolha do embaixador Yang de se prender ao outro fato, o de que Eduardo Bolsonaro é filho do presidente e pensa como ele, explica-se pela campanha global que o governo chinês está fazendo para calar as críticas à maneira como lidou com a explosão da epidemia.

As ações de um embaixador, ainda mais de um diplomata submetido à rígida disciplina do governo chinês, não têm nada de aleatórias e devem ser entendidas como parte de uma estratégia mais ampla do país que ele representa. Em outras palavras, o destempero do embaixador Yang tem a aprovação de seus superiores em Pequim.

Se tivesse compromisso com o bem-estar de sua própria população e não com a finalidade única de garantir a sobrevivência do Partido Comunista Chinês como detentor único do poder, Pequim teria sido mais transparente e teria adotado medidas mais imediatas na origem da epidemia. Mas governos de Estados totalitários são assim: escondem acontecimentos negativos até que não seja mais possível, pela simples razão de que não podem ser punidos nas urnas ou por outras formas de livre participação política.

Alguns fatos rápidos sobre a tentativa de acobertamento chinês da epidemia:

 
  • As primeiras infecções de seres humanos aconteceram provavelmente em novembro de 2019 na província de Hubei. Os primeiros casos foram descobertos no início de dezembro. Já no final daquele mês, o governo de Taiwan suspendeu voos vindos da região afetada. O governo chinês, porém, nada fez para isolar a área. Se o tivesse feito, teria evitado que o vírus se espalhasse para o resto do país e para o mundo. Quando finalmente adotou a medida, 5 milhões de pessoas já haviam deixado a região de origem do vírus, levando-o para outros lugares;
  • A razão pela demora foi uma só: o governo chinês não queria admitir a gravidade do surto. As autoridades só reconheceram que havia contaminação entre seres humanos mais para o final de janeiro, quando isso já era anunciado como fato comprovado pela comunidade científica mundial;
     
  • Ao longo de janeiro, apesar dos repetidos apelos internos que incluiu uma greve de cinco dias de agentes de saúde, Hong Kong, um enclave semiautônomo cujo governo é um fantoche de Pequim, recusou-se a fechar as fronteiras com a China continental, o que poderia ter evitado a contaminação local;

Artigo completo aqui.



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