Rossieli Soares relatou que país precisa ter "obssessão" para transmitir conhecimento ao aluno
Rossieli Soares relatou que país precisa ter "obssessão" para transmitir conhecimento ao aluno | Foto: Wilson Dias / ABr / CP
O ministro da Educação, Rossieli Soares, voltou a criticar nesta quinta-feira o projeto de lei Escola Sem Partido, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o Brasil não precisa de uma proposta legislativa sobre a ideologia nas instituições de ensino e que as autoridades precisam centralizar o foco no que é importante para o país: a aprendizagem.
Soares concedeu entrevista à imprensa após participar de um evento no Palácio do Planalto em comemoração aos 50 anos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ao ser questionado sobre o projeto, ele disse que não pode haver “ideologização” ou “partidarização” nas escolas “nem de um lado, nem de outro”.
“O que a gente precisa ter é uma ideologia da aprendizagem, uma obsessão por fazer uma educação, uma escola que garanta aprendizagem. Não dá para aceitar que um terço das nossas crianças não saibam ler ao final do terceiro ano, com 9 anos de idade. Não saibam escrever a palavra porco, com 9 anos de idade”, disse. No final do mês passado, o ministro já havia concedido uma entrevista à Agência Brasil comentando o assunto.
De acordo com Rossieli Soares, outras medidas essenciais na área da educação que estão sendo tomadas pelo governo são a reestruturação do livro didático, a base comum dos currículos do ensino médio e uma nova proposta de formação nacional dos professores. “O Brasil precisa discutir qual é a formação ideal dos nossos professores. Nós temos que continuar avançando naquilo que é importante, apoiar as principais ações que vão traduzir o que é e deveria ser o foco da nação brasileira, que é garantir que as crianças aprendam”.
Durante o discurso, o ministro já havia defendido a necessidade de investimento. “Nós podemos fazer de tudo para esse país, mas se as nossas crianças não tiverem dentro da escola aprendendo, nós não avançaremos como país, como nação em nenhum outro aspecto. Não existe país que não tenha feito uma revolução através da educação, pela mão dos professores, educadores e da transformação da oportunidade que podemos dar às crianças e à toda uma nação.”
Após cinco adiamentos, o parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP), foi lido nesta quinta na comissão especial que trata do projeto, em mais uma reunião marcada pelo embate entre favoráveis e contrários ao texto. No entanto, a votação do PL na comissão foi adiada após pedido de vista coletivo por duas sessões do plenário da Câmara.
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