Rio de Janeiro - Pacientes e visitantes aguardam na entrada do Hospital Municipal Souza Aguiar, centro do Rio
Após a decretação de estado de emergência e da oferta de ajuda federal e do município para a saúde, a rotina de atendimento nos hospitais do Rio começa a retornar hoje (25) à normalidade. Ao todo, a saúde do Rio de Janeiro vai receber, nas próximas semanas, R$ 100 milhões por meio de convênio firmado com a prefeitura da capital, R$ 135 milhões do Ministério da Saúde, divididos em três parcelas, e R$ 152 milhões de receita oriundos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Rio de Janeiro - O autônomo Marcelo César Coelho Santos reclama do atendimento dado à filha no Hospital Estadual Getúlio Vargas
No Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte, que chegou a ter a Emergência fechada e interditada por tapumes, as pessoas que chegavam eram logo encaminhadas ao interior da unidade para uma primeira triagem.
O casal Marcelo Santos e Fernanda de Souza trouxe a filha de três anos, que estava apresentando tosse faz uma semana, inclusive com episódios de vômito. O atendimento foi imediato, mas eles reclamaram que o médico apenas examinou o pulmão da criança e disse que ela não apresentava problemas, recomendando que fosse encaminhada para uma unidade pediátrica.
“Infelizmente, o povo tem que depender dele [do Hospital Getúlio Vargas]. Condição para bancar um plano de saúde hoje em dia está difícil”, disse Marcelo. A esposa reclamou da rapidez no exame: “O médico disse que a criança não tem nada e mandou ir para um posto de saúde. Com certeza, não é o atendimento que eu gostaria de ter”, declarou Fernanda, que trabalha no comércio.
Saiba Mais
A assessoria da Secretaria Estadual de Saúde informou que, quando não é caso de urgência e emergência, o padrão dos hospitais é encaminhar o paciente para unidade apropriada, no caso de uma criança, uma unidade pediátrica.
No Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, a emergência estava funcionando normalmente, mas a reclamação era quanto à demora no atendimento. A dona de casa Elisabete de Souza chegou por volta das 10h levando o marido, que cortou a perna com uma garrafa de cerveja, mas ao meio-dia ainda não havia sido atendido: “Falaram que não tinha material para dar ponto.”
A família do vendedor de frango Jéferson dos Santos veio de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, chegou por volta das 4h30 e precisou esperar quatro horas para ser atendida. O rapaz teve um problema na região pubiana e só foi atendido quando chegou um médico urologista, por volta das 9h. “Passei a madrugada sentido dor”, disse Jéferson.
A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde informou, por nota, que o Hospital Municipal Souza Aguiar está funcionando normalmente, com a equipe de médicos completa e com suprimento de insumos. "Não há desabastecimento de materiais para a realização de procedimentos. Nos últimos dias, as unidades de urgência e emergência da rede municipal registram um aumento de movimento em torno de 35%, em média. Todos os pacientes estão sendo atendidos conforme a classificação de risco, em que os quadros mais graves têm prioridade. Os de menor gravidade são atendidos na sequência, podendo, para esses casos, haver maior tempo de espera."
A dona de casa Carmem Lúcia de Andrade levou o pai ao Hospital Federal de Bonsucesso. Ele quebrou o braço após uma queda de bicicleta e foi prontamente atendido. “Foi de imediato. Entrou, fez os exames e já internaram ele, que vai ter que operar.”
As verbas liberadas para os hospitais do Rio devem suprir as necessidades imediatas, como pagamento de funcionários e compra de insumos, até a primeira quinzena de janeiro, segundo o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. O estado do Rio foi afetado pela perda de arrecadação com a crise da indústria petrolífera, que registrou uma baixa histórica no preço do barril de petróleo e ainda sofreu com a interrupção de investimentos da Petrobras, após a deflagração da Operação Lava Jato.
Ajuda
Na manhã de ontem (24), um caminhão com o primeiro lote de insumos foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, de onde o material também será distribuído para os hospitais Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e Alberto Torres, em São Gonçalo, na região metropolitana. No total, o ministério vai doar R$ 20 milhões em produtos destinados à saúde para o governo do estado.
Pescadores são internados em Fortaleza depois de ficar seis dias à deriva
Os oito pescadores que naufragaram próximo a Fernando de Noronha, e foram resgatados no Ceará, seguem internados em duas unidades de saúde de Fortaleza e sem previsão de alta. Oriundos de Natal (RN), eles chegaram ontem (24) à noite na Praia do Mucuripe trazidos por uma embarcação cearense.
Segundo a Capitania dos Portos do Ceará, a embarcação pesqueira apresentou um problema no sábado (19), e afundou próximo à ilha pernambucana. O comandante e os sete tripulantes ocuparam um bote salva vidas e ficaram à deriva durante seis dias. Eles foram avistados ontem (24), por volta das 14 horas, no litoral de Cascavel, na região metropolitana de Fortaleza.
Dos oito pescadores, seis estão internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Praia do Futuro, na capital cearense. De acordo com o médico Leonardo Rodrigues, chefe da equipe de plantão da UPA, eles estão estáveis, orientados e respirando bem. “Eles chegaram com graus de desidratação entre leve e moderado e alguns tinham bastante dor muscular por conta do esforço.”
Os relatos dos pescadores dados aos médicos da UPA dão conta de que eles se alimentaram com barras de proteína e água potável. “Isso foi decisivo para a manutenção de um quadro de vida estável”, afirma Rodrigues. Os pescadores relataram ainda, conforme o médico, que ontem o bote furou e eles passaram a nadar antes de serem resgatados.
Os outros dois ocupantes do barco foram internados no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) por apresentarem um quadro de saúde mais delicado, conforme a Capitania dos Portos. Segundo a assessoria de comunicação da unidade, eles também estão estáveis.
A Marinha está em contato com a Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte para identificar e informar os familiares dos pescadores. Um inquérito será aberto para investigar as possíveis causas do acidente.
Alunos de São Paulo fazem confraternização de Natal em escolas invadidas
Alunos que participam do movimento de invasão de escolas no estado de São Paulo comemoraram o Natal dentro dos próprios colégios. Na Escola Estadual Alves Cruz, na capital paulista, cerca de 15 pessoas, entre pais e estudantes, fizeram uma ceia durante a noite dessa quinta-feira (24). Na Escola Estadual Fernão Dias Paes, também em São Paulo, os alunos fazem um churrasco na tarde de hoje (25).
Os estudantes de ambos os colégios deverão desocupar os prédios em breve, mas ainda sem data definida. “Nosso movimento é contra a reorganização. Nosso movimento não é ocupação. Ocupação é uma tática como os atos de rua são uma tática. Mas, a partir do momento que foi suspensa a reorganização, a tática deixou de ser eficaz, porque a população passou a não apoiar a gente”, disse o aluno João Cecci, que cursa o segundo ano do ensino médio no Alves Cruz.
Saiba Mais
Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, havia 18 escolas ocupadas até a noite de ontem (24). O projeto de reorganização da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo previa o fechamento de 94 escolas e a transferência de cerca de 311 mil estudantes. O governo do estado anunciou a revogação da reorganização no dia 4 de dezembro. A previsão é de que as alterações sejam implementadas em 2017, após debates com a comunidade escolar em 2016.
No entanto, mesmo após o recuo do governo, os estudantes mantiveram a mobilização reivindicando a garantia da participação de pais e alunos nos debates previstos para o próximo ano. “Quando a gente for entregar a escola, a gente vai fazer uma série de exigências, inclusive um pouco mais da voz dos alunos dentro da gestão escolar”, disse Cecci.
“Nosso sonho é uma escola que não tenha diretores, que não tenha essa hierarquia dentro dela. Porém, a gente sabe que não é tão fácil de mudar o sistema de ensino, então a gente vai começar por mudanças que a gente realmente possa ajudar, não tão drásticas”, acrescentou.
Segmentação
O objetivo da reorganização, segundo a secretaria, é segmentar as unidades em três grupos, conforme a idade e o ano escolar. De acordo com o órgão, a segmentação melhora o rendimento dos alunos. Em nota, a secretaria disse que tem atuado para entregar escolas melhores, com ambientes mais preparados para cada faixa etária e com profissionais capacitados para atender os estudantes. Segundo a secretaria, manter os alunos da mesma idade juntos é prática comum de alguns dos melhores colégios do país e de países referência em educação.
ICMS:
Estado fiscaliza devedores
A
Receita Estadual desencadeou a segunda fase da Operação
Concorrência Leal para fiscalizar as vendas dos grandes devedores de
ICMS do Rio Grande do Sul em remessa para outros estados. Com foco em
114 empresas cujas dívidas acumuladas somam R$ 654 milhões, a
operação ocorreu de maneira simultânea em seis postos.
Fonte: Correio do Povo, capa da edição
de 6 de setembro de 2015.
Hungria: migrantes rompem cerco
Horgos
– Dezenas
de migrantes conseguiram forçar a passagem entre as forças
policiais e entrar em território húngaro, durante incidentes ontem
na fronteira com a Sérvia. Segundo jornalistas da agência France
Presse que estavam no local, alguns migrantes conseguiram arrancar as
grades colocadas nas vias de acesso à Hungria, junto ao posto
fronteiriço de Rozske, e passar pelas fileiras de policiais
antimotim.
Os incidentes começaram no início
da tarde, quando o segundo a Polícia da Hungria, um grupo “se
tornou agressivo e lançou pedras, garrafas e paus contra a Polícia
do lado húngaro”. Repórteres testemunharam o lançamento de
objetos contra agentes, que responderam com canhões de água e gás
lacrimogêneo. Segundo o governo húngaro, 20 policiais ficaram
feridos e alguns migrantes, incluindo pelo menos duas crianças,
foram socorridos do lado sérvio devido ao efeito do gás.
No local estavam cerca de 500
migrantes, dos quais 300 forçaram a entrada. O governo sérvio
protestou contra o uso por parte da Hungria de gás lacrimogêneo e
anunciou o reforço de policiais em sua fronteira comum. “Decidi
enviar reforços policiais para evitar novos distúrbios”, anunciou
o ministro do Interior, Nebojsa Stefanovic.
O secretário-geral da Organização
das Nações Unidas, Ban Ki-moon, criticou o tratamento que a Hungria
está dispensando aos imigrantes, que considerou inaceitável, e
pediu que a dignidade humana seja respeitada.
Fonte: Correio do Povo, página 10 de
17 de setembro de 2015.
Helicóptero com Dilma solta
labaredas
O
helicóptero usado pela Presidente Dilma Rousseff para ir do Palácio
da Alvorada até a Base Aérea de Brasília, onde embarcaria no avião
presidencial rumo aos EUA, soltou labaredas pouco antes de decolar.
Apesar do susto, o piloto manteve o plano de voo. Segundo a
assessoria da Força Aérea Brasileira (FAB), o voo foi “100%
seguro” e “transcorreu dentro da normalidade”. A FAB afirma que
o piloto tomou conhecimento do fato, mas manteve o voo porque o
painel de controle não apresentou falhas.
Fonte: Correio do Povo, página 4 de
25 de setembro de 2015.
Morreu
no domingo, em Belo Horizonte, a escritora Helena Jobim, irmã do
músico Tom Jobim, falecido em 1994. Helena tinha 84 anos e sofria do
mal de Alzheimer. A morte se deu em decorrência de problemas nos
rins. O velório foi realizado ontem na Santa Casa de Misericórdia
de BH e o enterrado foi também ontem no Cemitério da Paz. Helena
publicou seu primeiro livro na década de 1960, o romance “A Chave
do Poço do Abismo”. A obra foi finalista do Prêmio Walmap. Ela se
notabilizou pela obra “Trilogia do Assombro”, de 1981 (José
Olympio), que virou filme sob direção de Marco Altberg sob o nome
de “Fonte da Saudade”. Trata de três mulheres que vivem em meio
a lembranças de infância. Em 1993, Helena recebeu o Prêmio
Destaque em Prosa, concedido pela União Brasileira de Escritores.
Ela escreveu também biografia dedicada ao irmão: “Antônio Carlos
Jobim – Um homem iluminado” (Nova Fronteira, 1996). Radicada em
Belo Horizonte, a escritora carioca terá a vida levada ao cinema
pelo cineasta Ernane Alves.
Fonte: Correio do Povo, caderno Arte &
Agenda, página central.
