A Câmara Municipal de Porto Alegre avançou mais uma etapa no processo que pode levar à cassação do vereador Gilvani “o Gringo” (Republicanos). Nesta quarta-feira, a Comissão de Ética aprovou, por 11 votos a favor e uma abstenção, o parecer da relatora Karen Santos (PSOL), que considera procedentes as acusações contra o parlamentar.
O caso agora segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Depois dessa etapa, a decisão final caberá ao plenário, onde serão necessários 24 votos entre os 35 vereadores para confirmar a cassação.
Sessão tensa e defesa rejeitada
Antes da votação, a defesa de Gringo pediu o adiamento da sessão alegando “fatos novos” que poderiam alterar a análise do caso. O pedido foi rejeitado pela presidente da comissão, Jessé Sangalli (PL), que considerou a solicitação improcedente.
Ao se defender, Gringo afirmou ser alvo de perseguição política e disse que documentos anexados ao processo teriam sido forjados. Ele também fez acusações contra empresas que prestam serviços públicos e contra vereadores do Novo e o prefeito Sebastião Melo (MDB), mas não apresentou provas.
O vereador declarou ainda que há informações sigilosas relacionadas a investigações judiciais e prometeu continuar denunciando o que considera irregularidades. “Eu saio daqui cassado, mas não saio morto e nem calado”, afirmou.
Como votou cada integrante da comissão
Jessé Sangalli (PL) – Sim
Aldacir Oliboni (PT) – Sim
Hamilton Sossmeier (Podemos) – Sim
Karen Santos (PSOL) – Sim
Alexandre Bublitz (PT) – Sim
Carlo Carotenuto (Republicanos) – Abstenção
Giovani Culau e Coletivo (PCdoB) – Sim
Matheus Xavier (PSDB) – Sim
Marcos Felipi (Cidadania) – Sim
Mariana Lescano (PP) – Sim
Rafael Fleck (MDB) – Sim
Tiago Albrecht (Novo) – Sim
Entenda a acusação
O processo por quebra de decoro parlamentar foi motivado por declarações feitas por Gringo na CPI do Dmae, em 29 de setembro de 2025. Na ocasião, ele admitiu ter pago propina à autarquia no passado e teria mantido vínculo com empresa prestadora de serviços ao município — o que viola a Lei Orgânica.
Em dezembro, o Simers enviou novos documentos reforçando a denúncia. Não é a primeira vez que o vereador enfrenta questionamentos: no início do ano, ele recebeu advertência por suposto abuso de poder ao visitar a UPA Moacyr Scliar para verificar o trabalho de profissionais de saúde, ação considerada de cunho político.
Próximos passos
Após análise da CCJ, o processo será votado em plenário. Nos bastidores, há avaliação de que existe ambiente político favorável à cassação. Caso ela seja confirmada, a vaga será assumida por Professor Tovi (Republicanos), primeiro suplente e atual secretário municipal de Esporte e Lazer.

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