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As tragédias ambientais e direitos humanos, por Jorge Amaro de Souza Borges

O Estado vive uma de suas piores cheias. As mudanças do clima, políticas ambientais ineficientes, associadas à ocupação desenfreada das áreas urbanas, nos fazem repensar as formas de implantar políticas de proteção. Infelizmente, temos observado um elevado número de desastres naturais no país, por motivos de escassez ou excesso de água como secas inundações e deslizamentos de terra, e que têm como ponto central a concentração de populações mais vulneráveis.
Planejamos as cidades corretamente? Essa questão nos remete a pontos importantes de investigação política e social. A proposta deste texto é tratar de um elemento invisibilizado e negligenciado nos discursos e práticas de proteção.
O conceito de cidadania e equidade trata desses sujeitos vulneráveis a partir de duas especificidades em igualdade com os demais. A partir disso, foi elaborado o Protocolo Nacional Conjunto para Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas e Pessoas dom Deficiência em Situação de Riscos e Desastres, que objetiva assegurar a proteção desse público nas situações de risco.
Nosso estado possui 2,5 milhões de deficientes. De todas as pessoas que estão sofrendo por causa das chuvas, quantos delas possuem alguma deficiência? O que estamos fazendo por elas?
Há dois anos, os conselhos nacionais da Pessoa com Deficiência, da Criança e do Adolescente e do Idoso organizaram a Conferência de Proteção e Defesa Civil. Entre as propostas aprovadas, estavam a garantia da necessidade em situações emergenciais. O documento final apresentou três propostas que dialogam com essas questões. A primeira diz respeito ao tema fazer parte da formação escolar. A segunda, aos investimentos. E a terceira, à capacitação dos profissionais da área de proteção. No Plano Plurianual 2016-2019, os programas destinados a defesa civil estão previstos no cumprimento do Protocolo e não dialogam com as propostas da Conferência Nacional. Um alento é que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República prioriza a implementação do Protocolo.
Por isso, insistiremos na transversalidade e na participação social. Ou os que mais precisam sempre à margem das políticas públicas, inclusive nos momentos mais difíceis, como nestes desastres. Por uma defesa civil inclusiva. Este tema precisa entrar na agenda dos conselhos, gestores e sociedade.


Servidores da Faders


Fonte: Correio do Povo, página 2 de 21 de outubro de 2015.