Especialistas da ONU denunciaram nesta quarta-feira (24) o bloqueio naval ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra navios petroleiros sancionados que partem ou seguem para a Venezuela. A medida foi classificada como um “ataque armado” ilegal, em desacordo com o direito internacional.
⚓ Bloqueio e operações militares
Desde agosto, os EUA mantêm um dispositivo militar no Caribe, oficialmente para combater o narcotráfico. As forças americanas já realizaram ataques contra supostas embarcações ligadas ao tráfico na região e no Pacífico oriental, com saldo de 105 mortos. Além disso, Trump determinou o bloqueio de todos os petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela. Pelo menos dois navios foram apreendidos. Washington acusa Caracas de usar a venda de petróleo para financiar atividades como narcoterrorismo, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros.
💰 Recompensa contra Maduro
O governo americano também ofereceu US$ 50 milhões (R$ 276 milhões) por informações que levem à captura do presidente Nicolás Maduro, acusado de liderar o chamado “Cartel de los Soles”. A Venezuela nega envolvimento com o tráfico e afirma que os EUA buscam derrubar Maduro para controlar as reservas de petróleo do país, consideradas as maiores do mundo.
📑 Posição da ONU
Os especialistas, vinculados ao Conselho de Direitos Humanos, afirmaram que não há base legal para sanções unilaterais via bloqueio armado.
“É um uso tão grave da força que está reconhecido como agressão armada ilegal pela Assembleia Geral em 1974”, destacaram.
Eles também criticaram os ataques a embarcações supostamente ligadas ao tráfico, alegando falta de provas de que transportavam drogas.
“Nenhuma das pessoas assassinadas representava ameaça imediata que justificasse o uso de força letal. Os responsáveis devem ser investigados e levados à Justiça”, acrescentaram, pedindo que o Congresso dos EUA suspenda o bloqueio.
🌍 Reações internacionais
Na reunião do Conselho de Segurança da ONU realizada na terça-feira (23), Rússia e China condenaram a pressão militar e econômica dos EUA sobre a Venezuela, classificando-a como “intimidação” e “comportamento de caubói”. O embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, afirmou:
“Estamos diante de uma potência que atua à margem do direito internacional, exigindo que nós, venezuelanos, abandonemos nosso país e o entreguemos.”
Fonte: Correio do Povo
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