O calor intenso dos últimos verões está transformando o hábito de consumo de vinhos no Brasil — e os números confirmam essa virada. Dados da Ideal BI mostram que 2025 marca um ponto de inflexão: os vinhos brancos cresceram 18% em vendas, ritmo muito superior ao dos tintos (+2%) e dos rosés (+4%). Com isso, os brancos já representam 25% do mercado nacional, enquanto os tintos caem para 66% e os rosés se mantêm em 9%.
A tendência não é passageira. Projeções para 2026 indicam continuidade desse avanço, impulsionado pelo clima quente, pela busca por bebidas mais leves e pela curiosidade do consumidor em experimentar novas uvas e estilos. Em outras palavras: quando o termômetro sobe, o vinho branco assume o comando.
Esse movimento acompanha o que relatórios internacionais da OIV e da Wine Intelligence vêm apontando: um consumidor global mais aberto a vinhos de acidez vibrante, menor teor alcoólico e perfis aromáticos frescos. Também cresce o grupo dos chamados “exploradores de uvas”, interessados em castas menos tradicionais e em estilos associados ao verão, como Vinho Verde, Sauvignon Blanc, blends mediterrâneos e brancos de clima frio.
Concursos internacionais reforçam essa onda ao premiar cada vez mais rótulos brancos de diferentes regiões, consolidando sua versatilidade gastronômica e seu protagonismo na estação mais quente do ano.
Uvas antes discretas agora brilham nas cartas de restaurantes
A mudança de comportamento abre espaço para variedades que antes eram nichadas. A Alvarinho, por exemplo, segue em ascensão no Brasil, especialmente em rótulos de Monção e Melgaço, combinando acidez firme e textura elegante.
Outra casta que ganha terreno é a Viognier, conhecida por seu perfil floral e sedoso, ideal para quem busca brancos aromáticos e com mais estrutura — perfeitos para acompanhar pratos condimentados ou receitas brasileiras mais intensas. Uvas como Arinto, Encruzado e Chenin Blanc também entram no radar de consumidores curiosos, ampliando o repertório sensorial disponível no mercado.
O avanço dos brancos brasileiros
O Brasil vive um momento especialmente positivo na produção de vinhos brancos. Regiões de altitude e áreas de clima frio têm mostrado grande capacidade de elaborar rótulos frescos, precisos e com forte identidade, muitas vezes com excelente relação entre qualidade e preço.
A adoção crescente da tampa rosca (screw cap) — que preserva o frescor e reduz perdas — reforça essa modernização e se alinha ao estilo de vinhos pensados para o verão.
Com consumidores mais descomplicados, curiosos e abertos a novidades, o cenário se torna ideal para consolidar o verão como a estação dos vinhos brancos. Afinal, poucas bebidas traduzem tão bem a leveza e a refrescância do calor brasileiro quanto uma taça de branco bem gelada.
Cinco vinhos brancos que são a cara do verão
1️⃣ Manus Liberum Assyrtiko
Branco vibrante, mineral e de alta acidez, com notas cítricas e tropicais. Excelente para frutos do mar, peixes grelhados e saladas.
2️⃣ Garibaldi VG Pálava
Delicado e floral, com aromas de maçã verde, pêssego e jasmim. Elegante e refrescante, combina com pratos leves e frutos do mar.
3️⃣ Miolo Reserva Pinot Grigio
Leve, frutado e fácil de beber. Ideal para iniciantes ou para o dia a dia, acompanhando massas leves, pizzas, saladas e refeições descontraídas.
4️⃣ Salvatore Reserva Alvarinho
Aromático, fresco e elegante, com notas cítricas e florais. Ótimo para pratos mediterrâneos, peixes e frutos do mar.
5️⃣ Cata Terroir Viognier
Mais encorpado e sedoso, com aromas florais e de frutas de caroço. Perfeito para quem gosta de brancos estruturados e para harmonizações mais complexas.
.jpg)
.png)
