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Jornalismo perde Plínio Saraiva

Diretor do jornal O Taquaryense, único do RS que ainda adota o sistema tipográfico, faleceu ontem

O jornalista Plínio Saraiva, diretor do jornal O Taquaryense, de Taquari, morreu ontem, às 14h15min, no Hospital São José, onde estava internado. Aos 101 anos, ele havia sofrido um aneurisma cerebral na madrugada da última sexta-feira e acabou entrando em coma na tarde do mesmo dia. O corpo está sendo velado na Câmara de Vereadores de Taquari e o sepultamento ocorrerá hoje, às 17h, no Cemitério Municipal.
Plínio se encontrava à frente do jornal, o segundo mais antigo do Rio Grande do Sul, desde 1962. O veículo, com uma tiragem de 500 exemplares, é o único no Estado que ainda funciona no sistema tipográfico, tendo começado a circular em 31 de julho de 1887, utilizando tipos móveis. Mais tarde, passou a ser impresso pelo equipamento francês Marinoni, a primeira impressora comprada pelo Correio do Povo, que utilizou desde a fundação até 1910, quando foi adquirida por Albertino Saraiva, fundador do Taquaryense, pai de Plínio. Funcionário aposentado da Exatoria Federal, o jornalista gastava parte da aposentadoria para cobrir as despesas do semanário. O mais antigo periódico em circulação no Rio Grande do Sul é a Gazeta de Alegrete, que foi criada em 1º de outubro de 1882, por Luiz de Freitas Valle.
José Harry Saraiva Dias, neto do jornalista e gerente do Taquaryense, lembra que o principal objetivo da vida de Plínio era acordar na segunda-feira para começar a preparar o jornal. Além disso, mantinha uma profunda relação com a sua cidade. “Meu avô amava essa terra”, disse. Dias garantiu a continuidade do semanário em parceria com a Univates, de Lajeado, que promoverá o intercâmbio histórico e cultural por meio da manutenção e preservação do arquivo e do acervo do jornal.


Fonte: Correio do Povo, página 16 de 10 de agosto de 2004.