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Alerta para os preços da soja

Os preços obtidos pela soja no Brasil são resultados da taxa de câmbio e não refletem a realidade do mercado internacional. A constatação, do Sistema Farsul, foi divulgada ontem em forma de alerta acompanhada de uma nota técnica na qual a orientação é que os produtores devem “tomar um conhecimento dos riscos envolvidos e travar preços”. O texto sugere um “planejamento defensivo, já que pode haver uma inversão na taxa de câmbio até abril de 2016” - época da próxima colheita – e admite que, “se isso ocorrer, deverá haver uma forte perda para os produtores”.
O alerta considera que a cotação internacional do saco de 60 quilos caiu de 25 dólares no início de setembro de 2014 para 18,3 dólares na sexta-feira passada. O economista Antônio da Luz explicou que o dólar a R$ 3,81 em setembro interferiu diretamente no preço pago ao produtor. “Dos R$ 69,63 recebidos pelo saco (na sexta-feira), R$ 29,03 são consequência direta da variação cambial”, calculou. “Se utilizássemos a média do ano passado, o valor do saco seria R$ 40,60”. Ressaltou, ainda, que, no momento em que houver um encaminhamento de soluções para a crise econômica atual, a tendência da taxa de câmbio será de queda. A nota técnica afirma que se não fosse a depreciação do real, os agricultores estariam vendendo a soja a preços muito baixos, o que levaria a um forte crise no setor.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/RS), Décio Teixeira, admite que “alguma coisa tem que se travar”, referindo-se à venda imediata para garantia de preço, mas entende que o mercado “pode melhorar ainda mais”. A justificativa é que o câmbio estava represado havia alguns anos e que o mercado internacional pode reagir. Ressalvando que não há conselhos, sugere apenas que o produtor se mantenha informado e observe questões como câmbio, mercado e política para tomar suas decisões. O analista de mercado Farias Tolgo também entende que a tendência internacional é de alta. Por isso, acredita que o produtor deve vender somente o que precisa para travar os custos de produção e seguir atento às variáveis do mercado para comercializar o restante de seus grãos.



Fonte: Correio do Povo, página 12 de 23 de setembro de 2015.