O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (27) a prisão domiciliar de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão ocorre um dia após a tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
⚖️ Condenação
Martins integra o chamado “núcleo 2” da trama golpista, acusado de “operacionalizar” a tentativa de golpe.
Em 16 de dezembro, foi condenado pelo STF a 21 anos e 6 meses de prisão por cinco crimes.
Entre fevereiro e agosto de 2024, esteve em prisão preventiva, sendo liberado posteriormente com medidas cautelares.
Em dezembro de 2025, a Primeira Turma do STF condenou Martins e outros quatro réus, incluindo Silvinei Vasques.
👤 Quem é Filipe Martins
Tem 38 anos, é natural de Sorocaba (SP) e formado em Relações Internacionais pela UnB.
Cursou Diplomacia e Defesa na Escola Superior de Guerra.
Foi assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência a partir de 2019, no início do governo Bolsonaro.
Trabalhou anteriormente com o ex-chanceler Ernesto Araújo e atuou como intérprete, tradutor e assessor econômico na Embaixada dos EUA no Brasil.
Se aproximou da família Bolsonaro em 2014, por meio de Eduardo Bolsonaro, que se tornou seu padrinho político.
É apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”, acusado de difundir desinformação contra adversários do ex-presidente.
🚨 Investigação por racismo
Em 2021, Martins foi acusado de fazer gesto associado a supremacistas brancos durante sessão no Senado.
O MPF alegou que o sinal remetia à expressão racista White Power.
Inicialmente absolvido, voltou a ser investigado após recurso e, em dezembro de 2024, foi condenado por racismo a dois anos e quatro meses de reclusão, convertidos em prestação de serviços comunitários e multa de R$ 52 mil.
Sua defesa alegou que a decisão se baseava em “conjecturas políticas”.
📄 Trama golpista
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o “núcleo 2” ofereceu apoio jurídico, operacional e de inteligência ao plano golpista.
Martins teria participado da elaboração da chamada “minuta golpista”, documento que previa a imposição de um estado de exceção no país — acusação negada por sua defesa.
Fonte: Correio do Povo

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