Entenda como dois sistemas meteorológicos causaram enchente grave em São Lourenço do Sul

 Município viu residências em área urbana atingidas, lembrando de alagamento com mortes em 2011



A enchente no Sul do Rio Grande do Sul por volumes extremos de chuva atingiu milhares de moradias em São Lourenço do Sul, no sábado. Neste domingo, a cheia cedeu. A chuva intensa fez o Arroio São Lourenço transbordar e invadir ruas e casas na área urbana do município. O cenário levou a prefeitura a decretar calamidade pública.

Os volumes foram extremos na área do Arroio São Lourenço. Estação do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) indicou precipitação de 201 mm. Produtores rurais no interior do município chegaram a medir 300 mm em seus pluviômetros. Em contexto, a precipitação média histórica da região, considerando dados de Pelotas, é de 117 mm em agosto. Ou seja, em apenas 36 horas choveu o equivalente a 50 dias na região.

E por que choveu tanto? Foram dois sistemas meteorológicos os responsáveis pela chuva excessiva no Sul do Rio Grande do Sul, uma frente quente e depois uma frente fria, ambas com altos volumes. Uma frente quente se organizou sobre o Rio Grande do Sul na madrugada e manhã da sexta e trouxe chuva volumosa no Sul e no Leste gaúcho. No final da sexta, com ar frio se aproximando, frente fria ganhou muita intensidade com chuva pesada e altos volumes no Sul do estado.

A chuva não foi apenas volumosa no Sul e atingiu também o Centro e parte do Leste gaúcho. No Centro do estado, os acumulados chegaram a 210 mm em São Sepé e 180 mm em Cachoeira do Sul. Em Porto Alegre, em alguns bairros, a chuva apenas entre sexta e sábado somou 130 mm, mais que a média histórica de agosto inteiro de 120 mm. Na região metropolitana, no limite com a zona Leste da capital, caíram 150 mm em Viamão.

Tragédia em 2011

A cheia em São Lourenço trouxe a memória do desastre de 2011. Em 10 março daquele ano, episódio de chuva extrema e isolado junto ao interior do município levou a uma subida feroz e rápida do Arroio São Lourenço, no meio da noite, na área urbana do município, apanhando a população local de surpresa.

Em mais de 50% da cidade, principalmente na zona urbana, a água subiu de 1,5 metro a 3 metros de altura. Foram usados helicópteros e barcos para retirar as pessoas dos telhados. Oito pessoas morreram.

MetSul Meteorologia e Correio do Povo

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