Produtores rurais suspendem protesto após 48 horas de pressão em Porto Alegre

 Mobilização por prorrogação de dívidas rende promessa de anúncio de resoluções para a próxima semana

Expectativa é do anúncio de três resoluções do Conselho Monetário Nacional | Foto: Fetag-RS / Divulgação / CP


Depois de 48 horas de protestos, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, interrompeu as manifestações nesta quinta-feira, dia 22, em frente ao prédio da Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, em Porto Alegre. A mobilização tinha como objetivo chamar a atenção para a longa espera que o governo federal impõe ao setor sobre uma solução para a prorrogação dos pagamentos das dívidas dos produtores rurais afetados por sucessivos prejuízos devido a eventos extremos climáticos no Estado.
Desde a terça-feira, dia 20, os produtores rurais estavam acampados no local, alguns inclusive pernoitando nos corredores do prédio. Entretanto, nesta quinta-feira, o presidente da Fetag-RS esteve com o coordenador-geral de Seguro da Agricultura Familiar do MDA, José Carlos Zukowski, e o secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do MDA, Vanderley Ziger, que prometeram o anúncio de diversas resoluções do Conselho Monetário Nacional para a próxima semana.

“Uma com novas regras possibilitando os custeios por meio do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Se Deus quiser, alinhado, com aquilo que nós estamos tratando de melhorias para o Programa”, adiantou da Silva.

Conforme o presidente da Fetag-RS, outra resolução abordará os custeios do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “As partes que não foram enquadradas pelo Proagro podendo ser prorrogado em três anos dentro do manual de crédito”, antecipou, acrescentando que uma terceira resolução deve ser anunciada possibilitando também o alongamento por três de prazo pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). “Isso é o que garantiu o Vanderley e também o Banco Central”, afirmou.
Além disso, Silva explicou que ficou acordado que a entidade vai elaborar com outros movimentos sociais da agricultura familiar, em conjunto com a Comissão da Agricultura da Assembleia Legislativa uma nova proposta de prorrogação de dívidas ampliadas.

“Uma proposta intermediária em relação aos 20 anos de securitização e também uma linha de créditos para as cooperativas e cerealistas, contemplando a agricultura familiar”, elucidou, reforçando o motivo para a suspensão do protesto em Porto Alegre mas enfatizando que os mesmos tem crescido no interior do Estado em quantidade de pessoas.

“Foi importante essa mobilização porque com ela conseguimos avançar e continuaremos cobrando a bancada gaúcha. Queremos que trabalhe junto conosco, reunida no Congresso”, reforçou, sobre a causa da dívida dos produtores do Rio Grande do Sul.

Correio do Povo

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