Ataque à escola em Santa Catarina evidencia uma naturalização da violência
Taline Oppitz
Em três anos e meio, dezenas de alunos e professores foram atacados em escolas, locais, que, nesses casos, deveriam ser seguros. Além de dezenas de feridos, foram 16 mortos nos episódios que, ao contrário do que eram acostumados, não aconteceram nos Estados Unidos ou em países europeus, mas aqui, no nosso quintal. Os casos no Brasil têm evidenciado escalada assustadora. De 2001 até agora, os ataques tiveram como palco estados como Ceará, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina. Levantamento da transição do governo federal aponta que de 2000 até 2022, ocorreram 16 ataques a escolas no Brasil, com 35 mortos e 72 feridos. Apenas no segundo semestre do ano passado, foram registrados quatro casos, sem considerar os que foram impedidos por ações de inteligência das polícias.
O mais recente, nesta quinta-feira, em Blumenau, Santa Catarina, chocou o país. Uma escola infantil foi invadida e quatro crianças ficaram mortas a machadadas. Outras cinco estão hospitalizadas . Uma delas, em estado grave. Não há palavras que fazem jus ao ocorrido. Em que a sociedade vive? O que nos tornamos? Estamos doentes e banalizando a violência e ataques que antes ficavam restritos a internet e que cada vez mais ganhavam a vida real? Quando passamos a naturalizar o ódio, a intolerância, ataques e assassinatos livres? Até quando? A brutalidade do ataque à escola infantil de Blumenau levou imediatamente a anúncios de uma série de ações, em diversas instâncias, para prevenir outros casos que certamente virão.
O presidente Lula, que classificou os assassinatos de monstruosidade, irá editar decreto interministerial para elaborar uma política nacional de combate à violência nas escolas frente ao aumento de massacres em solo brasileiro. Também foram liberados R$ 150 milhões para fortalecer a segurança nas escolas. Os anúncios foram feitos depois de reunião de última hora chamada por Lula com integrantes do primeiro escalão após a tragédia em Blumenau, que não atinge apenas as famílias das vítimas, mas resguardadas como proporções, a todos nós, enquanto sociedade, e todo o país, que chora.
Correio do Povo
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