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No Panamá, Dilma defende investimentos em educação e infraestrutura
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
Dilma fez uma defesa do que chamou de “grande esforço de ajuste fiscal” como medidas necessárias ao reequilíbrio do crescimento brasileiro Roberto Stuckert Filho/PR
Em discurso nesta sexta-feira (10), na Cidade do Panamá, a presidenta Dilma Rousseff destacou, diante de plateia de empresários de diversos países do Continente Americano, os investimentos em infraestrutura e em educação necessários para que o Brasil continue crescendo “de forma sustentável” e citou a integração regional como um dos compromissos a ser priorizado por ela nos próximos anos.
Ela fez também uma defesa do que chamou de “grande esforço de ajuste fiscal” que vem promovendo no país como medida necessária ao reequilíbrio do crescimento brasileiro.
A presidenta iniciou sua fala celebrando a “acelerada inclusão social” ocorrida no Brasil, que já foi “um país extremamente desigual”. “Eu quero dizer que a grande mudança que o Brasil deseja e encaminhou nesses últimos anos é se transformar em um grande país de classe média. Esse é o objetivo da nação brasileira”, afirmou.
Dilma discursou ao lado dos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama; do México, Enrique Peña Nieto, e do Panamá, Juan Carlos Varela. Eles participaram, na Cidade do Panamá, de um debate do Foro Empresarial das Américas, cujo tema este ano é Integração Produtiva para o Desenvolvimento Inclusivo. Na noite de hoje, os chefes de Estado e de Governo dos 35 países das Américas e do Caribe participam da abertura da 7ª Cúpula das Américas, também no Panamá.
Em uma breve fala inicial, a presidenta disse que a infraestrutura e a inovação são fatores estruturais para a continuidade do crescimento brasileiro. Dilma classificou a educação de “único jeito” de assegurar inclusão social permanente. Quanto à infraestrutura, a presidenta apontou como fundamentais tanto investimentos logísticos quanto urbanos.
“Mobilidade urbana e habitação como infraestruturas sociais são fundamentais. Junto com ferrovias, portos, aeroportos e toda expansão energética necessária para assegurar o crescimento”, afirmou. Algumas obras que o Brasil desenvolve com outros países americanos nesse quesito foram citadas pela presidenta como exemplos de parcerias com diferentes governos e empresários, como o Porto de Mariel em Cuba, o Pólo Petroquímico da Cidade do México e a construção e o financiamento dos gasodutos sul e norte na Argentina.
“Acho que a integração regional das nossas economias funciona como um fator que expande as nossas fronteiras, oportunidades e economias. Daí porque o Brasil se dedicou nos últimos anos a investir fortemente na integração de infraestrutura”, disse.
Após defender, no discurso, a importância da inovação para a melhoria de renda dos brasileiros e o desenvolvimento de setores-chave do país como agricultura e indústria, Dilma voltou ao tema quando respondia aos empresários. Segundo ela, a ciência e a tecnologia podem fomentar um aprimoramento na quantidade mas também na qualidade do ensino dos países.
“O grande desafio de países como o Brasil é a educação – consideramos que ela tem que estar no centro do processo tanto de crescimento econômico quanto de inclusão social”, destacou a presidenta, complementando que é necessário que o país exerça atividades que agreguem valor. “Eu acho que a América Latina, e todos nós temos de almejar sermos produtores de valor agregado, utilizadores do conhecimento como forma de garantir que os nossos povos de fato tenham acesso a um padrão de vida de classe média.”
O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno, foi o mediador do debate, para o qual centenas de líderes empresariais foram convidados. Nomes como Mark Zuckerberg, fundador e presidente do Facebook, foram confirmados como oradores do evento.
Atores e amigos lamentam morte da crítica teatral Bárbara Heliodora
Alana Gandra e Paulo Virgilio - Repórteres da Agência Brasil* Edição: Aécio Amado
O Hospital Samaritano confirmou a morte hoje (10), de manhã, da crítica teatral Bárbara Heliodora, de 91 anos. Ela estava internada desde março passado. O corpo será velado amanhã (11) no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio de Janeiro, a partir das 8h. A cerimônia de cremação está programada para as 15h.
Bárbara Heliodora traduziu boa parte da obra de ShakespeareVanor Correia/Governo do Estado do Rio de Janeiro
A secretária de Estado de Cultura, Eva Doris Rosental, disse que o teatro brasileiro está de luto com a perda de uma pessoa que dedicou toda a vida a ele, como uma das críticas mais respeitadas do país, traduzindo Shakespeare, escrevendo livros e ensinando a arte do palco a gerações de alunos.
A atriz Zezé Motta lamentou a morte e disse à Agência Brasil que Bárbara Heliodora era uma mulher que sabia tudo de teatro e deu uma grande contribuição para o setor, não só com suas pesquisas, mas como crítica também. “Tem pessoas que implicam com a crítica, mas eu acho que crítica faz parte. Uma vez, ela me criticou, mas para mim foi útil. Eu mexi no que ela tinha criticado e ficou melhor o show. Enfim, foi uma grande perda. Mas ela deixou um legado que várias gerações vão ainda usufruir.”
“Bárbara era uma pessoa importante para o teatro brasileiro”, definiu a atriz Cristina Pereira. Segundo Cristina, apesar da avaliação rigorosa das peças teatrais, que a fazia temida pela classe teatral, os atores e as atrizes ficavam esperando com ansiedade a crítica de Bárbara Heliodora. “A opinião dela fazia parte do cotidiano do teatro. É uma grande perda. Era uma mulher de personalidade, uma intelectual, uma pessoa culta, conhecedora e amante do teatro. Ela fez parte da nossa vida de atores, de operários da arte.”
“Amiga da vida inteira”, a diretora teatral e atriz Jacqueline Laurence lamentou também a morte de Bárbara, a quem considerava uma mulher apaixonada pelo teatro, que foi se tornando uma das personalidades culturais mais importantes do país, com uma enorme contribuição à cultura brasileira. "Marcou o grande público e a classe teatral inteira com a sua personalidade, sua presença, a força do seu trabalho crítico e incentivador do teatro”, disse Jacqueline. A diretora ressaltou que Bárbara sempre soube separar a relação de amizade com ela de sua condição profissional como atriz e diretora de teatro. Para Jacqueline Laurence, Bárbara Heliodora foi a maior crítica de teatro de toda uma geração.
Considerada a maior autoridade no Brasil na obra de William Shakespeare, Bárbara Heliodora, filha mais nova do casal de intelectuais Anna Amélia e Marcos Carneiro de Mendonça, atribuía à mãe a paixão pela obra do dramaturgo inglês. Em 2005, por ocasião do lançamento de um de seus livros sobre o autor - O Homem Político em Shakespeare - ela se definiu, em entrevista ao jornal O Globo, do qual era crítica teatral, como “presidente do fã-clube de Shakespeare”.
Na ocasião, Bárbara contou que, aos 12 anos, ganhou da mãe Anna Amélia o primeiro volume das obras completas do dramaturgo. “A partir daí, Shakespeare tem sido um grande e bom amigo ao longo dos anos”. A carreira de crítica teatral começou em 1958, no hoje extinto jornal Tribuna da Imprensa. No mesmo ano, ela se transferiu para o Jornal do Brasil, onde assinou uma coluna teatral até 1964. Reconhecida pela seriedade, erudição e rigor de seu trabalho, ela decidiu naquele ano afastar-se da crítica para atuar na direção do Serviço Nacional de Teatro (SNT).
Do final da década de 1960 até 1985, Bárbara Heliodora exerceu o magistério, primeiramente no Conservatório Nacional de Teatro e depois no Centro de Letras e Artes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Uni-Rio), onde foi titular da cadeira de História do Teatro. A partir de 1986, voltou a exercer a crítica teatral, primeiramente na revista Visão e depois no jornal O Globo, até janeiro do ano passado, quando decidiu deixar o cargo, aos 90 anos de idade.
Professores de São Paulo decidem manter greve
Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas
Os professores paulistas decidiram hoje (10), em assembleia geral, manter a greve iniciada há 28 dias. A assembleia dos professores, realizada na Praça Roberto Gomes Pedrosa, próxima ao Palácio dos Bandeirantes, teve a presença de pelo menos 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.
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Após a decisão, os professores seguiram para a sede do governo paulista. Eles reivindicam a abertura de negociação com o governo do estado, além de reajuste de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias de nível superior e a incorporação do bônus concedido aos professores, com base no rendimento dos profissionais.
Na última semana, os professores bloquearam o tráfego em rodovias para pressionar o governo a negociar. Ontem (9), a Rodovia Anchieta foi fechada por cerca de uma hora pelos profissionais de ensino de São Bernardo do Campo.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado disse que permanece aberta ao diálogo e que, neste ano, reuniu-se quatro vezes com os sindicatos que representam os servidores.
"Os professores da rede estadual paulista que receberam reajuste salarial em agosto contam com piso salarial 26% superior ao estabelecido em todo o país, com um aumento salarial de 45% nos últimos quatro anos. Este mês a pasta iniciou o pagamento do maior bônus da história, que totaliza R$ 1 bilhão", destaca a nota.
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