Paulistanos mudam hábitos e cortam gastos com água

A crise de falta de água que afeta a cidade de São Paulo fez a população repensar e mudar comportamentos com o objetivo de economizar esse recurso. Condomínios do município alteraram hábitos e reduziram o consumo. Soluções criativas como o uso de cisternas para captar a água da chuva também ajudam a economizar.

O professor de ciência Júlio Peroni, 28 anos, morador da Vila Nova Iorque, zona leste, tem três cisternas em casa, criadas por ele. A primeira veio há quatro anos, quando o professor conheceu o projeto Cisterna Já, que incentiva a população a construir o equipamento em casa. “Como eu já tinha os materiais encostados em casa e tinha tempo livre, comecei a fazer, por saber da importância de economizar água”, disse.

Com o agravamento da crise hídrica, vieram as outras duas cisternas. Em sua casa, moram seis pessoas e a água de reúso da chuva é destinada à lavagem do quintal, do carro, do chão dentro da casa, das janelas e serve também para regar as plantas.

“O pessoal de casa demorou muito para pegar o hábito de usar essa água. Agora, está mais forte por causa da crise. Então, foi uma mudança gradual. No início era bem pequena a diferença [na conta de água] e hoje deve passar 40%”, conta. A economia compensa financeiramente, já que o custo da cisterna foi R$ 250.

Em dois condomínios da zona sul, na região da Vila Mariana, a redução no consumo teve grande impacto na conta do fim do mês. No condomínio Ceci-Peri, a conta de água, que não é individualizada por apartamento, caiu de R$ 5,6 mil para menos de R$ 3 mil num período de 4 meses. Com dois blocos e 156 apartamentos, o condomínio também deixou de usar água na limpeza de áreas externas e contou com a colaboração dos moradores.

Segundo José Gomes de Souza, zelador, os espaços comuns, como garagem, jardim e calçada eram lavados a cada 15 dias. “Agora, a gente só varre e passa pano. Nunca mais usamos mangueira”, contou.

A conta do Edifício Dupret, que tem 48 apartamentos e aproximadamente 200 moradores, caiu de R$ 9 mil em dezembro para R$ 2 mil em janeiro. De acordo com o zelador Wesley Silva Tavares Santiago, o gasto com água foi reduzido pela metade e, por isso, o condomínio foi beneficiado pelo desconto da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). “A pretensão é economizar ainda mais”, disse.

No prédio, cada apartamento tem a sua conta de água individualizada, o que contribui para que os moradores economizem. Mas a conscientização foi levada também para as áreas de uso comum. Wesley conta que, antes, os espaços externos do condomínio, pátio e garagem eram lavados a cada três meses “Agora, lavamos a cada 8 meses. A gente não lava mais a garagem, só varre. Nós gastávamos muita água e não é necessário”, disse o zelador.

O prédio está montando a sua cisterna, com capacidade para reservar 20 mil litros. Essa água receberá, inclusive, tratamento antes de ser usada para limpar áreas externas e para regar o jardim. “O custo será de R$ 2 mil por mês, mas compensa, porque deixaremos de usar um pouco da água da Sabesp”, disse Wesley.

O empreendedor social Edison Urbano, do movimento Cisterna Já, diz que o carro-chefe do movimento é a minicisterna, uma solução de baixo custo para residências e que pode ser construída no esquema de “faça você mesmo”.

O Cisterna Já nasceu em outubro de 2014, formado por um grupo de ambientalistas. Edison, que desenvolve a minicisterna, conta que trabalha há 10 anos com projetos socioambientais. “A gente sentiu muita necessidade de fazer alguma coisa, já estávamos prevendo essa crise [de falta de água]”.

Edison explica que, como a água da chuva não é potável, ela pode ser usada na lavagem de pisos, irrigação de plantas e descarga do vaso sanitário. “Para a descarga, é só encher um balde com a água [de reúso] e jogar na privada”, disse. Ele calcula que, em épocas chuvosas, é possível economizar 50% na conta de água.

Um manual com o passo a passo sobre como construir a sua própria cisterna está disponível na página do projeto. Os materiais necessários podem ser encontrados em lojas de construção, e o custo varia de R$ 150 a R$ 300.

 

Agência Brasil

 

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                          Inscrições para o ProUni começam amanhã

                           

                          Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

                          As inscrições para o Programa Universidade para Todos (ProUni) serão abertas amanhã (26). Os interessados em obter bolsas de estudo em instituições particulares de ensino superior já podem consultar na página do programa as bolsas disponíveis.

                          Nesta edição, o ProUni ofertará 213.113 bolsas, sendo 135.616 integrais e 77.497 parciais. As bolsas são destinadas a 30.549 cursos e distribuídas por 1.117 instituições.

                          As inscrições podem ser feitas até o dia 29 na página do ProUni. O candidato que se inscreveu no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) também pode participar do ProUni.

                          Para se inscrever, é preciso ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 e obtido, no mínimo, 450 pontos na média das notas. Além disso, não pode ter tirado 0 na redação. Outra condição é ainda não ter diploma de curso superior.

                          As bolsas integrais são para estudantes que cursaram o ensino médio nas redes pública ou particular, na condição de bolsista integral. Também é necessário comprovar, por pessoa, renda bruta familiar até um salário mínimo e meio. Para as bolsas de 50% da mensalidade, a renda bruta familiar deve ser até três salários mínimos.

                          Professores do quadro permanente da rede pública de ensino, que concorrerem a cursos de licenciatura, também podem participar do ProUni. Nesse caso, não é necessário comprovar renda.

                          Veja a lista dos cursos com maior oferta de bolsas:

                          1.     Administração – 22.050

                          2.     Pedagogia – 15.562

                          3.     Direito – 15.010

                          4.     Ciências contábeis – 11.917

                          5.     Engenharia civil – 8.405

                          6.     Educação física – 8.181

                          7.     Gestão de recursos humanos – 6.854

                          8.     Enfermagem – 6.801

                          9.     Psicologia – 5.307

                          10.   Engenharia de produção – 5.284

                           

                          Agência Brasil

                           

                          Comerciantes de São Paulo sofrem com falta d'água e reclamam de pouca informação

                           

                          Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

                          Racionamento, restrição hídrica, diminuição da pressão, rodízio. São muitos os nomes que se pode dar para o desabastecimento em razão da crise hídrica em São Paulo. Mas a realidade, cada vez mais frequente na vida do paulistano, é uma só: está faltando água nas torneiras. “Tem dias que não tem água de manhã, tem dia que não tem à tarde e tem dia que falta o dia todo”, relatou Iélia Barbosa, auxiliar administrativo de um restaurante na Vila Madalena, bairro nobre da zona oeste paulistana. Comerciantes entrevistados pela Agência Brasil contam como têm driblado o problema da falta d'água e o que têm feito para reduzir o consumo.

                          No restaurante administrado por Iélia, a saída tem sido a caixa d'água. “Ela é suficiente para um dia. Já tivemos que comprar água. Usamos a da caixa para limpeza e a mineral para cozinhar”, declarou. Ela aponta que isso aumenta o custo das refeições, mas, por enquanto, o acréscimo não está sendo repassado para a clientela. De acordo com a Companhia Estadual de Saneamento Básico (Sabesp), a torneiras vazias não têm relação com racionamento, trata-se de uma diminuição de pressão da rede de distribuição. Os horários em que falta água, portanto, não são conhecidos. “Era melhor que tivesse uma agenda com os dias que vai ter e não vai ter”, propôs a auxiliar.

                          O geólogo Pedro Luiz Côrtes, professor da área ambiental da Universidade de São Paulo (USP) e do Mestrado em Gestão Ambiental da Universidade Nove de Julho, avalia que é fundamental manter a população informada. “A informação chega a conta-gotas. Isso é péssimo porque aumenta a insegurança sobre o que vai acontecer. Esta é uma crise que poderia ter sido minimizada se a população tivesse sido avisada com antecedência”, apontou. Ele defende que o governo estadual apresente à sociedade um plano com os cenários com os quais está trabalhando para a crise, o planejamento para cada um deles, como deve se dar a recuperação dos mananciais e as alternativas para o abastecimento.

                          Desde dezembro do ano passado, o desabastecimento é frequente no salão da cabeleireira Angelita Miranda, na Vila Madalena. “A gente não pode fazer química, porque precisa de mais água. A gente deixa de atender algumas clientes”, relatou ela que trabalha no local há 30 anos. Os tratamentos que requerem mais água sá são feitos quando ela verifica que tem água suficiente. “Já tive que fazer permanente, que é um trabalho difícil, com pouca água. Sem previsão do que daria de resultado. A gente não pode deixar transparecer para o cliente”, relembrou. Para reduzir o consumo, ela passou a acumular as toalhas do salão para colocar juntas na máquina.

                          Também na zona oeste, no bairro Alto de Pinheiros, o lava-jato de Rodrigo Tavares enfrenta dificuldades com redução de 40% da clientela. “As pessoas deixaram de levar e aumentaram o prazo das lavagens. A frequência era em torno de 15 dias e agora aumentou para mais de 40”, informou. No estabelecimento, uma placa indica que não se usa água da Sabesp na lavagem dos carros. “Se não desse essa informação, o movimento ia cair mais ainda. Estamos na crise há seis meses”, completou. Cerca de 70% da água do lava-jato é de reúso, tratada por um sistema montado no próprio local. A água nova é retirada de um poço artesiano. Tavares precisou demitir três funcionários e aumentou em 14% o valor da lavagem.

                          Na zona leste, a lanchonete de Halisson Parente precisou fechar as portas uma vez por causa da falta d'água. “Já teve dias que a gente não estava preparado e faltou [água] o dia inteiro. O jeito foi deixar para o outro dia”, relatou. O estabelecimento, na Avenida Paes de Barros, na Mooca, funciona diariamente das 7h às 21h, mas todos os dias, a partir das 14h, o que sustenta o abastecimento é a caixa d'água. “Antes faltava a partir das 18h. Faz um tempo que vem racionando, mas agora, faz uns 20 dias, que às 14h para”, declarou. Para economizar, ele deixou de lavar o bar semanalmente. “Agora é só uma vez por mês e sem mangueira, é com balde”, informou.

                          O cenário é o mesmo na região central da cidade. A lavanderia de Manoel Matos está, pela primeira vez, terceirizando serviços. “Eu mando fazer serviço fora para lavar cobertor, edredons. Mando fazer lavagem a seco”, apontou o proprietário que trabalha há 38 anos no mesmo local. Ele conta que tem uma clientela cativa, mas está encontrando dificuldades para atender no prazo que fazia anteriormente. “Antes entregava com três dias, agora, são cinco, sete dias”, relatou. De acordo Matos, a situação piorou nos últimos 15 dias. “A água não está mais subindo para a caixa d'água. Não tem força. Estou pegando água com a mangueira aqui de baixo [da rua]”, declarou.

                           

                          Agência Brasil

                           

                           

                          Sob ameaça de seca do Cantareira, especialistas defendem medidas de curto prazo

                           

                          Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

                          A possibilidade de o Cantareira, maior reservatório de água da região metropolitana de São Paulo, secar no início de junho, levanta questionamentos sobre o que ainda pode ser feito pelo Poder Público em um prazo tão curto. Especialistas entrevistados pela Agência Brasil estão pessimistas quanto a soluções imediatas para a crise e reforçam a necessidade de ampliar a economia de água. A maior parte das medidas apontadas, algumas já adotadas pelo governo estadual, dependem de investimentos e levam tempo para ficar prontas. A projeção de esgotamento, feita pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), aponta que esse cenário é possível caso as chuvas continuem 50% abaixo da média e a captação se mantenha nos níveis atuais.

                          “Sinceramente, não há o que fazer para substituir de imediato o Cantareira. É um sistema muito grande que tem participação significativa no fornecimento de água para São Paulo”, avaliou o geólogo Pedro Luiz Côrtes, professor da área ambiental da Universidade de São Paulo (USP) e do Mestrado em Gestão Ambiental da Universidade Nove de Julho. De acordo com ele, antes da crise hídrica, o Cantareira era responsável por fornecer 33 metros cúbicos por segundo (m3/s) dos 71 m3/s consumidos na região metropolitana de São Paulo. Atualmente, a vazão está em 17 m3/s. Apesar da redução, essa quantidade ainda é maior do que a que tem entrado no manancial.

                          Para o professor, a crise hídrica, que já provoca falta d'água em diferentes regiões da capital, está só no começo. “Se deixarmos de contar com a água do Cantareira e do Alto Tietê [segundo maior reservatório, que também registra níveis críticos], vamos perder mais de 50% da água que era utilizada para abastecimento da região metropolitana de São Paulo”, estimou. Ele aponta que isso trará consequências importantes para a vida da população. “Não só na qualidade de vida, mas na geração de empregos, na atividade econômica do comércio. Isso poderia ter sido evitado com um planejamento mais adequado”, avaliou.

                          Saiba Mais

                          Em relação às alternativas para o abastecimento, Côrtes apontou a retirada de água subterrânea. “A Sabesp [Companhia Estadual de Saneamento Básico] já vem buscando essa opção, os chamados poços artesianos. Mas não é possível substituir um manancial usando somente essa água”, apontou. A companhia não informou quanto capta com este recurso atualmente. A represa Billings, que tem tamanho similar ao Cantareira e está com mais de 50% da capacidade, também tem sido apontada como opção. “Mas tornar a Billings uma alternativa real demanda investimento muito significativo em captação, estação de tratamento, interligação à rede. Isso leva alguns anos”, declarou.

                          O uso da Billings também é defendido por entidades que formam a articulação Aliança pelas Águas. Marussia Whately, uma das coordenadoras da organização, alerta para a necessidade de rever a utilização desta represa. Ela acredita que, além de dar mais segurança hídrica ao estado, a iniciativa iria ajudar a construir um modelo mais sustentável de abastecimento. “Avançar no uso da Billings como um manancial de abastecimento seria uma solução mais sustentável de cuidado com a água. Vamos recuperar uma represa que já existe, usar uma fonte de água ao lado da cidade e não gastar bilhões para construir novas represas em locais distantes.”

                          Como ações de curto prazo, o Aliança pelas Águas, grupo criado no ano passado para buscar soluções para a crise hídrica, propõe medidas como campanhas de esclarecimento, envolvimento da sociedade e das prefeituras na gestão da crise, proibição e penalização de usos abusivos da água, manutenção dos incentivos na conta para quem economiza, redução de perdas no sistema de distribuição e criação de programas e ações para recuperação das áreas degradadas dos mananciais.

                          Outra medida apontada pelo professor da USP é a ampliação da captação de outros sistemas, como o Guarapiranga. Mas há um limite nessa interligação. “É preciso construir a infraestrutura para fazer captação e tratamento dessa água, porque estamos buscando alternativas para um sistema que é responsável por grande parte da região metropolitana”, explicou. Ele destaca, no entanto, que para aumentar a retirada de um manancial é necessário fazer estudos ambientais. “Até que ponto o Guarapiranga poderia suportar, porque a recuperação do Cantareira pode demorar muitos anos.”

                          O professor de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da USP, José Carlos Mierzwa, não vê muitas possibilidades para amenizar a crise que não seja a diminuição do consumo. Entre as alternativas para que se amplie a economia de água, ele propõe a substituição dos equipamentos hidráulicos por versões mais eficientes. “Isso possibilitaria [uma redução] em curto prazo, se houvesse campanha de incentivo por parte do governo, por meio de redução de imposto”, propôs. Ele cita, como exemplo, os vasos sanitários que possuem dois acionamentos de descarga, com menor ou maior vazão. Mierzwa estima que a economia é de aproximadamente 30%.

                          Sobre o aproveitamento de água da chuva, ele alerta que só é indicado usá-la em áreas em que não há risco de contaminação. “Descarga de bacia sanitária, lavagem de piso”, exemplificou. A água de reúso, com tratamento de água do sistema de esgoto, está sendo feita pelo governo estadual como alternativa para o abastecimento. “A questão que deveria ser priorizada, além de eventuais obras para trazer mais água, é investir seriamente em tratamento de esgoto”, defendeu. Segundo o professor, a capacidade de tratamento das estações hoje é de aproximadamente 30%. “Teria que investir em novas tecnologias para ampliar a capacidade das estações, produzir uma água melhor e recuperar a qualidade dos rios”, propôs.

                           

                          Agência Brasil

                           

                           

                          Rio de Paz cobra amparo às famílias de crianças mortas por bala perdida

                           

                          Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

                          A organização não governamental (ONG) Rio de Paz, vinculada ao Departamento de Informação Pública da Organização das Nações Unidas (ONU), promoveu na manhã de hoje (25) ato na Praia de Copacabana, zona sul da cidade, para alertar autoridades e sociedade sobre a violência que está gerando a morte, por balas perdidas, de crianças no Rio de Janeiro.

                          Com cartazes e uma faixa com a frase “A violência está matando as nossas crianças”, pais e parentes de crianças mortas pediram justiça, ao lado de uma cruz de três metros de altura fixada na areia. Coordenador operacional do Rio de Paz,  o dentista Gregório Dotorovici é engajado no movimento desde 2007. Segundo ele, o ato foi pedido pela família de Larissa de Carvalho, 4 anos, morta por bala perdida no último sábado (17), em Bangu, zona oeste da capital fluminense.

                          “Promovemos o ato para chamar a atenção das autoridades para que amparem famílias que tiveram crianças vitimadas e que se diminua o índice de violência. O registro de 15 crianças é um número considerável no momento.”

                          A estatística inclui crianças de 2007 até a semana passada. Para Dotorovici, o total seria maior se fossem incluídos adultos mortos por bala perdida, além de crianças e adultos feridos. “É um número bastante alto”. Insistiu que o movimento objetiva, além do amparo às famílias, que as autoridades reduzam o índice de letalidade, aumentem o controle das fronteiras e o desarmamento. “Isso não pode ficar sem nenhum tipo de atitude”.

                          Saiba Mais

                          Outro integrante da ONG João Luís Francisco dos Santos afirmou que aqueles que não se comovem com a dor das famílias que perderam filhos por balas perdidas acabam concordando com a situação. “Não é possível ficar parado. Hoje foi com o filho dela, mas poderia ser com o meu”, comentou.

                          Pais de Kayo da Silva Costa, de 8 anos, morto por bala perdida em outubro de 2013, numa tentativa de invasão ao Fórum de Bangu, Adriano Clemente da Silva e Tiane da Silva participaram da manifestação. Conforme Tiane, atos e passeatas para lembrar crianças mortas por bala perdida contribuem para que elas não caiam  no esquecimento.

                          “Tem de ser lembrado, porque não temos mais segurança no Rio. Saímos de casa e não sabemos se nossos filhos voltarão da escola. Não penso mais em ter filhos. Para quê? Para ficar preso dentro de casa? Não podemos mais sair com nossos filhos”. Tiane acrescentou que todo ato ajuda a manter a discussão sobre a falta de segurança no Rio e no país. “Faremos passeatas sempre que pudermos nos unir a outras mães".

                          Emocionada, a mãe de Larissa, Milene, chorou abraçada à placa com o nome da filha, onde estavam uma sandália e brinquedos da menina. Milene disse que espera justiça. “Quem fez isso com minha filha não pode ficar impune. Que seja feita justiça. Estava com minha filhinha para me distrair um pouco e veio uma bala e acertou a cabecinha dela. Por que não acaba a corrupção, por que não param de desviar dinheiro da nossa segurança e dos nossos filhos?”, cobrou Milene.

                          De acordo com Michele de Carvalho Pereira, tia de Larissa, o Rio de Janeiro se uniu esta semana pela dor, pela tristeza. “Hoje, pedimos que o Rio se una pela justiça. O tiro foi dado para o alto. Só vão descobrir o culpado se alguém denunciar, se alguém nas redondezas ouvir e denunciar”.

                          Michele salientou que não se trata apenas da morte de sua sobrinha, mas de outras crianças. “Isto não pode continuar. Queremos que as autoridades façam o desarmamento, porque a guerra não é só lá fora. O Rio de Janeiro está em guerra há muito tempo”. Amigo da família de Larissa, Wendel Nascimento de Moraes acredita que o ato pode ter efeito positivo. “Esperamos que sim. Esperamos que essa violência acabe, um dia”. 

                           

                          Agência Brasil

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