Por Rogério Mendelski
O Brasil está diante de um caso que pode resultar num retumbante problema político institucional. Estou me referindo às conversas do ministro Alexandre de Moraes com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Ambos afirmam que trataram da Lei Magnitsky e a imprensa do centro do país – destaque para O Globo, Estadão e Folha de S. Paulo – insiste em publicar que Moraes ligou seis vezes para Galípolo no mesmo dia para tratar do andamento da compra do Banco Master para o BRB. Moraes nega ter conversado com Galípolo por telefone. Já existia um precedente semelhante de “conversas” entre o STF e o Banco Master quando o ministro Dias Toffoli viajou para o Peru com um advogado do Banco Master. O que tais fatos – Toffoli e Moraes não os negam – provocam na opinião pública é uma pergunta óbvia: fake ou verdade sobre essas conversas e viagens pouco republicanas? A serem fakes compete ao STF esclarecer tim-tim por tim-tim para que não fique qualquer dúvida sobre o comportamento de seus dois ministros citados pela imprensa e comprar uma briga pesada com aqueles jornais. Mas e se a imprensa estiver com a verdade – os telefonemas e a viagem com dúvidas sobre o que foi conversado no jatinho – os ministros Moraes e Tofolli podem ser alvos de impeachment no Senado? Até agora, os dois casos estão também nas redes sociais e literalmente na “boca do povo” e alguns ministros dizem discretamente que se tratar de “tempestade em copo d’água” ou que Moraes, Tofolli e o Gabriel Galípolo não são “pressionáveis”. Em democracias sem relatividade todos os homens públicos sempre serão “pressionáveis”.
SALÁRIO MÍNIMO
Até os mais próximos do presidente Lula sabem que o salário mínimo não pode mais ficar vinculado às aposentadorias e outros benefícios sociais. Só Lula ainda discursa falando sobre um reajuste real do salário mínimo numa economia que não tem fôlego para tal operação.
2026 NA PAUTA
Lula está pensando na sua reeleição e num 2026 cheio de benefícios sociais acima da capacidade produtiva do país. É tão oportunista a ideia que Lula enfrenta “suaves” sugestões de seus assessores fiéis para que não leve adiante a sua proposta sobre o salário mínimo.
VIDA REAL (1)
Além de propostas mirabolantes de como melhorar a vida dos brasileiros, a dura realidade é que a inadimplência atinge hoje 80 milhões de brasileiros endividados com saldo negativo de R$ 511 bilhões e que 8,7 milhões de empresas devem R$ 205 bilhões.
VIDA REAL (2)
O Brasil como pessoa jurídica tem uma dívida pública equivalente a 78,6% do PIB ou, em números bem compreensíveis, a “nossa dívida” é de R$ 9,9 trilhões.
ÉTICA FORTALECE A MAGISTRATURA
O ministro aposentado e ex-presidente do STF, Celso de Mello, disse que a proposta do atual presidente da Corte, Edson Facchin, de criar um código de conduta para o STF atende a um imperativo republicano.
ÉTICA É DEMOCRACIA
Celso de Mello entende que a democracia começa pela ética dos juízes e um código de conduta não enfraquece o STF, mas o deixará mais fortalecido.
Correio do Povo
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