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Senador Alessandro Vieira anuncia coleta de assinaturas para CPI sobre contrato do Banco Master com escritório da família de Alexandre de Moraes

 


O senador Alessandro Vieira (MDB) afirmou nesta segunda-feira (22) que pretende iniciar, após o recesso parlamentar, a coleta de assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar denúncias envolvendo um contrato entre o Banco Master e o escritório da família do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Contrato milionário em análise

Segundo o parlamentar, o acordo, estimado em R$ 129 milhões, estaria “fora dos padrões da advocacia” e levantaria suspeitas de “atuação direta do magistrado” em favor da instituição financeira.

Vieira destacou em publicação no X (antigo Twitter) que as informações são “gravíssimas” e exigem apuração:

“É necessário apurar a veracidade, pois caso confirmadas são absolutamente incompatíveis com a magistratura.”

Até a publicação da notícia, o STF não havia se manifestado sobre o caso.

Denúncia publicada na imprensa

O senador compartilhou reportagem da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, segundo a qual Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para pressionar em favor do Banco Master. A jornalista afirma ter ouvido seis fontes sobre o episódio, relatando três contatos telefônicos e um encontro presencial.

Em uma dessas ocasiões, o ministro teria solicitado que o Banco Central aprovasse a compra do Master pelo BRB, operação anunciada pelas instituições, mas ainda pendente de autorização da autoridade monetária. Nem Moraes nem Galípolo se pronunciaram sobre as alegações.

Detalhes do contrato

De acordo com a apuração, o Banco Master firmou contrato em janeiro de 2024 com a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, prevendo que o escritório da família atuasse na defesa dos interesses da instituição e de seu controlador, Daniel Vorcaro, junto ao Banco Central, à Receita Federal e ao Congresso Nacional.

O acordo estabelecia pagamento de R$ 3,6 milhões mensais durante três anos, totalizando cerca de R$ 129 milhões até 2027.

Investigações em andamento

Vorcaro, controlador do Banco Master, foi preso por 11 dias em novembro e liberado com tornozeleira eletrônica por decisão do TRF-1. Ele e outros quatro executivos são investigados pela Polícia Federal por crimes financeiros na gestão da instituição.

Na última semana, o ministro Dias Toffoli determinou a retomada das investigações sobre suposto esquema de fraude financeira no Master. O despacho autorizou oitivas de executivos e dirigentes do Banco Central, além de permitir quebras de sigilo fiscal e telemático mediante justificativa.

Toffoli também retirou da CPI do INSS dados bancários e fiscais de Vorcaro, determinando que as informações fiquem sob responsabilidade do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A decisão foi criticada pelo presidente da CPI, Carlos Viana, que classificou a medida como “grave” e “estranha”, afirmando que enfraquece a investigação.

Fonte: Correio do Povo

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