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Poderosos se protegem e corrupção avança no Brasil

 


Resumo direto: O editorial da Folha de S.Paulo alerta que, ao tentar corrigir abusos da Lava Jato, o Brasil acabou estimulando um ambiente de impunidade nos três Poderes, onde elites políticas e jurídicas se protegem e a corrupção se espalha.

O editorial da Folha de 23 de dezembro de 2025 aponta que o objetivo legítimo de conter abusos da Lava Jato acabou gerando um efeito colateral grave: a criação de um pacto de autoproteção entre autoridades, que fortalece a impunidade e abre espaço para a corrupção.

⚖️ Casos recentes citados

  • A esposa do ministro Alexandre de Moraes (STF) manteve contrato milionário com um banco investigado por fraude; o magistrado teria discutido temas de interesse da instituição com o Banco Central, o que ele nega.

  • O ministro Dias Toffoli viajou em jato particular com advogado ligado ao mesmo banco e depois colocou sob sigilo um caso de fraude estimada em R$ 50 bilhões.

  • Toffoli também decretou anistia sobre confissões de suborno de empresas investigadas pela Lava Jato, derrubando ações que cobravam mais de R$ 17 bilhões em multas.

  • O deputado Sóstenes Cavalcante (PL) foi flagrado com grande quantidade de dinheiro vivo.

  • Emendas parlamentares continuam sendo fonte de desmandos e desvios.

  • Quadrilhas infiltraram-se no INSS, saqueando aposentados, com nomes de familiares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparecendo em investigações.

  • No Rio de Janeiro, há indícios de crescente infiltração do crime organizado na política e nas instituições.

🚨 Diagnóstico do editorial

Segundo o texto, o combate aos abusos da Lava Jato foi correto, mas resultou em um “vale-tudo impune”. Petistas, bolsonaristas, integrantes do centrão e elites jurídicas teriam se alinhado em torno da autoproteção.

O editorial defende que:

  • O procurador-geral da República deve agir com a mesma energia contra ministros do STF quando houver indícios de irregularidades.

  • O Congresso Nacional precisa abandonar o corporativismo e exercer seu papel de fiscalização com transparência.

  • Não pode haver complacência com aliados do presidente Lula pelo fato de amigos ocuparem cargos na Polícia Federal e no Supremo.

📌 Conclusão

Para o jornal, romper o pacto da impunidade prejudicará apenas os corruptos e será um serviço urgente ao cidadão, que sustenta o Estado com seu trabalho. Além disso, ajudará a combater a deterioração da imagem do Brasil como um território de permissividade e corrupção.

Fonte: Folha de S.Paulo

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