O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (18) que considera válido aguardar caso países europeus precisem de mais tempo para concluir o acordo Mercosul-União Europeia (UE), cuja assinatura estava prevista para este sábado (20), em Foz do Iguaçu (PR).
Em conversa com jornalistas, Haddad negou que haja prejuízos para agricultores italianos e franceses, destacando que o tratado prevê salvaguardas.
“Se alguns países da Europa estão precisando de mais tempo para esclarecer isso para a opinião pública, para os produtores rurais, eu penso que talvez, se for pouco, vale a pena esperar”, disse.
Relação com Macron
O ministro ressaltou sua proximidade com o presidente da França, Emmanuel Macron, com quem mantém contato direto.
“Ontem eu não resisti e mandei uma mensagem para ele, dizendo que o que estava em jogo no acordo Mercosul-União Europeia era muito mais que um acordo comercial, era um acordo de natureza política, um sinal claro para o mundo de que não podíamos voltar a um ambiente de tensão entre dois blocos fechados”, relatou.
Segundo Haddad, Macron respondeu de forma cordial, afirmando ter apreço pelo Brasil, mas indicando a necessidade de mais conversas.
“Vale a pena insistir um pouco mais. Esta é a minha percepção”, completou o ministro.
Lula busca apoio da Itália
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou ter ligado para a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, na tentativa de destravar o acordo. De acordo com Lula, Meloni relatou enfrentar dificuldades políticas internas e pediu um prazo de alguns dias até um mês para viabilizar a assinatura.
O presidente lembrou que representantes da União Europeia haviam garantido que o tratado seria firmado ainda em 2025, no dia 20 de dezembro.
Com os entraves, o governo brasileiro mantém a expectativa de que o acordo seja concluído em breve, reforçando sua importância estratégica tanto no campo econômico quanto geopolítico.

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