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Tiroteio em presídio do Equador deixa 12 detentos mortos

 Com a chacina, o país encerra uma semana violenta

Ao menos 12 detentos morreram em tiroteios registrados na sexta-feira em um presídio da cidade portuária de Guayaquil, no Equador. No mesmo local, nessa semana já haviam sido encontrados seis detentos enforcados e três guardas foram mortos em um restaurante próximo, segundo o Ministério Público local.

A instituição encarregada das pesquisas assegurou pelo Twitter que avança nas averiguações para "identificar os responsáveis ​​pela morte de 12 pessoas privadas de liberdade (PPL) no interior da Penitenciária do Litoral".

Na sexta-feira, correspondente da AFP ouviram tiros dentro do presídio e construíram imagens aéreas nas quais foi possível ver cinco corpos suspensos no chão da penitenciária. O SINAI, organismo encarregado das prisões, detalhou que presos de quatro dos 12 pavilhões que formam a penitenciária envolveram-se nos confrontos com "armas de fogo".

À noite, policiais e militares tomaram o controle do presídio, que abriga cerca de 6.800 pessoas e integra um grande complexo penitenciário em Guayaquil.

"Estamos no pior momento de crise de violência do país", disse o ministro da Defesa, Juan Zapata, em entrevista, na sexta-feira, à Teleamazonas.

Quadrilhas de narcotraficantes disputam violentamente o negócio das drogas e usam os presídios como centros de operações. Dentro e fora das prisões, a violência não dá trégua.

Segundo Zapata, o Equador tem mais de dez grupos do crime organizados vinculados a cartéis mexicanos como o de Sinaloa.

O confronto entre narcotraficantes deixou mais de 420 detentos mortos desde 2021. Em setembro deste ano, cerca de 120 reclusos morreram no presídio Guayas 1, no maior carcerário do Equador e um dos mais sangrentos da América Latina.

Nas ruas, o medo se impõe: homicídios, tiroteios, atentados com explosivos, extorsões, sequestros. A taxa de homicídios quase dobrou entre 2021 e 2022, passando de 14 a 25 por 100.000 habitantes, segundo as autoridades.

Com a chacina desta sexta, o Equador encerra uma semana violenta. No mesmo presídio, as autoridades encontraram seis presos enforcados em suas celas na quarta-feira e na quinta, três guardas penitenciários foram assassinados por pistoleiros em um restaurante vizinho.

Um comitê de familiares de presos destacou na sexta-feira, pelo Twitter, que "há semanas se vem advertindo para este novo massacre" na chamada também penitenciária Guayas 1. Os parentes dos detentos pediram às autoridades ação para evitar mais mortes.

Em meio à espiral de violência que sacode o Equador, na terça-feira, cerca de 30 pistoleiros abriram fogo contra a população em um porto de pesca artesanal, matando nove pessoas na cidade de Esmeraldas (norte), próxima à fronteira com a Colômbia.


AFP e Correio do Povo

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