Ex-presidente Lula aparece na liderança de uma eventual disputa em 2018
POR EDUARDO BARRETTO
Presidente Michel Temer participa da cerimônia de posse da Procuradora-geral da República, Raquel Dodge - Jorge William / Agência O Globo
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BRASÍLIA - O governo Michel Temer tem a pior avaliação da série histórica dapesquisa feita pelo Instituto MDA, encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Realizada desde 1998, no primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a pesquisa divulgada nesta terça-feira aponta que apenas 3,4% dos brasileiros julgam a administração do peemedebista positiva (contra 10% da pesquisa anterior, em fevereiro). Os que desaprovam correspondem a 75% (ante 44%). E os que consideram o governo regular são 18% (eram 39%). A margem de erro é de 2,2%.
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Com esta avaliação, Temer supera a desaprovação ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff em julho de 2015, quando 71% dos entrevistados disseram estar descontentes com a gestão da petista.
Para realizar a pesquisa, pouco mais de 2 mil pessoas foram entrevistadas no período entre os dias 13 e 16 deste mês, em 137 em cinco regiões.
MAIS BAIXA AVALIAÇÃO PESSOAL
A avaliação pessoal do presidente também bateu o nível mais baixo da série, iniciada em 2011: 84% dos entrevistados desaprovam Temer. Em fevereiro, eram 62%. A segunda pior marca agora também é de Dilma, em outubro de 2015, quando foi pessoalmente desaprovada por 81%.
O índice de reprovação a Temer vem crescendo desde sua posse. Em junho do ano passado — após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff —, eram 40% os que reprovavam o presidente. Depois, o índice subiu para 51%, 62%, e agora está em 84%.
A aprovação caiu, no ano passado, de 34% em junho para 32% em outubro. Neste ano, em seguida, teve redução para 24% em fevereiro e, por fim, para 10% neste mês de setembro.
O ex-presidente Lula discursa para simpatizantes em Curitiba - Geraldo Bubniak / Agência O Globo
LULA NA FRENTE PARA 2018
Nos cenários para o pleito de 2018, Lula segue o favorito — inclusive no segundo turno —, seguido por Jair Bolsonaro, João Doria, Marina Silva, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes. No primeiro turno, nas intenções de voto espontâneas, Lula tem 20,2%; Bolsonaro, 10.9%; Doria, 2,4%; Marina, 1,5%; Alckmin, 1,2%, empatado com Ciro Gomes.
Ainda no primeiro turno, na intenção de voto estimulada, foram desenhados três cenários. Nos três, a classificação é a seguinte: Lula, Bolsonaro e Marina Silva. Os quartos colocados mudam entre Alckmin, Doria e Ciro Gomes.
Já para o segundo turno, a pesquisa CNT/MDA preparou 12 cenários estimulados. Em cinco, o nome de Lula foi colocado como opção de resposta. Ele lidera nos cinco: ganharia de Aécio (41,8% a 14,8%), Alckmin (40,6% a 23,2%), Doria (41,6% a 25,2%), Bolsonaro (40,5% a 29,5%) e Marina (39,8% a 25,8%). Bolsonaro teria o melhor desempenho nesses cenários de derrota para o petista.
Marina só não ganharia de Lula: derrotaria Alckmin (28,4% a 23,6%), Aécio ( 33,6% a 13%), Doria (30,5% a 22,7%) e Bolsonaro (29,2% a 27,9%). Ainda em votações estimulados para o segundo turno, Bolsonaro venceria Alckmin (28% a 23,8%), Aécio (32% a 13,9%) e Doria (28,5% a 23,9%).
Os entrevistados também foram questionados da possibilidade de voto especificamente em um concorrente. Aécio foi o candidato com maior índice de quem não votaria nele "de jeito nenhum": 69,5%. Ele é seguido nesse quesito por Ciro Gomes (54,8%), Alckmin (52,3%), Bolsonaro (45,4%), Doria (42,9%), Lula (50,5%) e Marina Silva (51,5%).
Policiais militares acompanham protesto de um grupo de manifestantes 'Fora, Temer' em frente ao Congresso Nacional- Ailton de Freitas / O Globo
PERDA DA ESPERANÇA NOS POLÍTICOS
A despeito da reprovação negativa recorde de Temer — da gestão e pessoal —, 67,7% dos entrevistados disseram que não pretendem protestar pela saída do peemedebista. Quando foram perguntados por que as manifestações contra Michel Temer diminuíram, 50,3% responderam que perderam a esperança com os atuais políticos; 25,4% alegaram falta de perspectivas de mudança a curto prazo; 16,3% justificaram pela saída do PT da Presidência; para 3,9%, há menos motivos para protestar.
Dentre os entrevistados, 94,3% responderam que o Brasil passa por uma crise política. Destes, 49,9% opinaram que a crise não seria solucionada com a troca do presidente da República, ao passo que 41,2% afirmaram que seria.
Para 80%, Michel Temer não está fazendo as reformas necessárias ao país. Já 13,7% acreditam que está. Ao se comparar Temer a Dilma, 55,4% disseram não confiar em nenhum dos dois. Outros 30,1% disseram ter mais confiança na petista, enquanto 11,6% afirmaram confiar mais no peemedebista.
Quanto à oferta de emprego, 37,2% avaliam que está melhorando, contra 32,7% que acreditam estar piorando. A percepção de melhora no emprego é, majoritariamente, que a retomada acontece lentamente. Dos 37,2%, 31,1% disseram que a oferta melhora em ritmo lento; 6%, em ritmo moderado; e 0,1%, aceleradamente.
LAVA JATO
A Lava-Jato teve apoio de 78,5%, enquanto 9,3% desaprovaram a operação. Outros 7,7% não aprovam nem desaprovam.
Para 54%, a operação da Polícia Federal beneficia o país. Já 24% disseram que não beneficia nem prejudica. E 15,9% acham que ela prejudica o Brasil.
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estão nas ruas para prender suspeitos de comprar jurados da eleição da eleição da cidade sede da Olimpíada 2016 - Gabriel Paiva / Agência O Globo
O Globo
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