Uma versão feminista para Thor, o deus do trovão (talvez mais máscula do que o próprio); uma adolescente negra empoderada estilo black power escalada para vestir a armadura do homem-de-ferro; um novo homem-aranha mestiço (“biracial”, nas palavras da editora); uma muçulmana de origem paquistanesa (seria refugiada?) como a Capitã Marvel: tanta diversidade reunida tinha tudo para fazer bombar as vendas desses novos quadrinhos de super-heróis tão prafrentex, certo? A não ser, claro, que o grande público se revela-se tomado por “conservadores reacionários” e desse um desfalque violento no caixa dos roteiristas progressistas!
Marvel executive says emphasis on diversity may have alienated readers
Comics studio’s vice president of sales tells summit that some stores say people ‘have had enough’ of new female and ethnic minority characters.
É incrível como esse povo deslocado (da realidade) não aprende nunca: cada vez que eles percebem que existe um mundo além de sua bolha apartada do senso comum, de seu safe space, tomam um susto de cair o queixo. Quer dizer que foi surpreendente os leitores terem parado de comprar as revistas assim que elas viraram folhetim de proselitismo ideológico? Que coisa: para mim foi bem normal.
Afinal, o consumidor deste tipo de literatura de ficção busca identificar nos personagens basicamente uma característica: força incomum, seja qual for sua faceta, sua natureza. Ela pode manifestar-se como a inteligência de Tony Stark, os poderes exóticos de Peter Parker, as garras de Logan, os dons absolutamente sobrenaturais de Clark Kent. Enfim, ele quer ver indivíduos com capacidades acima da média das pessoas comuns. Em uma palavra: mérito.
Eis que os produtores, inadvertidamente, jogam no colo do leitor uma dúzia de figuras automaticamente associáveis ao modorrento mimimi nosso de cada dia, nas quais é impossível não passar os olhos sem remeter de pronto às ladainhas das minorias cantadas em verso, prosa e chatice rotineiramente (e que juntas totalizam 80% da população), esperando eles, em retorno, ouvirem aplausos efusivos. Tem como não trocar de gibi no ato reflexo? Só eles não sabiam disso, ao que parece.
Mas claro que alegar que os clientes reagiram de forma “fascista” à novidade é bem mais fácil do que admitir o erro. Ou foi culpa dos eleitores do Trump, quem sabe, aqueles supremacistas brancos que preferem o clássico ao “diferente”. SeMoonlight levou o Oscar com sua tríade de bandeiras politicamente corretas, é inadmissível que o lucro destes produtores tão bem intencionados seja reduzido, ora.
Talvez fosse o caso, pois, diante de tamanha opressão, pleitear junto ao legislativo uma regra similar ao “conteúdo nacional” dos cinemas brasileiros, uma cota para heroínas e heróis Nutella. Spike Lee já deve estar com o discurso ensaiado para encampar esta luta pela “igualdade”.
Onde já se viu o dono do dinheiro, o cidadão ordinário, ter a audácia de decidir ele próprio (quando chega na banca e escolhe o que vai comprar para ler), no lugar do “artista”, o que é bom ou ruim para si mesmo, qual entretenimento lhe agrada, o que é divertido ou não? A voz do povo, de fato, é a voz de Deus – desde que ela apenas sirva de caixa de ressonância do discurso daqueles ungidos pela sapiência, claro.
Se a moda pega, uma versão desarmamentista do Rambo vai começar a enfrentar vietnamitas na base do diálogo (e sem xingar, pois palavras machucam), Batgirl vai engravidar aos doze anos e abortar aos seis meses de gestação, os zumbis vão virar veganos, os dragões serão levados semanalmente ao petshop e Robin vai alegar que é uma Mulher Maravilha em corpo de homem e fazer cirurgia de troca de sexo – e passará a usar nome social condizente com seu gênero. E caso um único personagem consiga reunir tudo isso em si mesmo, será mais poderoso que o Apocalipse.
Tudo bem que a Turma da Mônica, de Maurício de Sousa, já vinha “engajando-se” nas causas igualitaristas ultimamente, mas quando até mesmo aqueles seres que, no nosso imaginário, eram capazes de fazer a Terra girar em sentido contrário começam a falar fino e comer pão sem glúten, aí a coisa foi longe demais, sem sombra de dúvidas.
Não tem jeito mesmo: esta guerra é cultural, e por isso, em 2018, é possível que apenas um herói possa nos salvar de ver certos vilões canhotos dominando a cena política…
Por um Brasil sem Populismo!
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