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Unesco: Brasil não vê educação como instrumento de qualificação de vida

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) lançou hoje (5) o Relatório de Monitoramento Global da Educação 2016, com o tema Educação para as Pessoas e o Planeta: criar futuros sustentáveis para todos.

Segundo o estudo, é preciso mudar a maneira como a educação é pensada, pois ela, muito além de apenas transferir conhecimentos, tem a responsabilidade de fomentar os tipos certos de habilidades, atitudes e comportamentos que levarão ao crescimento sustentável e inclusivo.

sala de aula

Relatório da Unesco diz que Brasil ainda não vê educação como forma de qualificação de vida das pessoas Arquivo/Agência Brasil

De acordo com a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, o Brasil é claramente um país que precisa repensar esse papel da educação. “No Brasil, vemos mais uma educação focada em determinados conteúdos, no Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] e na prova de entrada da universidade, e os currículos pautados apenas pelos livros didáticos. Não se vê a educação como esse instrumento de qualificação da vida das pessoas”, disse.

Ela explicou que a educação deve ser baseada em quatro pilares: aprender a conhecer, a fazer, a ser e a viver juntos. “É bastante importante que seja assim porque, nesse sentido, as pessoas ganham autonomia, podem aprender e se desenvolver”, disse. “Projetos que dizem respeito a não ter uma discussão em termos de troca de ideia, que não promovam a autonomia de pensamento, não pode ser educação. É fundamental que haja liberdade, que as pessoas exponham suas ideias e que sejam respeitadas”, completou.

O relatório da Unesco indica que o acesso amplo e igualitário à educação de boa qualidade ajuda a manter práticas e instituições democráticas. Além disso, níveis melhores de alfabetização responderam pela metade das transições para regimes democráticos entre 1870 e 2000.

Desenvolvimento sustentável

O relatório da Unesco vai monitorar o objetivo global de educação da Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. A Agenda 2030 traz os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o plano de ação e as 169 metas prioritárias que devem ser alcançadas pelos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030.

A nova agenda, segundo Otero, traz a relação a ser alcançada para o desenvolvimento sustentável, a preservação do planeta e a qualidade de vida das pessoas, e coloca a educação como carro-chefe para alcançar todos os outros objetivos.

Segundo o estudo, nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, quase 40% dos estudantes de 15 anos de idade têm apenas conhecimentos básicos sobre temas ambientais; no Brasil, Uruguai, México e na Argentina, esse índice sobe para mais de 60%. Segundo Otero, são conhecimentos dos aspectos de preservação do planeta, de reciclagem de materiais, não poluição, atitudes que levam as pessoas a preservar um pouco mais.

“A questão ambiental e de desenvolvimento sustentável é uma agenda positiva e deve ser inserida nos currículos”, disse Otero, frisando que o Brasil conta experiências nesse sentido, iniciativas específicas de municípios, mas ainda não tem uma política pública nacional relacionada ao desenvolvimento sustentável. “Por exemplo, será que nossos jovens estudantes estão atentos ao desmatamento e as consequências que isso traz para a própria vida? A educação tem que começar a evoluir para além do seu escopo e nessa nova agenda isso vai ser bem pautado”, disse.

Escolas devem auxiliar alunos

O relatório da Unesco lançado hoje diz que as escolas devem ajudar os alunos a entender determinado problema ambiental, suas consequências e os tipos de ação necessários para combatê-lo.

Segundo o estudo, o tema tem sido cada vez mais incorporado ao currículo escolar formal; análises de currículos de 78 países mostram que 55% usam o termo "ecologia" e 47% "educação ambiental".

Qualificação profissional

Segundo o relatório, diferenças na qualidade do sistema educacional ajudam a explicar o "milagre" econômico do leste asiático e as "décadas perdidas" na América Latina.

“Para que os países prosperem, é fundamental que haja investimento em educação secundária e terciária [ensino médio e superior] de qualidade. Se for para a educação continuar a conduzir o crescimento, ela deverá acompanhar a rápida mudança do mundo do trabalho”, diz o relatório, já que a tecnologia aumentou a demanda por trabalhadores “altamente” qualificados e diminuiu a demanda por trabalhos de habilidades intermediárias, que são mais facilmente automatizadas.

Entretanto, o relatório aponta que a maioria dos sistemas educacionais não acompanha a demanda do mercado e, até 2020, o mundo poderá ter um déficit de 40 milhões de trabalhadores com ensino superior e um excesso de 95 milhões de trabalhadores com níveis educacionais mais básicos.

“A pobreza é, de longe, a maior barreira à educação. Entre jovens com idades entre 20 a 24 anos, em 101 países de renda baixa e média, os mais pobres têm, em média, cinco anos menos de escolarização do que os ricos; a lacuna é de 2,6 anos entre moradores de áreas urbanas e rurais e 1,1 entre mulheres e homens”, diz o relatório.

No caminho inverso, segundo a Unesco, a educação reduz a pobreza ao aumentar as chances de encontrar trabalhos decentes e salários adequados, além de ajudar a acabar com as lacunas salariais de gênero, status socioeconômico e pautadas em outras bases de discriminação.

 

 

Agência Brasil

 

Rombo nos fundos de pensão

Nelson A.
 Ishikawa/iStock

Os fundos de pensão no Brasil acumularam deficit de R$ 73,3 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Dados recentes da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) mostram que 254 fundos são responsáveis por esse rombo.
E os quatro fundos que são alvo da operação Greenfield —Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios)— têm sido responsáveis por mais de 60% do valor dos rombos registrados pelo setor. Leia mais

 

 

Está chegando a hora

Charles Sholl/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo

A Câmara dos Deputados vai repetir neste ano a tradição de não fazer votações nas semanas que antecedem as eleições. Com isso, o processo de cassação de Eduardo Cunha (PMDB) vai ser a única pauta da Casa até outubro.
A decisão sobre o futuro do ex-presidente da Câmara está marcada para a próxima segunda-feira (12). Leia mais

 

 

Cobrança por dados

Fernanda Carvalho/Fotos Publicas

A Telefónica quer criar um aplicativo que vai dar aos usuários a chance de cobrar de empresas como Google, Facebook e WhatsApp pelo uso de informações pessoais.
O projeto prevê que o cliente da empresa saiba todos os dados pessoais que são compartilhados pela internet com as empresas de tecnologia. Leia mais

 

 

Santos x Barcelona

Eduardo Anizelli/Folhapress

O Barcelona vai denunciar o Santos pela transferência de Gabigol à Inter de Milão. O clube catalão alega que tinha direito por contrato de igualar qualquer proposta pelo atacante, e vai recorrer da transferência junto à Fifa.
De acordo com o contrato, o Santos teria que informar ao Barcelona o recebimento de uma proposta com três dias de antecedência até o anúncio da venda a outro clube. No caso de Gabigol, os paulistas comunicaram o interesse da Inter de Milão dia 29 de agosto e confirmaram a transferência no dia seguinte. Leia mais

 

 

Dia de ficar milionário?

Arte/UOL

Está se sentindo com sorte hoje? A Lotofácil estima um prêmio de R$ 85 milhões para quem acertar os 15 números do sorteio especial em comemoração à Independência do Brasil.
Na Lotofácil, o apostador fatura se acertar entre 15 e 11 números. Por ser um concurso especial, a premiação não acumula. Uma aposta simples custa R$ 2 e pode ser feita até as 19h. Leia mais

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