Hoje, no
Brasil, o Poder parece estar acéfalo, pois a Presidente da
República, figura exótica criada e esculpida pelo apedeuta Lula
para sucedê-lo no governo, estando aparentemente perdida,
desorientada e sufocada pela crise já por mim comentada em artigo
anterior, plena em incompetência, parece haver abdicado da
autoridade que o cargo Presidencial lhe assegura, tornando-se, com a
reforma ministerial que lhe foi imposta, dependente do PMDB e
fantoche do seu criador, o qual, sem cerimônia e falastrão, opina e
se faz obedecer tanto no Governo, quanto no PT.
Como é
terrível ter de reconhecer que, no Brasil, quem governa é
teleguiada por absoluta falta de competência administrativa; que o
Parlamento, com frequência abusiva, é transformado em balcão de
negócios, onde a mercadoria negociada é a troca de apoio por
obtenção de vantagens, ocasiões em que, olvidando a vergonha, a
honestidade e a dignidade, jamais são levados em consideração os
legítimos interesses nacionais; e que, até no Judiciário, o TSE é
presidido pelo Ministro Toffoli, cujo saber jurídico é nitidamente
inferior ao dos seus pares, ficando isso demonstrado quando do
mensalão, oportunidade em que, possivelmente induzido pela gratidão,
portou-se como se ainda fosse advogado do PT.
O
Brasil é o país da incoerência! Sendo o Governo Dilma o grande
responsável pela crise que sufoca os brasileiros, face haver gasto
de maneira perdulária e leviana, praticando absurdos, com o objetivo
de se reeleger, entre os quais as já famosas pedaladas fiscais, com
o deliberado propósito de, pela burla,mascarar o imenso déficit nas
Contas Públicas, obteve do Congresso, como se dolo nenhum houvesse
praticado, a aprovação da DRU para o exercício de 2016, podendo
novamente, com a mesma notória incompetência e enrustida má fé,
a seu bel prazer, dilapidar os recursos espoliados de todos nós
cidadãos contribuintes.
Tratarei
agora de um assunto difundido pela mídia e que se tornou tema de
especulação nacional, envolvendo o Exército Brasileiro. O
assunto, difundido em todas as mídias, foi referente a uma
entrevista proferida pelo Sr. Gen. Ex. Antônio Hamilton Mourão,
então Comandante do Comando Militar do Sul e que motivou a sua
exoneração do aludido Comando, punição imposta pelo Comandante do
Exército, o Sr. Gen. Ex. Eduardo Villas Boas.
Não
conheço pessoalmente nenhum dos dois Generais, mas, os sei
brilhantes oficiais, ambos merecedores do respeito e da admiração
dos pares e dos subordinados. Desconheço em que nível o assunto foi
tratado e as razões de cada um. Sei apenas que o Comandante do
Exército discordou da entrevista do Gen. Mourão, bem como não
teria assimilado o fato de haver o Gen. Mourão aceito que, em uma
Organização Militar integrante de sua área de Comando, fosse
homenageada a memória do Coronel Brilhante Ustra, recentemente
falecido.
Como apenas
ao Comandante do Exército cabe falar em nome da Instituição sobre
assuntos institucionais, é possível que por ser ele fiel ao
princípio de que autoridade, liderança e comando não se divide,
decidiu punir o Gen. Mourão, não tendo praticado com a sua decisão
nenhum arbítrio, violência, ou abuso de autoridade.
Tendo lido
a entrevista, afirmo com ênfase concordar com as assertivas do Gen.
Mourão, assim como também concordo e achei ser um dever de justiça
a homenagem póstuma prestada ao Coronel Brilhante Ustra que,
heroicamente injustiçado, lutou com destemor contra a doença que
lhe consumia a vida e contra a perseguição cretina dos apaniguados
do Governo Dilma e dos parciais e facciosos membros da CNV, que de
tudo tentaram para desmoralizar e desacreditar a sua biografia, como
dedicado Comandante do DOI/CODI de São Paulo (OBAN).
Acredito
haver o Gen Mourão considerado que, hoje, a tropa não mais
incorporando analfabetos, é bem mais preparada do que no passado;
que a maioria estuda e todos são bombardeados pelas informações da
mídia, urgindo, com maior ênfase num instante de crise nacional,
que em cada Comando os subordinados sejam orientados sobre qual a
posição do Exército ante os fatos noticiados.
Não tendo
feito o Gen. Mourão comentários sobre o Impeachment, nem sobre
assuntos de caráter político partidário, suponho que o Comandante
do Exército deve ter tido uma razão não revelada, que embasou a
sua decisão de punir um General de Exército do prestígio e com os
atributos do General Mourão.
Confio que
a punição aplicada tenha resultado apenas de uma decisão pessoal
do Comandante do Exército, sem interferência do Ministério da
Defesa.
Nos últimos
anos, mudo, o Exército tem aceito sucessivas afrontas impostas pelos
governos petistas. Não há nas Forças Armadas clima de golpe, nem
pretensão de interferir na vida política partidária, entretanto, é
inadmissível aceitar calado afrontas governamentais, tais como as
muitas acontecidas. Urge o momento que, com a mesma decisão e
energia como foi decidida a punição ao Gen Mourão, seja repelida
nova e qualquer afronta à Instituição Exército, parta de onde
partir.
É que,
objetivando com o silêncio preservar o postulado da disciplina, os
Comandantes anteriores tacitamente concordaram com as humilhações
impostas. É imprescindível, entretanto, não olvidar que afronta
não repelida macula a imagem da Instituição Exército, agride a
dignidade militar, deslustra a mística da farda, e tisna o compêndio
histórico das gloriosas tradições da Força.
O mais
trágico, porém, é que o silêncio ante a afronta pode ser
confundido ou entendido como subserviência, atributo incompatível
com a ética e com o sempre ardoroso e altivo espírito militar.
.
Márcio
Matos Viana Pereira- Cel Ref EB
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