Páginas

Consumidor teme desemprego e deve comprar menos

Indicador da Confederação do Comércio (CNC) cai 6,1%
RIO DE JANEIRO. A insegurança das famílias em relação ao mercado de trabalho é o principal fator de redução do consumo nos próximos meses, embora a inflação elevada e a alta de juros também contribuam para a maior cautela. Com a deterioração em todos esses indicadores, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 6,1% em março frente a fevereiro, atingindo, pelo segundo mês consecutivo, o mínimo histórico da série, iniciada em janeiro de 2010.
Os bens duráveis são os principais cortes do orçamento: quase metade das famílias acha que é um mau momento para adquirir esse tipo de produto, informou nesta quinta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “As famílias estão ficando mais inseguras em relação à renda futura e ao emprego”, afirmou a economista da CNC Juliana Serapio.
Segundo ela, a desaceleração do mercado de trabalho gera essa incerteza e explica a cautela das famílias na hora das compras. “Elas tendem a evitar o consumo de itens desnecessários por conta do orçamento mais apertado e dos juros mais altos”, aponta.
Postos de trabalho. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostraram o fechamento de 2.400 postos de trabalho em fevereiro – terceiro mês seguido de saldo negativo. Já a taxa de desemprego, que é medida pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas, ficou em 5,3% em janeiro, contra 4,8% no mesmo mês do ano passado.
A inflação também preocupa os consumidores. Em fevereiro, notou a economista, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,22%. “A inflação de transportes acelerou muito em fevereiro, principalmente gasolina e diesel”, ressaltou Juliana.
A pesquisa mostra ainda que os bens duráveis devem ser os mais afetados pela decisão dos consumidores. Ao todo, 49,7% das famílias dizem que é um mau momento para adquirir esse tipo de produto.
Segundo a CNC, a taxa média de juros das operações de crédito para pessoas físicas, de 52,62% ao ano em janeiro – o maior patamar da série do Banco Central – também é um grande inibidor desse tipo de gasto.
Diante das sinalizações das famílias, o quadro não é nada alentador para o comércio. “O setor, que era um propulsor do crescimento, está bastante baqueado”, disse a economista. Recentemente, a entidade revisou a previsão de aumento no volume de vendas do varejo restrito (sem veículos e material de construção) para 1% este ano. Se confirmado, o resultado será o pior desde 2003 (-3,7%).
Fonte: O Tempo - 20/03/2015 e Endividado

 

Foto de Carlos Hilsdorf.

 

 

Foto de Lances da VIDA 추.

Nenhum comentário:

Postar um comentário