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Mercado já prevê inflação próxima de 7% em 2015, o maior valor em 11 anos

por Alexandro Martello

Estimativa de crescimento econômico deste ano recua para 0,13%.
Para 2016, mercado prevê menos inflação e alta menor do PIB.

Os economistas do mercado financeiro elevaram novamente sua estimativa de inflação para este ano, que passou de 6,67% para 6,99%, o que configura, se confirmado, o maior valor em 11 anos, segundo pesquisa conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 100 instituições financeiras. Essa foi a quarta alta seguida da previsão na expectativa de inflação do mercado financeiro.
O levantamento dá origem ao relatório de mercado, também conhecido como Focus, divulgado nesta segunda-feira (26) pelo Banco Central. Para 2016, porém, a expectativa de inflação do mercado financeiro caiu de 5,7% para 5,6% na última semana, informou a autoridade monetária.
Com isso, a estimativa do mercado para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2015 segue acima do teto do sistema de metas. A meta central de inflação para este ano e para 2016 é de 4,5%, com tolerância de dois pontos para mais ou para menos. O teto do sistema de metas, portanto, é de 6,5%. Em 2014, a inflação somou 6,41%, o maior valor desde 2011.
Se confirmada a previsão de 6,99% para a inflação neste ano, será o maior valor desde 2004 - quando o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência para o sistema brasileiro de metas de inflação, somou 7,60%. Entre 2005 e 2014, o maior IPCA foi em 2011, quando a inflação ficou no limite das metas ao somar 6,50%.
Cenário para a inflação em 2015
Mesmo com o baixo nível de atividade e com a queda dos preços das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional), fatores que atuam para conter a inflação, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros), continuam pressionando os preços. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários, segue elevada.
O governo, para reorganizar as contas públicas, informou que não fará mais repasses para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) neste ano, antes estimados em R$ 9 bilhões. Com isso, a alta da energia elétrica neste ano pode chegar a até 40% em 2015.
Ao mesmo tempo, também anunciou o aumento da tributação sobre os combustíveis - o que pode gerar um aumento de mais de 8% na gasolina e de 6,5% no diesel nas próximas semanas. Com isso, os chamados "preços administrados", segundo o mercado, devem subir pelo menos 8,2% em 2015, o maior aumento em dez anos. O peso dos preços administrados no IPCA é de cerca de 25%.
Economia fraca
Ao mesmo tempo em que elevou sua estimativa de inflação para cerca de 7% neste ano, os economistas do mercado financeiro também baixaram sua previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015, os economistas reduziram a estimativa de alta de 0,38% para 0,13% na última semana – na quarta queda consecutiva. Para 2016, a estimativa de expansão da economia caiu de 1,8% para 1,54% de alta na semana passada.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.
No fim de outubro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira saiu por pouco da recessão técnica no terceiro trimestre de 2014 – quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% na comparação com o trimestre anterior. De janeiro a setembro, a economia teve expansão de 0,2% frente ao mesmo período do ano passado. Já no acumulado em quatro trimestres até setembro, a alta foi de 0,7%.
Na semana passada, durante encontro reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou que espera um PIB "flat" (próximo de zero) neste ano. Ele anunciou, nas últimas semanas, aumentos de tributos e medidas para conter gastos públicos com o objetivo de resgatar a confiança na economia brasileira.
Taxa de juros
Para a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que avançou para 12,25% ao ano na semana passada, a expectativa do mercado é de 12,50% ao ano no fim de 2015 - o que pressupõe um novo aumento na taxa Selic. Para o término de 2016, a previsão do mercado é de que juros somem 11,50% ao ano.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Em 2015 e 2016, a meta central é de 4,5% e o teto é de 6,5%.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 permaneceu em R$ 2,80 por dólar. Para o término de 2016, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio avançou de R$ 2,85 para R$ 2,90 por dólar.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2015 recuou de US$ 5 bilhões para US$ 4,5 bilhões. Para 2016, a previsão de superávit comercial caiu de US$ 13 bilhões para US$ 10 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil subiu de US$ 58,2 bilhões para US$ 60 bilhões. Para 2016, a estimativa dos analistas para o aporte ficou estável em US$ 60 bilhões.
Fonte: G1 notícias - 26/01/2015 e Endividado

 

O QUE O MINISTRO JOAQUIM LEVY QUER COM SUA ENTREVISTA AO FINANCIAL TIMES?  HEGEMONIA OU SAIR?


1. Em Davos, o ministro Joaquim Levy reproduziu, de forma enfática, os princípios daquilo que os setores políticos mais a esquerda apelidaram de neoliberalismo. Com a experiência governamental que tem e seu nível de conhecimento interno e externo, há que se perguntar qual o objetivo dessas declarações. Os que apoiam o ministro esperavam que ele tivesse mais habilidade, evitando confundir o governo com ele. Ou seja: deveria escrever as medidas e deixá-las ser divulgadas pelo Palácio do Planalto, entrando em cena apenas para explicá-las em nome do governo.
2. (G1, 23) 2.1. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o atual modelo de auxílio-desemprego do país está "completamente ultrapassado". A declaração foi dada em entrevista ao jornal "Financial Times", no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Em inglês, Levy utilizou a expressão "out-of-date" (em tradução livre, obsoleto ou ultrapassado) para se referir ao sistema de benefícios previdenciários. Ele citou a necessidade de "livrar-se de subsídios e ajustar os preços" como providências imediatas de sua política fiscal.  No fim do ano passado, o acesso a auxílios previdenciários como pensão por morte e seguro-desemprego ficou mais rigoroso após a edição de medidas provisórias. A medida pode ser considerada uma “minirreforma previdenciária”, parte do pacote do "período de austeridade" anunciado pelo ministro.  As novas regras para a obtenção do seguro-desemprego passam a valer a partir de março e podem restringir o acesso de mais de 2 milhões de trabalhadores, segundo cálculo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
2.2. Levy também reconheceu que o período de ajuste pode impactar no crescimento econômico. "Acredito que a economia parada não pode ser descartada como uma possibilidade, embora o PIB no Brasil seja resiliente", afirmou à publicação.  Ainda sobre a política de cortes e ajuste fiscal, o ministro acrescentou que "assim que sua equipe colocar a casa em ordem, a reação será positiva", referindo-se à necessidade de estimular a demanda e resgatar a confiança do mercado. Ele reconheceu, contudo, que as medidas anticíclicas têm suas limitações.
3. (Folha de SP, 24) As novas declarações de Levy foram mal recebidas pelas centrais sindicais, que vêm tentando negociar alterações nas medidas. Para Ricardo Patah, presidente da UGT, o ministro da Fazenda mostrou desconhecer a realidade brasileira. Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirmou que "ultrapassadas são as ideias do Levy, que acredita que ajustes devem ser feitos cortando direitos e implementando políticas restritivas que penalizam apenas os trabalhadores". Reação semelhante veio da CUT. "Isso mostra que ele desconhece a realidade brasileira e, principalmente, o alto índice de rotatividade que existe no Brasil, de até 39% da mão de obra anual", disse o secretário de finanças da CUT, Quintino Severo.
4. (Estado de SP, 23) Sob pressão para cumprir a meta fiscal deste ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já determinou à sua equipe fechar as “torneiras” da liberação de novos empréstimos e da autorização para aumentar o endividamento de Estados e municípios. Há poucos dias no cargo, Levy está tomando pé do quadro fiscal dos governos regionais e advertiu os técnicos do Ministério da Fazenda que, ao longo de 2015, a União precisa ampliar os controles sobre as finanças dos governos regionais. O maior rigor com as contas dos governos regionais é um tema delicado, principalmente por causa das implicações políticas no Congresso e da necessidade de apoio dos governadores às medidas a serem votadas nos próximos meses.
5. Declarações politicamente desastradas. Qualquer pedido de empréstimo de Estados e Municípios tem que passar pelo ministério da fazenda, que sem declarações prévias, pode analisá-los no tempo que desejar. E controlar as finanças dos governos regionais além de politicamente desastrada ainda é de questionável constitucionalidade num regime federativo. Limites são estabelecidos por lei e não por intervenções do ministro da fazenda, que deve apenas aplicá-las, como no caso da LRF.
6. O QUE QUER LEVY? Uma hipótese é que dadas as reações internas das lideranças do PT e das lideranças sindicais, Levy quer esticar a corda para que fique bem claro que setor do governo prevalece e com quem está a Presidenta. Outra hipótese –para quem tem a experiência dele- é ir construindo a sua própria saída, com argumentos que lhe faltou apoio.  Assim estica a corda para ver até onde resiste, com a perspectiva antecipada que sairá. Sair por quê? Porque o quadro que encontrou é muito mais complicado do que imaginava? Porque as resistências existentes já mostram que as medidas iniciais não poderão ser ampliadas ou aprofundadas?  Colocar a “Casa em Ordem” é dizer que a casa de Dona Dilma estava em desordem. Forte declaração para um governo reeleito.
7. O tempo dirá. Mas que desde já é estranho ter feito declarações assim em Davos, na Catedral do Liberalismo para receber os aplausos naturais, certamente é.  E não foi por ingenuidade.

 

Ex-Blog do Cesar Maia

 

Oferta de serviço deve integrar contrato a partir da propaganda

por Alexandre Facciolla

A oferta de produtos e serviços obriga o fornecedor a integrá-la no contrato celebrado com os consumidores a partir da propaganda. Assim determina o artigo 30 do Código de Defesa do Consumidor. A norma foi usada pela 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ao determinar, liminarmente, que uma universidade do estado mantivesse descontos prometidos nas mensalidades de estudantes que possuem outro curso superior.
Em sua decisão monocrática, o desembargador Jorge André Pereira Gailhard, determinou que a Fundação Atilla Taborda, mantenedora da Universidade da Região da Campanha (Urcamp- RS), mantivesse desconto de 50% e de 32% nas mensalidades do primeiro semestre de 2015 aos estudantes do “programa de reingresso”.​ A decisão estabeleceu multa diária de R$ 10 mil por consumidor lesado se a decisão não for cumprida.
A liminar foi dada atendendo Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público contra a fundação. O MP afirmou que a Urcamp violou direitos dos universitários, já que cancelou os descontos previstos para os alunos ao desobedecer o princípio da boa-fé. Apontou ainda que havia emitido uma recomendação para que a universidade mantivesse os descontos dos alunos até o final do curso.

Sem prejuízo

A decisão aponta que, de acordo com o artigo 30, do Código de Defesa do Consumidor, a veiculação de oferta com relação a produtos e serviços obriga o fornecedor a mantê-la no contrato. Até porque, segundo o desembargador, os descontos oferecidos pela universidade influenciaram na escolha da instituição de ensino superior pelos seus alunos.
Além disso, Gailhard explica na decisão que a antecipação da tutela para a rematrícula com o desconto não prejudicaria a universidade que poderia, caso sair vitoriosa da ação, emitir boletos para a complementação do pagamento.
Por outro lado, afirmou o desembargador, manter a suspensão dos descontos causaria "dano irreparável" aos consumidores matriculados na universidade, pois poderia impedi-los de cursar os próximos semestres até que fosse julgado o mérito da questão, já que inviabilizaria suas rematrículas. Com informações da assessoria de imprensa do MP-RS.
Clique aqui para ler a decisão.
Fonte: Conjur - Consultor Jurídico - 25/01/2015 e Endividado

 

Brasil tem a menor geração de empregos formais desde 2002

Saldo entre contratações e demissões de funcionários com carteira ficou positivo em 396.993 em 2014, uma queda de 64,5% ante 2013
SÃO PAULO - O Brasil fechou 2014 com a menor geração de empregos formais desde 2002, quando teve início a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em abril do ano passado, Manoel Dias estimou que o resultado do ano passado ficaria "em torno de 1,5 milhão de novos postos de trabalho".
O saldo entre contratações e demissões de funcionários com carteira assinada ficou positivo em 396.993 em 2014, na série com ajuste, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado representa uma queda de 64,5% em relação ao saldo de 2013.
Já em dezembro, o saldo líquido sem ajuste sazonal ficou negativo em 555.508 - a pior marca para o mês desde 2008. Esse resultado foi 9,42% pior do que em dezembro do ano anterior, quando 507.707 vagas foram fechadas, pela série ajustada. Já pela série sem ajuste, a piora foi de 23,60%.
Preferida do ministério, a série sem ajuste considera apenas o envio de dados pelas empresas dentro do prazo determinado pelo MTE. Após esse período, há um ajuste da série histórica, quando as empregadoras enviam as informações atualizadas para o governo.
Em 2014, o setor de serviços foi o responsável pela maior geração de vagas formais. No ano, foram criados 476.108 postos de trabalho no segmento. Já a indústria de transformação eliminou 163.817 postos de trabalho em 2014.
O comércio foi o segundo setor que mais gerou vagas no ano passado. O saldo foi de 180.814 postos. A agricultura, por sua vez, fechou o ano com um saldo negativo de 370 vagas. A construção civil terminou 2014 com uma redução de 106.476 vagas.
Tradicionalmente, o mês de dezembro é marcado por demissões. No setor de serviços, foram 148.737 demitidos; na indústria, 171.763; no comércio, 14.594; na agricultura, 64.087; e, na construção, 132.015.
Em entrevista ao Estado antes da divulgação dos dados, o ministro Manoel Dias avaliou que haverá demissões "em alguns setores" neste ano. "Nós não estamos com demanda para criar 20, 50, 100 mil empregos", afirmou. A indústria, segundo ele, é um exemplo de setor que passa por dificuldades. "Demissão haverá em alguns setores, como está havendo na indústria", disse o ministro.
Apesar de sustentar que o Brasil permanece com economia sólida, inflação sob controle e boas expectativas de investimento externo e consumo doméstico, Dias deu sinais de que a criação de empregos formais neste ano pode andar de lado. "Mantendo o nível de emprego, criando vegetativamente o número necessário (de vagas), nós responderemos, pelos menos nesse período."
O ano, segundo ele, "pode ser e deve ser" mais difícil. Dias ponderou que outras áreas, como a agricultura, continuam bem e batendo recordes de produção. "A maioria dos setores está funcionando."
Fonte: Estadão Notícias - 23/01/2015 e Endividado

 

ESQUERDA POPULISTA VENCE A ELEIÇÃO NA GRÉCIA E CONQUISTA MAIORIA ABSOLUTA!

 

Primeira reação do mercado foi a desvalorização do Euro em relação ao Dólar. Relativamente enfraquece a Europa e fortalece os EUA e a Ásia.
1. O sistema eleitoral grego –em busca de estabilidade parlamentar- dá ao partido vitorioso +50 deputados do que elegeu.
2. O Syriza –esquerda populista- conquistou 99 cadeiras às quais se somam 50 previstas na lei eleitoral. Seu aliado, o KKE, 15. Em 2012, o Syriza havia elegido 71 deputados e o KKE 12.
3. O partido que governa –conservador/liberal-, a Nova Democracia, elegeu 77. Em 2012 havia elegido 129 deputados. Os Socialdemocratas do Pasok elegeram 13 deputados. Em 2012 havia elegido 33. O Topotami, novo partido de centro, elegeu 16 deputados. O partido –Os Gregos- independentes, elegeram 13 deputados. Em 2012 haviam elegido 20. E a direita de inspiração nazifascista –Aurora Dourada- elegeu 17 deputados. Em 2012 havia elegido 18, mantendo-se estável.
4. São 300 deputados com a bonificação de 50, e 250 sem esta bonificação. Sem a bonificação, a esquerda obteve 45,6%. Do centro-direita à extrema-direita 37,6%. O centro/centro-esquerda 16,8%. Com a bonificação de 50 deputados a esquerda populista elegeu 54,6% dos deputados.

 

Ex-Blog do Cesar Maia

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