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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

EUA e China se unindo

 Estados Unidos e China ensaiam uma aproximação

Jurandir Soares

Eu absolutamente acredito que não precisa haver outra Guerra Fria”. Esta declaração foi proferida pelo presidente norte-americano Joe Biden, após encontro com o presidente da China, Xi Jinping, antes da reunião de cúpula do G-20 em Bali, na Indonésia. E a declaração é contundente, porque os dois países, já há algum tempo, vinham mantendo o que se convencionou chamar de Guerra 2.0, a qual envolvia as disputas de produção e de mercado entre as duas potências. Especialmente durante o governo de Donald Trump, as disputas entre os dois países se acirraram.

Porém, o auge da confrontação verbal e de tensão militar se deu após a visita a Taiwan, em agosto, da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi. O ato foi seguido de intensas manobras militares, tanto por parte da China, como de Taiwan, assim como também de EUA, Japão e Coreia do Sul. Na ocasião, Biden foi cobrado se os EUA sairiam em defesa de Taiwan no caso de uma invasão chinesa. Sempre houve a convicção de que as tropas norte-americanas sairiam em apoio a Taiwan no caso de invasão. Biden, no entanto, deixou claro que o apoio seria algo parecido com o que está acontecendo com a Ucrânia na sua guerra contra a Rússia: apenas o fornecimento de armas e equipamentos de inteligência, mas sem o envio de forças militares.

Na realidade, os EUA buscam uma reaproximação com a China porque não querem se ver envolvidos em um novo conflito contra outra potência mundial. Afinal, o apoio à Ucrânia para enfrentar a Rússia já está custando muito caro. Tanto EUA como União Europeia têm mandado bilhões de dólares em armamentos para a Ucrânia, além de ajuda humanitária. A guerra provocou alta nos preços dos alimentos e dos combustíveis, devido à queda no fornecimento de ambos, fatores indicativos de que no próximo ano haverá uma recessão mundial. Assim, em vez de outra confrontação, a cooperação. Ainda mais que se trata de afastar da Rússia um possível aliado muito poderoso.

Correio do Povo

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