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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Trump nas manchetes

 Jurandir Soares

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump voltou aos noticiários nesta semana por dois fatores. Um, uma busca realizada em sua residência de Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, pelo FBI, a polícia federal norte-americana, a cata de documentos confidenciais que teriam sido retirados da Casa Branca. Outra, depoimento, em Nova York, em ação judicial por supostas fraudes fiscais em seu grupo empresarial. Trump logo contra-atacou, dizendo ser ele e sua família vítimas de perseguição política.

A não usual operação do FBI na casa de um ex-presidente ficou no ar nos primeiros dias quanto à sua ordenação. Nesta quinta-feira o secretário da Justiça, Merrick Garland, que nos EUA também exerce a função de Procurador Geral da República, veio a público para dizer que fora ele que havia ordenado. Garland disse que ele mesmo aprovou a operação e antecipou que o Departamento de Justiça pediu o fim do sigilo sobre o processo de buscas, devido ao interesse público. A ida de agentes federais à casa de Trump não é novidade. Em fevereiro eles estiveram lá, só que sem precisar arrombar a porta, e receberam 15 caixas com material que havia sido levado indevidamente da Casa Branca. A atual busca foi por considerarem que faltou alguma coisa, que poderia ter sido removida de forma ilegal. O ex-presidente tem ainda outra investigação que poderá incriminá-lo. É a referente à invasão do Capitólio em 6 de janeiro, que, segundo consta, foi insuflada por ele. Teria inclusive pedido ao então vice-presidente Mike Pence para não referendar a posse de Biden. O episódio resultou em cinco pessoas mortas, 140 policiais feridos e 850 presas. Algumas já foram julgadas e condenadas, como aquele que estava vestido de peles e portava chifres na cabeça e que parecia alucinado. Levou 14 anos de prisão. O que pesa sobre Trump é que ele ficou assistindo a tudo da Casa Branca e teria levado 187 minutos desde o início da invasão até pedir que cessassem os movimentos.

Não são poucas as encrencas que envolvem o ex-presidente. Mas, enquanto Trump diz que é objeto de “uma caça às bruxas” com vistas a impedi-lo de concorrer em 2024, seus apoiadores republicanos culpam o presidente Joe Biden por tentar inviabilizar a candidatura. Esta inviabilização dificilmente irá ocorrer, mas para Trump tudo que está ocorrendo é muito bom, porque atende o que ele mais gosta que é estar em destaque na mídia. E, com tudo isto, em meio às controvérsias, vai se preparando para tentar voltar ao comando da Casa Branca na próxima eleição.


Correio do Povo

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