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sábado, 13 de agosto de 2022

Expectativa é que demolição do Esqueletão de Porto Alegre seja por partes, diz secretário

 Prefeitura da Capital aguarda decisão judicial para saber se pode ou não colocar abaixo o edifício



Na semana passada, a prefeitura da Capital pediu à Justiça permissão para demolir o edifício Galeria XV de Novembro, mais conhecido como Esqueletão de Porto Alegre. Iniciado na década de 1950, o prédio nunca teve as obras concluídas no Centro da cidade. O secretário de Obras e Infraestrutura de Porto Alegre, André Flores, afirmou que, caso a administração municipal tenha a permissão para colocar abaixo a estrutura, o processo deve ocorrer por partes, por questões de segurança. "Ali no Esqueletão de Porto Alegre temos a dificuldade de a Galeria do Rosário ser do lado, ter um prédio na outra borda e uma pequena galeria embaixo", destaca. 

Para Flores, é necessária uma avaliação técnica de como seria a demolição, mas seria muito improvável uma implosão como ocorreu na antiga sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP), no ano passado. "O antigo prédio da Secretaria de Segurança Pública não tinha um 'vizinho contínuo', nem um prédio encostado e nem um prédio embaixo", enfatiza. 

Na avaliação do chefe da Secretaria de Obras e Infraestrutura, uma demolição por partes também não impossibilitaria o fluxo das atividades dos comércios próximos do Esqueletão. "Ali é uma região econômica importante. É diferente do antigo prédio da Secretaria de Segurança Pública, onde num sábado de manhã foi trancada a avenida Castello Branco por 1h30min, o edifício foi implodido e estava feito o serviço", salienta. 


Prefeitura de Porto Alegre avalia como inviável a recuperação do Esqueletão | Foto: Guilherme Almeida

Futuro do Esqueletão 

No pedido de demolição do Esqueletão de Porto Alegre, a prefeitura destaca a inércia dos proprietários ao longo dos anos e os altos custos para a recuperação da edificação, exposta há quase 70 anos. Frisa, também, o risco que a estrutura apresenta para a população.

Um estudo do Laboratorio de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme), da Ufrgs, realizado em parceria com a prefeitura, apontou que 61% da estrutura de concreto armado do Esqueletão já atingiu o tempo de vida útil de projeto, e 6,7% do total encontra-se com vida útil no fim, caracterizando falha de desempenho, sob o ponto de vista da corrosão. 

Conforme Flores, há interesse da administração municipal em aproveitar o espaço do Esqueletão após uma demolição. Porém, como o edifício não é da Prefeitura, existe uma série de questões a serem estudadas dependendo de como for a resposta da Justiça. "Seria prematuro dizer o que vai ser feito no terreno antes da decisão judicial. O que o juiz decidir é o que vai determinar como a prefeitura vai dar continuidade a esse processo", afirma. "O que nós não podemos é continuar arriscando a vida das pessoas com uma estrutura que vai acabar colapsando uma hora. Não há risco de colapso imediato, mas é fato que um dia vai acontecer", aponta.

Ouça "Por que demolir o Esqueletão, no centro de Porto Alegre?" no Spreaker.

Correio do Povo

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