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quarta-feira, 6 de julho de 2022

Vai para a Argentina? Saiba se é melhor levar dólar, real ou peso

 


Os problemas econômicos da Argentina podem afetar os planos do turista brasileiro que escolheu o país vizinho para curtir as férias de julho. O peso argentino está derretendo e a mudança na política econômica do país pode alterar ainda mais a situação. Mas se por um lado a questão cambial pode deixar a viagem para o brasileiro mais barata, por outro ele precisa ter uma estratégia definida sobre qual moeda usar para pagar passeios, presentinhos e refeições, que precisam ser quitados na hora.

Especialistas dizem que o indicado é se blindar. “A melhor estratégia, nesses casos, é diversificar: dólar, moeda local e cartão, com a porcentagem maior para o dólar. O real não é uma moeda bem-vista na Argentina. Por esse motivo, há um deságio local maior”, diz Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas.

“Um almoço completo, em Bariloche, com o que há de melhor no cardápio, custa quatro mil pesos, ou seja, o equivalente a US$ 15 ou aproximadamente R$ 80”, diz Aldo Leone Filho, presidente da Agaxtur Viagens, que fundamenta a ideia de que a moeda norte-americana é o melhor meio de pagamento na Argentina atualmente.

O dólar é bem aceito pelos argentinos, segundo Cavalcante, da Ourominas, mas, em alguns casos, para pagamento de despesas, por exemplo, também há um deságio maior. Por causa dos custos envolvidos, ele diz que o cartão de crédito deve ser a última opção do turista, mas não pode ser descartado. “Em porcentagem eu indicaria 60% dólar, 30% peso (moeda local), e 10% poderiam ser no cartão e em reais”.

Já para Stéfano Assis, presidente e co-fundador da Melhor Câmbio, para não ter dor de cabeça exatamente num período que deveria ser de diversão, o turista precisa levar dólares em papel moeda e trocar esse dólar na Argentina por peso argentino. É importante evitar lugares turísticos – casas de câmbio dentro de shopping centers, por exemplo.

O ideal é encontrar um local em que os argentinos fazem esse serviço quando viajam para o exterior. “É a melhor alternativa, ainda mais agora, em que o câmbio está desfavorável, tanto para o real quanto para o peso argentino”, ressalta Stéfano.

Ele explica o que é o conceito de “moedas exóticas”: quando há dificuldade para encontrar alguma moeda, ela ganha esse nome. Esse é o caso do peso argentino no Brasil, porque não tem demanda e é difícil de encontrar nas casas de câmbio.

Isso faz com que preço dele, na cotação, seja relativamente maior do que se fosse comprado na Argentina. Aí vem a pergunta – não seria melhor pagar em reais por lá? A resposta é não. Justamente pelo mesmo efeito. “Lá na Argentina o real é considerado também moeda exótica. E o turista vai encontrar uma conversão para peso argentino pior do que o dólar”.

Desta forma perde-se menos convertendo em dólar aqui, ainda que a moeda norte-americana esteja mais alta, e depois fazer a conversão do dólar para o peso argentino lá. “Há uma alta desvalorização do dólar em relação ao peso argentino. Essa troca compensa mesmo assim”, detalha.

Independentemente da “arquitetura cambial” que o momento pede, é importante levar uma pequena quantia da moeda local, já comprada no Brasil, suficiente para fazer uma refeição ou pegar um táxi, por exemplo. O turista estará garantido, caso as casas de câmbio estiverem fechadas por conta da hora de chegada ou do dia da semana. Comprar aqui é mais caro, mas, nesse caso, é o caro que sai barato.

Cartão de crédito

O prático cartão de crédito ocupa o último lugar da lista de possibilidades para gastos no exterior, ao se levar em conta os cursos. Segundo especialistas, ele deve ser usado apenas para eventualidades e emergências – se o turista foi roubado e não sobrou nem uma moedinha esquecida no fundo do bolso. Isso porque a taxa de IOF no cartão de crédito é de 6,38%; e não podemos esquecer da taxa de câmbio, que inclui o spread (lucro do banco) que o emissor do cartão ganha com a operação.

Mercado paralelo

Alguns turistas brasileiros que estão na Argentina estão recorrendo a uma antiga conhecida prática de quem viveu no Brasil nos anos 1980 e início dos 1990: comprar moeda no mercado paralelo, conhecido como o câmbio blue. É um mercado informal e bem antigo por lá, mas a reportagem do Valor Investe apurou que a atividade está crescendo em razão da crise. Segundo uma turista, que levou dólares e reais, e chegando em Buenos Aires, trocou reais por pesos no câmbio blue, o preço do câmbio oficial entrega muito menos pesos a cada dólar, e chega a ser proibitivo.

Mas o turista precisa ter muito cuidado com esse mercado, porque não é possível saber se as notas são verdadeiras, por exemplo. Trata-se de um mercado informal – e ilegal. Há risco de a pessoa ficar com dinheiro falso e aí sim os problemas serão maiores.

O Sul

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