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quinta-feira, 14 de julho de 2022

Rio Grande do Sul passará a ter uma “Polícia Penal”

 


Diante de galerias lotadas por trabalhadores da área da segurança pública, a Assembleia Legislativa aprovou em primeiro turno a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 291/2021, encaminhada pelo governo gaúcho para regulamentar no Rio Grande do Sul a categoria “policial penal”. Foram 45 votos a zero.

A matéria agora será submetida a um segundo turno de votação (após o recesso parlamentar de julho). O passo seguinte será a elaboração de um projeto de lei que será apreciado pelos deputados, para fins de regulamentação.

O texto que recebeu por unanimidade o sinal-verde da Casa agradou, de um modo geral, as entidades do setor, mesmo sem atender a todas as reivindicações da categoria. Seu conteúdo especifica que a corporação será formada pelos servidores com atribuições de vigilância, custódia e segurança de detentos em estabelecimentos do sistema penal ou deslocamentos (até tribunais, por exemplo).

Inclui, ainda, integrantes do quadro funcional que desenvolvem atividades administrativas, técnicas, de orientação e assistência à execução de sentenças e reintegração social, dentre outras categorias. A estruturação das carreiras pressupõe o ingresso mediante concurso público e reenquadramento dos cargos do quadro especial de servidores penitenciários.

A Polícia Penal se equipara a outras corporações, incluindo a Polícia Civil e Rodoviária, por exemplo. Seu integrantes terão carta-branca para fazer boletins de ocorrência, termos circunstanciados, operações de busca e recaptura, dentre outros procedimentos até agora vetados à categoria.

O Congresso Nacional já havia aprovado, dois anos antes, uma emenda à Constituição Federal para que o status dos servidores penitenciários fosse convertido em “policiais penais”, com novas atribuições (mas sem readequação salarial) e a necessidade de que os governos estaduais regulamentem o assunto por meio de emendas às respectivas suas constituições – o Rio Grande do Sul foi um dos que mais demoraram nesse aspecto.

Emendas

O projeto original havia recebido três sugestões de emenda, sendo duas de Mateus Wesp (PSDB), líder do Palácio Piratini no Parlamento, e uma Tenente-coronel Zucco (Republicanos) junto com 23 colegas.

Uma das emendas do tucano foi substituída por outra, com 43 votos a favor e dois contra. Já a assinada por Zucco e que contemplava todas as categorias profissionais do sistema penal obteve um placar de 26 a oito, sem atingir quantidade mínimo de votos (33).

Ex-líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes (PP) argumentou que essa parte da proposta seria inconstitucional e potencialmente motivadora de questionamentos judiciais, frustrando expectativas dos servidores.  Ele foi seguido nessa tese por deputados como Sérgio Turra (PP), Guiseppe Riesgo (Novo) e Rodrigo Maroni (PSDB).

Zucco, por sua vez, justificou que o objetivo de sua proposta é criar uma só identidade para a Polícia Penal e tratar de forma igualitária servidores que enfrentam riscos parecidos. Com a rejeição de sua emenda, ele pediu aos demais que aprovassem a segunda emenda de Wesp, por considerar que proporciona melhoria no texto original.

O Sul

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