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sexta-feira, 8 de julho de 2022

Poupança tem saque recorde para primeiro semestre, de R$ 50,5 bilhões

 por Nathalia Garcia

Volume de resgate é o maior desde 1995

BRASÍLIA

As retiradas em cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 50,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (7).

Nos seis primeiros meses do ano, as saídas de recursos na modalidade somaram R$ 1,808 trilhão, enquanto os depósitos totalizaram R$ 1,758 trilhão.

 

Esse é o maior volume de resgate para o período na série histórica do BC, iniciada em janeiro de 1995. O recorde negativo anterior era do primeiro semestre de 2016, quando houve saque líquido de R$ 42,61 bilhões.

Em 2015, a saída registrada nos primeiros seis meses do ano foi de R$ 38,54 bilhões. Na época, a economia brasileira atravessava período de recessão no governo Dilma Rousseff (PT).

A captação negativa do semestre supera o resultado do ano passado como um todo. Em 2021, a modalidade teve saque líquido de R$ 35,5 bilhões.

  O fluxo de recursos na poupança passou a acumular retiradas significativas em 2021, quando o poder de compra do brasileiro caiu significativamente diante de uma inflação de dois dígitos e um intenso choque de juros.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 11,73% no acumulado de 12 meses até maio. Com a entrada dos dados de junho, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) passou a acumular alta de 12,04% em 12 meses ao subir 0,69%.

Além do impacto da inflação na renda dos consumidores, a poupança perde competitividade frente a outros tipos de investimentos com o alto nível da taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 13,25% ao ano.

A poupança registrou captação negativa em cinco dos seis meses do ano, de acordo com dados da autoridade monetária. Maio foi a única exceção. Houve saque líquido de R$ 3,76 bilhões em junho, quando as saídas de recursos na modalidade somaram R$ 312,369 bilhões, e os depósitos totalizaram R$ 38,613 bilhões.

Com o resultado de junho e o rendimento de R$ 6,31 bilhões creditados no mês, o saldo da poupança (ou seja, o volume total aplicado) atingiu R$ 1,013 trilhão, ante R$ 1,011 trilhão em maio.

A última divulgação do relatório de poupança havia sido feita em abril devido à greve dos servidores do BC, que chegou ao fim na última terça-feira (5). Com isso, os dados de maio e junho foram publicados pela autoridade monetária com defasagem.

Atualmente, a caderneta de poupança rende 0,50% ao mês (ou 6,17% ao ano), mais a TR (taxa referencial). O indicador é calculado pelo BC com base nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional e tem flutuação diária. A regra da poupança mudou em dezembro do ano passado com a elevação da Selic acima de 8,5% ao ano.

Em meio à escalada da Selic, a TR, que ficou nula de setembro de 2017 até o fim do ano passado, também sobe. Quando a taxa de juros está menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é limitado a 70% da taxa, acrescida da TR.

Fonte: Folha Online - 07/07/2022 e SOS Consumidor

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