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domingo, 17 de julho de 2022

Cresce consumo de álcool entre os estudantes de Porto Alegre, principalmente entre as meninas, revela IBGE

 


A experimentação de bebida alcoólica cresceu de 58,8% em 2012 para 74,9% em 2019 entre os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental na capital gaúcha. Porto Alegre, nesse quesito, mostrou proporção bem acima do total das capitais brasileiras, de 63,2% em 2019, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (13). O aumento foi mais intenso entre as meninas, que saíram de 60,7% em 2012 para 79,4% em 2019. Para os meninos, o indicador foi de 56,8% em 2012 para 69,6% em 2019.

A ocorrência de embriaguez em algum momento da vida passou de 24,5% a 35,3% no período de 2009 a 2019. A distribuição das razões de chance de ocorrência de embriaguez destaca Porto Alegre com o maior índice entre os municípios das capitais brasileiras (1,53), o que significa uma chance 53% maior do que a observada no município de referência (São Paulo).

As informações são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), que divulga uma análise inédita das suas quatro edições (2009, 2012, 2015 e 2019). “Nessa década, foram incorporadas inovações e modificações que impossibilitavam uma comparação de forma direta. Para fazer a análise, além da tradicional comparação temporal entre pontos da série, aplicaram-se novas estratégias metodológicas, como a harmonização das variáveis, empilhamento das bases e regressão logística”, explica Marco Andreazzi, gerente da pesquisa.

O estudo se concentra nos estudantes de 9º ano do Ensino Fundamental e mostra a tendência de ocorrência de certos temas. Há também a representação gráfica das razões de chance entre as capitais, utilizando São Paulo como referência para os cálculos da distribuição. A PeNSE oferece informações sobre alimentação, atividade física, cigarro, álcool, outras drogas, situações em casa e na escola, saúde mental, saúde sexual e reprodutiva, higiene e saúde bucal, segurança, uso dos serviços de saúde, características gerais dos escolares, características do ambiente escolar, entre outros. A pesquisa é feita em parceria com o Ministério da Saúde e o apoio do Ministério da Educação.

Cresce a experimentação de drogas antes dos 14 

A experimentação ou exposição ao uso de drogas cresceu em dez anos, indo de 6,8% em 2009 para 16,9% em 2019. O aumento da exposição não foi uniforme entre os sexos: para as meninas, cresceu de 5,7% em 2009 para 19,9% em 2019, enquanto para os meninos o aumento foi de 7,9% para 13,4%.

Em relação à precocidade dessa exposição, ou seja, antes de completar 14 anos de idade, o percentual passou de 3,3% em 2009 para 4,8% em 2019. Já o consumo recente de drogas ilícitas, entre aqueles que haviam usado drogas alguma vez na vida, foi de 50,3% em 2012, de 60,3% em 2015 e de 40,7% em 2019.

Adolescentes continuam experimentando

O estudo mostrou que a experimentação ou início da exposição ao tabaco através do cigarro pelos adolescentes do 9º ano em Porto Alegre mostrou variação de 28,6% para 21,7% entre a edição de 2009 e 2019. Teve queda importante também a precocidade da exposição, em idade inferior aos 14 anos, de 21,0% em 2009 para 10,1% em 2019.

Cresce a iniciação sexual entre as meninas, mas uso de preservativo caiu

O percentual de escolares do 9º ano em Porto Alegre que já tinham tido relações sexuais passou de 28,0% em 2009 para 35,6% em 2019. O comportamento dos dados é diferenciado conforme o sexo e a rede de ensino: para as meninas, houve marcado aumento no indicador de iniciação sexual, de 19,8% em 2009 para 31,2% em 2019; para os meninos, passou de 36,7% para 40,8% no período. Em 2019, 43,5% dos alunos do 9º da rede pública de Porto Alegre já tinham tido relação sexual alguma vez, contra 17,5% da rede privada.

O uso de preservativo na última relação, entre os escolares que já tiveram relação sexual, mostrou uma tendência de queda, variando de 72,9% em 2009 para 65,8% em 2019.

30,2% dos estudantes se consideravam magros ou muito magros e 24,2% se achavam gordos ou muito gordos
A PeNSE também demonstra que a insatisfação com a imagem do próprio corpo aumentou entre os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Em 2009, 21,0% dos estudantes de Porto Alegre reclamavam de ser magros ou muito magros, número que saltou para 30,2% em 2019. Já os que se consideravam gordos ou muito gordos se mantiveram em patamar semelhante: eram 23,5% e passaram a 24,2%.

Entre os estudantes que se avaliaram como gordos e muito gordos, houve diferença significativa entre meninas e meninos: em 2019, 30,0% das meninas tinham essa queixa em relação ao próprio corpo, contra 17,3% dos meninos.

Dois terços dos estudantes eram insuficientemente ativos

Em 2019, 66,3% dos estudantes do 9º ano em Porto Alegre foram classificados como insuficientemente ativos, ou seja, o tempo acumulado de atividade física que declararam ter praticado nos sete dias anteriores à pesquisa ficou abaixo de 300 minutos. As diferenças entre os sexos são significativas: 60,3% dos meninos e 71,4% das meninas em 2019. Em 2009, os índices havia sido de 54,1% e 68,8%, respectivamente.

Nos dez anos de abrangência da PeNSE, aumentou em 47,9% o percentual de estudantes que costumam fazer atividades sentados por mais de três horas diárias, passando de 47,0% em 2009 para 69,5% em 2019. O percentual encontrado em Porto Alegre foi o maior entre as capitais brasileiras na edição mais recente da pesquisa.

De 2009 a 2015, aumenta percentual de escolares agredidos por adultos da família

O percentual de escolares que sofreram agressão física por um adulto da família teve aumento em Porto Alegre no período de 2009 a 2015, passando de 8,1% para 12,2%. Em 2019, houve mudança no quesito, com a separação em dois grupos de agressores e mudança do período de referência para 12 meses anteriores à pesquisa. Investigou-se, ainda, a quantidade de episódios de agressão. Assim, em 2019, 20,6% dos escolares de Porto Alegre sofreram alguma agressão física cujo agressor foi o pai, mãe ou responsável e 13,5% dos escolares sofreram agressão por outras pessoas.

Escolaridade materna aumentou

Quanto mais baixa escolaridade da mãe dos estudantes, pior o estado de saúde dos filhos e maior o risco de mortalidade e a chance de pobreza. De 2009 a 2019, a prevalência desse indicador em Porto Alegre saiu de 25,6% para 18,0%. Entre alunos de escolas particulares, foi de 4,9% em 2019, enquanto entre os das escolas públicas chegou a 23,8%.

O índice que diz respeito às mães com ensino superior passou de 17,9% para 21,4% no período, também com diferenças importantes observadas entre as escolas públicas e privadas: nas públicas, atingiu 11,7% dos estudantes, ao passo que nas privadas abrangeu 43,5%.

Número de estudantes com acesso à internet em casa aumentou 54,0%

A quantidade de estudantes com acesso à internet em casa em Porto Alegre aumentou 54,0% em 10 anos. Em 2009, 62,2% de estudantes do 9º ano do ensino fundamental tinham internet onde residiam, contra 95,8% em 2019. No mesmo período, a posse de celular subiu de 83,5% para 94,1% dos estudantes, acima da média das capitais brasileiras (86,7%).

Menos de metade dos estudantes da rede pública contavam com estrutura para lavar as mãos nas escolas em 2019
Enquanto a totalidade dos adolescentes da rede privada (100,0%) estavam em escolas que ofereciam a estrutura para que pudessem lavar suas mãos (pia ou lavatório em condições de uso e sabão), nas escolas públicas o percentual ficou em 48,5%.

O Sul

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