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sexta-feira, 8 de julho de 2022

Boris Johnson renuncia ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido

 Conservador estava vivendo pressão após inúmeros escândalos em sua gestão



Como previsto e diante das inúmeras crises vividas no Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson anunciou a sua renúncia ao cargo nesta quinta-feira. "Está claro que a vontade do partido conservador é de ter um novo líder e, portanto, um novo primeiro-ministro", disse no início de sua manifestação. 

Johnson acredita que a procura por um substituto deverá começar em seguida. "Eu concordei com o Sir Graham Brady que o processo de escolha de um novo líder deve começar agora. E o prazo para o anúncio deve ser divulgado na próxima semana", afirmou. 

Em seu discurso, Johnson agradeceu às pessoas que depositaram confiança no partido conservador. "Eu quero dizer às milhões de pessoas que votaram em nós em 2019, pela primeira vez: obrigado por um mandato incrível. Foi maior número de conservadores no Parlamento desde 1987", acrescentou.   

Nos últimos dias, Boris Johnson chegou a dizer que permaneceria e lutaria pela continuidade de sua gestão como primeiro-ministro do Reino Unido, mas uma avalanche de pedidos de demissão de servidores do seu governo modificaram o plano. Cartas de demissões foram emitidas uma atrás da outra, enquanto dirigentes do próprio partido de Johnson imploravam pela saída do colega.   

O Partido Conservador deve escolher nos próximos meses um novo nome para substituir Johnson, provavelmente a partir de outubro, como seu líder e, por consequência, como chefe de Governo.

Mais de 50 saídas 

O novo ministro das Finanças, Nadhim Zahawi, nomeado na terça-feira depois que Rishi Sunak anunciou sua demissão e provocou o início da pior crise do mandato de Johnson, se uniu aos pedidos de renúncia do primeiro-ministro, depois que o chefe de Governo perdeu o apoio do Partido Conservador em meio a vários escândalos. "Sabe em seu coração o que é o correto, saia agora", escreveu em uma carta publicada no Twitter.

Michelle Donelan, nomeada nessa terça-feira para o ministério da Educação para substituir Zahawi, apresentou o pedido de demissão apenas 48 horas depois de assumir a pasta. Outro pedido de demissão veio do ministro para a Irlanda do Norte, até então leal Brandon Lewis, o que elevou a mais de 50 o número de renúncias no Executivo desde as saídas de Sunak e do ministro de Saúde, Sajid Javid, na tarde de terça-feira.

Cercado por escândalos

Johnson conseguiu provocar o esquecimento por alguns meses dos múltiplos escândalos que o cercavam graças a sua ação determinada na ajuda à Ucrânia contra a invasão russa. O Kremlin afirmou nesta quinta-feira que deseja que "pessoas mais profissionais" cheguem ao poder no Reino Unido.

No início de junho, o primeiro-ministro sobreviveu a um voto de desconfiança do próprio partido, com o apoio de 211 dos 359 deputados conservadores, mas os 148 votos contra ele deixaram evidente o descontentamento interno. De acordo com a imprensa britânica, agora ele teria o apoio de apenas 65 deputados.

As regras do partido estabelecem que o procedimento não pode ser repetido durante 12 meses, mas muitos conservadores desejavam uma mudança para voltar a tentar a manobra contra Johnson.

Johnson está envolvido em polêmicas que vão do "partygate", o escândalo das festas em Downing Street durante as restrições sanitárias, ao financiamento irregular da reforma da residência oficial, passando por acusações de clientelismo.  

As renúncias de Javid e Sunak aconteceram poucas horas depois de Johnson apresentar desculpas pela enésima vez, ao admitir que cometeu um "erro" por ter nomeado para um cargo parlamentar importante Chris Pincher, um conservador que renunciou na semana passada e reconheceu ter apalpado, quando estava embriagado, dois homens, incluindo um deputado, em um clube privado do centro de Londres.

Depois de afirmar o contrário em um primeiro momento, Downing Street reconheceu na terça-feira que o primeiro-ministro havia sido informado em 2019 sobre acusações anteriores contra Pincher, mas havia "esquecido".

AFP e Correio do Povo

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