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segunda-feira, 13 de junho de 2022

Ricardo Eletro tem falência decretada pela Justiça

 por Douglas Gavras

No fim do ano passado, valor do endividamento superava os R$ 4 bi

SÃO PAULO

A varejista Ricardo Eletro, controlada pela Máquina de Vendas, teve sua falência decretada pela Justiça de São Paulo na última quarta-feira (8). A companhia pediu recuperação judicial em 2020.

Conforme antecipou o jornal Valor Econômico e a Folha confirmou, a falência foi decretada pelo juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo.

 

Em sua decisão, o juiz apontou que "houve a identificação de diversos fatores de esvaziamento patrimonial" e que a recuperação judicial "não reúne condições de prosseguimento".

O magistrado complementa que todo empresário deve saber, ao fazer a decisão de desenvolver esse tipo de atividade, que poderá enfrentar crises. "Verifica-se, então, que a falência da empresa inviável é a solução mais adequada do ponto de vista econômico e social."

A Justiça também determinou que os sócios da empresa apresentem, no prazo de cinco dias, a relação nominal de credores, descontando o que já foi pago na recuperação judicial e incluindo os créditos que não estavam submetidos à recuperação.

Ainda segundo o juiz, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições que haviam sido contratadas, deduzidos os valores pagos na recuperação judicial.

O magistrado também manteve como administradora judicial a Laspro Consultores.

 

O grupo Máquina de Vendas entrou com um recurso junto à 2ª Câmara de Direito Empresarial nesta quinta-feira (9). Por meio de nota, o presidente da empresa, Pedro Bianchi, afirmou que o grupo foi surpreendido pela decisão da Justiça, e que a posição da presidência, diretoria e de todo corpo jurídico é de completa discordância da decisão proferida.

"Não cabe ao Judiciário decidir sobre viabilidade econômico-financeira sobre empresa e sim a empresa e seus credores. Por considerarmos a decisão absolutamente infundada juridicamente, o jurídico do Grupo Máquina de Vendas já está tomando todas as medidas de urgência para reverter a decisão, e confia-se que nas próximas 48 horas será proferida uma nova decisão", diz.

O grupo também diz considerar que a fase mais difícil de seu processo de recuperação judicial já acabou, quando houve a aprovação da assembleia de credores. "Agora, o foco é a estabilidade operacional e aumento de faturamento."

Em outubro de 2020, a varejista protocolou seu plano de recuperação judicial. No fim do ano passado, o valor do endividamento superava os R$ 4 bilhões.

A Ricardo Eletro foi fundada por Ricardo Nunes no interior de Minas Gerais, em 1989. Ela chegou a ter mais de 1.100 lojas pelo Brasil, com mais de 12 mil colaboradores diretos.

Em 2020, o fundador da Ricardo Eletro foi preso por suspeita de sonegação fiscal, sendo liberado posteriormente.

Veja íntegra da nota do Grupo Máquina de Vendas:

O Grupo Máquina de Vendas foi surpreendido no dia 08 de junho de 2022, com a decisão de convolação em falência no processo de Recuperação Judicial que está em curso na 1ª Vara de Recuperação e Falência do Foro Central da Comarca de São Paulo/SP.

A posição da Presidência, Diretoria e todo corpo jurídico é de completa discordância da decisão proferida. Não cabe ao poder judiciário decidir sobre viabilidade Economico-financeira sobre empresa e sim a empresa e seus credores. Por considerarmos a decisão absolutamente infundada juridicamente, o jurídico do Grupo Máquina de Vendas já está tomando todas as medidas de urgência para reverter a decisão, e confia-se que nas próximas 48 horas será proferida uma nova decisão, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, revogando todos os efeitos dessa decisão.

O Grupo Máquina de Vendas desempenha um papel relevante na economia, na geração de empregos e no setor varejista sob a marca Ricardo Eletro. Hoje com uma operação remodelada para o formato digital, temos mais de 30 mil SKus cadastrados em nosso site, com mais de 3.000 já online, inclusive com marcas famosas e de primeira linha em categorias importantes como celulares, utilidades domésticas, móveis, esportes e lazer e outros.

O Grupo Máquina de Vendas entende que a fase mais difícil de seu processo de recuperação judicial já acabou, quando houve a aprovação da assembleia de credores. Agora, o foco é a estabilidade operacional e aumento de faturamento. Entre as medidas já adotadas, estão: Enxugamento de custos fixos em mais de 90%; + de 30 contratos de marketplace assinados; CRM ativo; Reformulação da marca, Performance digital, sendo que em dezembro de 2021, o Grupo MDV contratou a Peace, agência de performance e otimização digital, que está fazendo trabalho de "purificação" digital da plataforma e do nome Ricardo Eletro, com melhorias de experiência de compra para o cliente.

Em pouquíssimo tempo, a Ricardo Eletro está em primeiro lugar em posicionamento competitivo orgânico contra mais de 2.863 lojas online, com alcance de de 13,1 milhões de usuários.

Com isso, a expectativa é de encerrar o ano de 2022 com faturamento (GMV) mensal acima de cem milhões de reais. Contamos com o apoio de grandes nomes da indústria, além de outras dezenas de parceiros de marketplace, motivo pela qual continuamos confiantes e firmes na nossa jornada pela reestruturação do Grupo Máquina de Vendas.

Temos plena confiança de que a decisão de convolação em falência será revertida prontamente por ela não refletir a realidade das operações, especialmente considerando os grandes e consideráveis avanços operacionais obtidos até aqui, em destaque: migração tecnológica para VTEX, apoio operacional pela Infracommerce e reformulação do logo para trazer modernidade.

Lembramos que o Plano de Recuperação Judicial foi aprovado na Assembleia Geral de Credores realizada em 16 de setembro de 2021 por mais de 70% dos credores presentes e assim deve prevalecer!

Fonte: Folha Online - 09/06/2022 e SOS Consumidor

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