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domingo, 26 de junho de 2022

Petrobras, sob pressão, avalia novo presidente

 


O Comitê de Elegibilidade aprovou o nome de Caio Paes de Andrade para a presidência da Petrobras. Indicado do Planalto, ele substituirá José Mauro Ferreira Coelho, que pediu demissão no início da semana. Coelho vinha sofrendo pressão do governo e de aliados por conta da alta dos preços dos combustíveis.

A indicação agora será deliberada pelo Conselho de Administração, na segunda-feira (27), segundo informou a estatal em nota. Sendo aprovado no colegiado, Andrade pode assumir a presidência. As análises ocorrem com base nas regras de governança da companhia e na legislação aplicável. A posse pode acontecer já no período da tarde.

Andrade, que é secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Além da indicação para o comando da estatal, o Planalto listou outros nomes para o conselho da empresa. Todos ainda precisam passar pelo crivo da assembleia de acionistas da estatal.

Coelho pretendia permanecer no cargo até que todos os trâmites burocráticos da sucessão fossem cumpridos, mas acabou renunciando nesta semana, após forte pressão política do Palácio do Planalto e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Em ata da reunião do Comitê de Elegibilidade (Celeg) divulgada pela Petrobras, o indicado à presidência da estatal Caio Paes de Andrade negou ter recebido qualquer “orientação específica ou geral” do governo federal para mudar a política de preço dos combustíveis.

A declaração foi dada por escrito, após Andrade ter sido convidado para uma entrevista presencial com o Celeg e ter declinado do encontro. No entanto, ele aceitou responder perguntas enviadas pelo grupo.
Apesar do comunicado do executivo à companhia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que, se eleito, Caio Paes de Andrade iria mudar os diretores da Petrobras para dar uma “nova dinâmica” à empresa e alterar a política de paridade de preços de importação “se for o caso”.

Três votos 

O nome de Caio Paes de Andrade recebeu três votos favoráveis e um contrário, vindo do presidente do Celeg, Francisco Petros, representante de acionistas minoritários.

“Em relação à capacidade de gestão do candidato, com o devido respeito, não encontrei nos documentos disponibilizados o respaldo que me permita formar uma convicção favorável ao candidato”, disse Petros.

O conselheiro apontou que Andrade é formado em comunicação social, área não vinculada à atuação da Petrobras. Além disso, apontou que a experiência do candidato foi em empresas com menor complexidade que a estatal.

Antes da análise, o gerente executivo de Recursos Humanos da Petrobras, Juliano Mesquita Loureiro, apontou que a formação não seria um impeditivo final, já que a legislação permite uma análise caso a caso.

Também foi levantado que Andrade não tem os dez anos de experiência em liderança, preferencialmente, no negócio ou área correlata. Os outros três membros do Celeg entenderam que a palavra “preferencialmente” também não vedaria o nome do indicado.

O Sul

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